Artigo Nº 6, Tav-Shin-Nun-Aleph, 1990/91
Está escrito (Génesis 13:7), “E houve uma disputa entre os pastores do gado de Abrão e os pastores do gado de Lot." Disse Baal HaSulam sobre isto, que "gado" significa "bens," que a disputa era entre os pastores do gado de Abraão, que disseram, "Como podemos ser recompensados com bens espirituais, que são considerados Av-Ram [Pai Alto], ou seja a qualidade de Ram [alto] que está acima da razão, pois a qualidade de Abraão é de Av [pai] da fé.
Av-Ram significa que ele viria querer - Av vem da palavra Ava [queria], como em “Ele não Ava [não queria] mandá-los embora.” Ram significa acima. Ou seja, Abrão foi acima do desejo que existe dentro do homem, chamado "vontade de receber" e acima do desejo que existe dentro do homem e que é chamado "desejo de saber e entender o que ele faz e não quer acreditar." Abrão foi acima desses dois, ou seja da mente e do coração. Isto é chamado "pastores," pois somente desta maneira ele queria se conduzir.
Isto assim não é com os "pastores do gado de Lot." Lot significa Alma DeEtlatia [Aramaico: mundo amaldiçoado], da palavra "maldição," se referindo à vontade de receber, que é a serpente, ou seja a vontade de receber para si mesmo. Lot foi uma carruagem para a qualidade da serpente. Eles diriam que devemos ir e nos deliciar porque foi assim que o Criador criou as criaturas, com uma vontade de receber para nós mesmos. Inversamente, Ele não teria criado a vontade de receber, uma vez que quem faz alguma coisa no mundo para que não seja usada? Assim, dado que Ele criou em nós a vontade de receber, nós devemos trabalhar para ela, para que a vontade de receber receba sua satisfação. Inversamente, é considerado que o Criador a criou em vão.
Portanto, quando consideramos o trabalho, Abrão e Lot são qualidades dentro do mesmo corpo. Há uma disputa no corpo: alguns gostam de Abrão e alguns pensam o oposto e ficam do lado de Lot. Assim, há uma disputa entre eles sobre como a pessoa se deve comportar no trabalho. Ou seja, deve ser o trabalho do homem pelo bem do Criador e para alcançar isto, a pessoa tem de avançar acima da razão, que é a qualidade, Av-Ram, ou deve ela ser dentro da razão, que é a qualidade da vontade de receber para teu próprio bem e uma vez que houve uma Tzimtzum [restrição] e ocultação sobre ela, esta qualidade é chamada Lot, uma maldição, onde não há deleite e prazer, como era no pensamento da criação, que possa lá entrar e ela permanece um espaço vazio e desprovido de luz.
No trabalho, "pastores" significa um guia sobre como se comportar, como com Moisés ser chamado "o fiel pastor," que guiou o povo de Israel com a qualidade da fé. Lot e Abrão significam a boa inclinação na pessoa e a inclinação do mal na pessoa.
Segundo o citado, devemos interpretar aquilo que diz o Zohar (Lech Lecha, Item 162), “‘Abrão estava muito pesado com gado e prata e com ouro.’ ‘Muito pesado’ significa do este, que é Tiféret. 'Com gado' significa do oeste, que é Malchut. 'E prata é do sul, Chochmá e 'com ouro' significa do norte, Biná."
Devemos entender isto no trabalho. É sabido que o este e o oeste são dois opostos. Este significa aquilo que brilha, tal como o nascer do sol e o oeste é o oposto, significa aquilo que não brilha. Onde o sol se põe e não brilha, isto é o oeste. A linha média, que é Tiféret, inclui todas as coisas. Por esta razão, ela é chamada "este," uma vez que ela ilumina porque ela contém o trabalho inteiro que surgiu de todas as linhas.
Isto assim não é com o oeste, que é chamado "o reino dos céus." Nós devemos aceitar o reino dos céus "com todo teu coração e com toda tua alma," até se Ele levar a tua alma. Também, devemos assumir sobre nós o reino dos céus, chamado "fé," com amor, tal como está escrito (Artigo nº4, Tav-Shin-Nun-Aleph), que até se ele não tiver vitalidade, que é chamado "até se ele levar a sua alma," ou seja que ele não tem vitalidade. Isto é chamado "oeste," ou seja que ele não ilumina. Ainda assim, a pessoa deve estar num estado de fé acima da razão.
Isto é chamado "gado," pelo qual compramos bens espirituais, chamados "os pastores do gado de Abrão." Por outras palavras, especificamente através da fé acima da razão, portanto até se ele sentir escuridão neste caminho e até se ele entender que se Malchut tivesse iluminado abertamente e não em ocultação e o corpo sentisse a grandeza do Criador, seria mais fácil para ele avançar mais e ser recompensado com sempre estar num estado de trabalho e de não ter descidas, ainda assim ele escolhe avançar acima da razão. Isto é chamado "os pastores do gado de Abrão." Isto é chamado "oeste," ou seja que embora isso não brilhe para ele, ainda assim ele está com todo o seu poder, como se tudo iluminasse para ele abertamente.
Este é o sentido do que está escrito, "Abrão estava muito pesado," ou seja este, Tiféret, que é a linha média. Ela é chamada "este" porque a linha média inclui todo o trabalho que ele teve e ela foi adoçada por ele, uma vez que ele já havia atravessado todo o trabalho que precisa de ser feito e a luz brilha lá de qualquer modo. É por isso que o este é chamado "muito pesado," dado que a glória do Senhor, ou seja a grandeza e importância do Criador já está muito revelada, ou seja que nessa altura a luz do Criador brilha.
Por esta razão, isso é considerado como explicamos (no Artigo nº4, Tav-Shin-Nun-Aleph), “Qualquer um que fuja da honra, a honra o persegue.” Por outras palavras, assim que ele passa a disputa entre as duas linhas, chamada "duas escrituras que se negam uma à outra," ele é recompensado com a linha média, onde a glória do Criador está revelada e brilha. Isto é chamado Tiféret, "este."
Contudo, o trabalho principal está no oeste. Este é o lugar do trabalho pois quando a pessoa ainda está num estado de escuridão, onde há subidas e descidas, dado que todas as ocultações estão neste lugar, chamado "oeste." "Oeste" indica o reino dos céus e no geral, Malchut é chamada "fé" e a questão do bem e do mal se aplica lá, como está escrito no Zohar, que Malchut é chamada "a árvore do conhecimento do bem e do mal." Se ele for recompensado,e la é boa e o mal é ocultado. Se ele não for recompensado, o bem é ocultado e o mal se torna revelado externaemnte e qualquer coisa que esteja fora governa.
Por esta razão, "oeste" é chamado "gado," dado que esse é o principal bem que a pessoa deve adquirir, que é o reino dos céus. Se ela não o tiver, ou seja Malchut, chamada "fé," então ela nada tem. Por esta razão Malchut é chamada "gado," como está escrito, "Abrão estava muito pesado com gado." Por causa disso, o gado é chamado Malchut e oeste, dado que de lá começam todos os bens de Kedushá [santidade], como está escrito, "O princípio da sabedoria, o temor ao Senhor."
Este é o sentido das palavras "Prata é do sul, Chochmá," como disseram nossos sábios, "Aquele que quer ficar sábio deve ir para o sul," ou seja ser recompensado com uma veste de Chasadim [misericórdias], onde Chésed [singular de Chasadim] é chamada "amor," quando ele quer dar e doar. Ele quer se anular ante Ele e isto é chamado "prata," da palavra Kisufin [anseio], como está escrito, "Minha alma anseou e também desejou." "Sul" significa direita, plenitude, quando ele de nada precisa e sua única paixão é sobre o Criador. Ele não tem pensamento sobre si mesmo e somente após a fase da direita podemos ser recompensados com a esquerda, chamada Biná.
Este é o significado de "com ouro significa do norte, Biná." Ouro é considerado Biná que volta a ser Chochmá. Também, está escrito, "Sabedoria é para o humilde," ou seja que Chochmá [sabedoria] deve estar vestida numa veste de Chasadim, que é chamado de "humildade," se vestindo em Biná e não ser visto sem uma veste de Chasadim.
A questão é que é sabido que Chochmá se veste nos vasos de recepção. Por esta razão, ela precisa de guarda para que os vasos de recepção sempre trabalhem em prol de doar. Assim, uma vez que ele usa vasos de recepção, guarda é necessária. Por esta razão, Chasadim deve ser propagada, pois esta é a luz que brilha nos vasos de doação. Com isto, a luz de Chochmá pode brilhar em vasos onde a meta de doar possa brilhar.
Foi por isso que eles disseram que sul é Chochmá, ou seja aquele que quer ficar sábio deve ir para o sul. Aquele que quer que a sabedoria permaneça nele e não vá embora precisa do sul, ou seja de Chésed, chamada "anseio," das palavras "Minha alma anseou e também desejou." Esses dois, sul e norte, que são Chochmá e Biná, iluminam na linha média, chamada "este," Tiféret, onde tudo está incluido. Contudo, a essência do trabalho começa no oeste, que é a qualidade de Malchut, chamada "gado," que é considerado Malchut e "oeste."
Relativamente a Malchut, chamada "oeste" e "gado," nós devemos saber que a ordem do trabalho começa com o reino dos céus. Antes de cada Mitsvá [mandamento], uma pessoa deve assumir sobre si mesma o fardo do reino dos céus, chamado "fé," onde ela acredita que o Criador conduz o mundo numa conduta de bom e benevolente. Por esta razão, ela O abençoa.
Isto é como disseram nossos sábios, "A pessoa sempre deve estabelecer o louvor ao Criador e depois orar." Devemos questionar, O que é o louvor ao Criador que a pessoa deve estabelcer? A resposta é uma vez que a pessoa diz para o Criador que ela acredita que Ele conduz o mundo numa conduta de bom e benvolente, isto é chamado "o louvor ao Criador." Posteriormente, ela deve orar.
Baal HaSulam disse sobre isto que quando a pessoa pede alguma coisa do seu amigo, a ordem é que 1) ela sabe que o seu amigo tem aquilo que ela lhe pede e 2) seu amigo tem um coração gentil e gosta de fazer favores. Nesse estado, é relevante pedir ao seu amigo.
Assim, quando a pessoa pede ao Criador para lhe dar aquilo que ela pede, ela deve acreditar que o Criador lhe pode dar aquilo que ela pede, ela deve acreditar que o Criador lhe pode dar aquilo que ela quer e que Ele é bom e benevolente. Por causa disso, o princípio do trabalho do homem é estabelecer o louvor ao Criador, ou seja acreditar que Ele é bom e benevolente, embora o corpo não concorde com aquilo que ele diz e ele veja que é só conversa fiada. Nessa altura, ele deve dizer que quer acreditar acima da razão e fica feliz que pelo menos saiba a verdade sobre aquilo que a pessoa deve acreditar.
Embora estas palavras que ele diz são pela força, ou seja que o corpo não vai concordar com aquilo que ele diz, ele fica feliz com isso, também, que possa dizer com sua boca palavras da verdade.
"E depois orar" ou seja que assim que ele estabeleceu o louvor ao Criador, que o Criador conduz o mundo numa conduta de bom e benevolente, se isto fosse dentro da razão, é claro que ele ficaria feliz. Mas uma vez que isto é somente acima da razão, embora seja por coação, ainda assim, por vezes ele tem a força para orar para o Criador lhe dar o poder para acreditar que isto realmente assim é e para que ele seja capaz de dizer todo o dia o louvor do Criador pelo Criador só fazer o bem com ele.
Neste trabalho há subidas e descidas. A pessoa deve acreditar que ela tem um ponto no coração, que é uma centelha que brilha. Mas por vezes, ela é somente um ponto negro e não brilha. Devemos sempre despertar essa centelha porque por vezes essa centelha desperta sozinha e revela uma carência na pessoa, onde ela sente que precisa de espiritualidade, que ela é demasiado materialista e ela não vê propósito que a permita sair desses estados.
Essa centelha não lhe dá descanso. Ou seja, tal comoa centelha corpórea não pode iluminar, mas usando a centelha, a pesoa pode acender coisas, para que através das coisas em que a centelha toca, um grande fogo se possa acender. Similarmente, a centelha dentro do coração do homem não consegue brilhar, mas essa centelha pode acender as suas acções para que elas iluminem porque a centelha o impulsiona a trabalhar.
Todavia, por vezes a centelha se apaga e não brilha. Isto pode ser no meio do trabalho e isto é considerado que a pessoa tem um acidente de viação. Por outras palavras, no meio do trabalho, algo aconteceu com ela e ela desceu do seu estado e foi deixada inconsciente. Agora ela não sabe que existe espiritualidade na realidade e ela entrou no mundo corpóreo com todos seus sentidos.
Somente passado algum tempo recupera ela e vê que ela está no mundo corpóreo e começa a subir novamente, ou seja a sentir a carência espiritual. Depois, novamente, ela recebe um impulso para se aproximar do Criador.
Posteriormente, ela desce do seu grau de novo, mas ela deve acreditar que cada vez ela eleva sua centelha para Kedushá [santidade]. Embora ela veja que desceu do seu estado e caiu para o lugar em que estava no princípio do seu trabalho, cada vez ela ainda assim eleva novas centelhas. Ou seja, cada vez ela eleva uma nova centelha.
Na "Introdução ao Livro do Zohar” (Item 43), ele diz, "Quando o homem nasce, ele imediatamente tem uma Nefesh [alma] de Kedushá. Mas não uma verdadeira Nefesh, mas o Achoraim [dorso] dela, seu último discernimento, que durante sua Katnut [pequenez/infância], é chamada um 'ponto' e ela se veste no coração do homem."
Devemos interpretar que este "ponto," que ainda está no escuro, revela e brilha cada vez segundo o trabalho da pessoa em purificar o seu coração. Nessa altura, o ponto começa a brilhar. Isto significa que cada vez que a pessoa começa a subir novamente depois da descida, ela deve acreditar que este é um novo discernimento em relação a aquele que ela tinha durante a anterior descida, pois ela já o elevou para Kedushá. Portanto, cada vez ela começa um novo discernimento.
Uma vez que em todo o princípio a pessoa deve começar de novo a aceitação do reino dos céus, não é suficiente que ontem ela tivesse fé no Criador. Por esta razão, cada aceitação do reinos dos céus é considerada um novo discernimento. Ou seja, ela recebe uma parte do espaço vazio que estava desprovido do reino dos céus e admite esse lugar vazio e o preenche com o reino dos céus. Sucede-se que agora ela classificou uma coisa nova, que não existia antes dela ter pegado esse lugar vazio e o ter preenchido com o reino dos céus. Isto é considerado elevar uma nova centelha para a Kedushá. Finalmente, de todas as subidas, ela sempre eleva centelhas do lugar vazio para a Kedushá.
Sucede-se que de cada descida ela chega a um novo princípio e eleva novas centelhas. Assim, quando a pessoa vê que ela tem descidas, ela deve ser cuidadosa para não escapar à campanha, embora ela veja que não está a progredir. Em vez disso, ela deve tentar começar de novo cada vez. Ou seja, o facto de ela começar a subir não significa que ela regressou ao seu grau anterior. Isto significaria que ela nada fez com o seu trabalho, uma vez que ela pensa que agora está a subir para o seu grau anterior. Em vez disso, ela deve acreditar que este é um novo discernimento, que cada vez, ela eleva centelhas diferentes, até que ela eleve as centelhas relativas à sua essência.
Segundo o citado, devemos interpretar aquilo que disseram nossos sábios (Bava Metzia, Capítulo 7), “Elazar disse, ‘Portanto, os justos falam pouco e fazem muito e os ímpios falam muito e nem sequer fazem pouco.’”
Relativamente aos "ímpios" e "justos" no trabalho, devemos interpretar que todos aqueles que querem observar Torá e Mitsvot pelo bem do Criador são chamados "justos" no trabalho, ou seja que eles querem ser justos. Inversamente, aqueles que se engajam em Torá e Mitsvot não pelo bem do Criador são chamados "ímpios," no trabalho, uma vez que eles estão em disparidade de forma do Criador. Assim, eles são considerados ímpios (embora o público geral eles, também, são considerados justos).
Entre aqueles que trabalham na conduta do público geral, nós dizemos, por exemplo, quando a pessoa tem quarenta anos, ela conhece o tempo do seu Bar Mitsvá [treze anos], ou seja quando ela tinha treze anos até ter feito quarenta, ela adquiriu um bem de 27 anos de Torá e Mitsvot. Sucede-se que eles dizem que têm imenso. Este é o significado de "falam muito." Por outras palavras, eles têm muita Torá e Mitsvot. Contudo, eles não trabalham sequer o mínimo pelo bem do Criador.
Mas os justos "falam pouco." Ou seja, eles dizem que se têm engajado na Torá e Mitsvot durante 27 anos mas não foram recompensados com fazer coisa alguma pelo bem do Criador. Todavia, eles deve acreditar que fazem muito, ou seja que de cada acção que vêem que são incapazes de fazê-la pelo bem do Criador e isto lhes dói, isto é chamado "uma oração."
Por outras palavras, eles fazem imensas orações, vendo quão longe estão do Criador, por terem um desejo e anseio de trazer contentamento ao Fazedor. Por outras palavras, eles estão longe porque não têm a capacidade para valorizar a grandeza do Rei. Assim, eles não têm o poder para fazer coisa alguma pelo bem do Criador, mas somente por si mesmos. Sucede-se que eles fazem imenso em prol do Criador os aproximar Dele.
Acontece que a pessoa não precisa de ficar impressionada quando ela quer trabalhar pelo bem do Criador e ver cada vez que ela está a regredir. Ela deve acreditar que ela faz muito em prol de se aproximar do Criador e ser recompensada com o Criador lhe dar o desejo de doar. Ou seja, especificamente através das descidas e subidas, a pessoa pode orar para Ele verdadeiramente a aproximar, pois cada vez, ela eleva novas centelhas para a estrutura de Kedushá até que ela eleve todas as centelhas que pertencem a ela. Aí ela será recompensada com o Criador lhe dar a segunda natureza chamada "desejo de doar." Depois, ela será recompensada com fé permanente.
Mas antes dela ser recompensada com todos seus trabalhos serem pelo bem do Criador, não há espaço para a fé. Isto é como está escrito ("Introdução ao Livro do Zohar,” Item 138), “É uma lei que a criatura não consegue receber mal divulgado do Criador, pois esse é um defeito na glória do Criador que a criatura O percepcione como malfeitor. Portanto, quando a pessoa se sente mal, negação da orientação do Criador repousa sobre ela e o Operador superior está oculto dela nessa mesma medida."
Por outras palavras, enquanto a pessoa não tiver o desejo de doar, ela é desadequada para receber o deleite e prazer. Portanto, quando a pessoa sofre, ela perde a fé. Mas quando ela for recompensada com o desejo de doar, ela recebe deleite e prazer do Criador e é recompensada com a fé permanente. Sucede-se que todas essas subidas e descidas a trazem a um estado onde o Criador a ajuda a alcançar o desejo de doar e aí todos seus trabalhos são pelo bem do Criador.
Todavia, a pessoa deve saber que quando ela chega a um estado onde ela não vê como poderá ela ser alguma vez capaz de sair do amor próprio e ela quer escapar da campanha, ela deve saber que há duas questões aqui, que são opostas uma da outra, como disseram nossos sábios (Avot, Capítulo 2:21), “Não te cabe a ti terminar o trabalho, nem és tu livre de ser ocioso dele.”
Portanto, por um lado, a pessoa deve trabalhar e nunca se afastar dele. Ou seja, está no poder do homem alcançar, uma vez que ele diz, "nem és tu livre de ficar ocioso dele." Significa isto que a pessoa deve trabalhar porque lhe está garantido obter aquilo que ela quer, ou seja ser capaz de trabalhar pelo bem do Criador em prol de trazer contentamento ao seu Fazedor.
Por outro lado, ele diz "Não te cabe a ti terminar o trabalho." Isto implica que não está nas mãos do homem, mas em vez disso, como está escrito, "O Senhor terminará por mim." Significa isto que não está na capacidade do homem obter o desejo de doar.
Porém, há duas questões aqui: 1) A pessoa deve dizer, "Se eu não sou por mim, quem é por mim?" Portanto, ela não deve ficar alarmada com o facto de não ter sido recompensada com a obtenção do desejo de doar, embora na sua opinião, ela tenha feito grandes esforços. Ainda assim, ela deve acreditar que o Criador espera até que ela revele aquilo que ela deve fazer. 2) Posteriormente, o Criador vai terminar por ela, ou seja que nessa altura, ela vai receber aquilo que ela quer de uma só vez, como está escrito, "A salvação do Senhor é como um piscar de olhos.”