Artigo n º 31, 1989-1990
Está escrito no Zohar (Bamidbar
p 4 e Item 13 no Comentário de Sulam), “Vem e vê, eles disseram que não há bênção de cima sobre algo que é
calculado. Mas você deve dizer, 'Como Israel foi calculada? Como foi o resgate
tomado deles? “Primeiro, eles abençoariam Israel, então calculariam o resgate
e, em seguida abençoariam Israel novamente. Assim, Israel foi abençoada no
início e no fim, e não houve nenhuma morte entre eles. Ele pergunta: “Por que
há morte devido ao cálculo? 'Ele responde: É porque não há bênção no cálculo, e
quando a bênção se foi, Sitra Achra está sobre ele’. Até o momento as suas palavras.
RASHI apresenta a razão pela qual Ele calcula Israel. Ele diz:
“Pelo afeto por eles, Ele os calcula a cada hora”. Isto significa que Rashi
pretende explicar que, se dizemos que não há perigo em algo que é calculado,
que poderia haver morte lá, por que o Criador calcula Israel e os coloca em um
lugar de perigo? É por esta razão que Rashi explica, “Pelo afeto por eles, Ele
os calcula a cada hora, apesar do perigo nisso. Mas pelo amor que Ele tem por
Israel, e por Sua vontade de conhecer o seu número, ele disse que iria calcular
Israel”.
Aparentemente, é difícil entender isto, o que significa dizer
que uma vez que o Criador quer conhecer o seu número, Ele disse que eles precisam
ser calculados por meio de uma correção para que não haja um obstáculo entre
eles, assim ele vai calculá-los através do resgate.
Devemos entender como é possível dizer que porque o Criador quer
saber o seu número, eles precisam ser contados e apresentar a soma de Israel, e
então o Criador sabe, caso contrário Ele não tem conhecimento do número de
filhos de Israel, com antecedência, mas precisa das criaturas para informá-Lo.
Isso pode acontecer?
Além disso, devemos entender o que é uma bênção no trabalho, o
que é a contagem no trabalho, e por que isso causa morte quando não há
bênção sobre a contagem. E devemos também entender por que não pode existir uma
bênção em algo que é contado.
É sabido que existem duas questões no trabalho do Criador: 1) O
propósito da criação, 2) a correção da criação. O propósito da criação
significa que as criaturas recebem deleite e prazer, como está escrito: “Sua
vontade de fazer o bem às Suas criações”. A correção da criação é para que as
criaturas andem no caminho do Criador, o que significa a equivalência de forma.
Portanto, como o Criador dá às suas criações, as criaturas também, deveriam dar
ao Criador. Caso contrário, há uma disparidade de forma, e na espiritualidade,
a disparidade de forma faz com que ocorra separação, ou seja,
provoca a separação da Vida das Vidas.
Está escrito sobre isso no Zohar (apresentado no Talmud Eser Sefirot p 19, item 17), “Por isso, os ímpios, em suas vidas são chamados de “mortos”,
uma vez fora de sua disparidade de forma - estando completamente na
outra extremidade de suas raízes, onde eles nada têm em forma de
doação - eles são separados Dele, e na verdade eles morrem. “No entanto, já foi
dito sobre eles no Zohar: “ Toda a graça que eles fazem, fazem–na para si ',
significando que o seu objetivo é principalmente para si e para sua própria
glória”.
Em outras palavras, o que nós atribuímos ao Criador, o que
significa tudo o que o Criador faz, está em um estado de plenitude. Isso
significa que o Criador deseja para as criaturas que elas recebam deleite e prazer,
portanto, Ele criou nelas o desejo de receber e um desejo grande por delícias. Por
isso, Ele está certo de que elas irão querer receber prazer. Mas a correção da
criação, o Kli [vaso] e o desejo que as criaturas deveriam ter - o desejo de
que elas serão capazes de receber deleite e prazer - este desejo é chamado “vontade
de doar”. Obter esse desejo acontece gradualmente pois a pessoa inferior
não tem força para ir contra a vontade do ser superior - o desejo de receber
por si mesmo, que o Criador criou.
Assim, vemos que existem dois tipos de Kelim (vasos):
1. Vasos de recepção. No entanto, uma correção é colocada neles,
o que significa que nos vasos de recepção há a intenção oposta do Kli. Em
outras palavras, uma pessoa está realmente recebendo, mas na intenção, ela está
agora dando. Segue-se que o objetivo é exatamente o oposto do ato, e a luz que
é recebida nestes Kelim agora é chamada “receber, a fim de doar”.
O nome dessa luz é Chochmá [sabedoria], e esta é a luz do propósito da criação.
Além disso, ela é por vezes referida como “atenuação dos Dinim [julgamentos]”. Ou seja, houve Dinim sobre o vaso de recepção, o que significa que houve um Din [Julgamento], que é proibida a utilização deste Kli porque cria disparidade de forma e separação, e agora, ele foi atenuado. E o que é a
atenuação? É colocar no Kli a intenção chamada “a fim de doar”.
Isto significa que antes de alguém colocar o objetivo de dar
sobre o desejo de receber, aquele desejo lhe causou amargura. Qualquer coisa
espiritual que ele queria tocar tornou-se amarga, porque havia ocultação e
restrição no desejo de receber para si mesmo, assim não foi possível provar um
bom sabor na espiritualidade. Em outras palavras, qualquer coisa sagrada
pareceu remota, inacessível e impossível para o desejo de receber desfrutar.
Isso é chamado de “amargo”.
No entanto, se ele coloca o foco de doar sobre este desejo, ele
vê e sente que existe doçura em tudo que é sagrado. Mas de assuntos que não
pertencem à santidade, ele deve afastar-se, o que significa que ele não
poderá tolerá-los. Daí resulta que depois que ele se corrige então ele poderá
agora focar de forma a doar, deveríamos distinguir uma luz e um Kli aqui, que consiste em Aviut [espessura] e Massach [tela].
O Aviut é chamado Dinim, onde existe restrição e ocultação, e a luz não brilha lá. Eis porque Aviut é chamado de “escuridão”.
Em outras palavras, querer receber para si mesmo é chamado de “estar
Av [espesso] “, e querer doar é chamado Zach [puro / limpo / imaculado]. Depois, quando ele coloca a vontade de doar sobre esse Av, o Din é
atenuado e o que antes era escuro torna-se um lugar onde a luz brilha no Kli.
Isso é chamado “a atenuação dos Dinim”.
2) Também devemos notar que há vasos de doação em uma pessoa,
coisas que uma pessoa dá ao seu amigo para o seu amigo apreciar. A entrega
é chamada de “doação”. Um homem que é Zach é aquele que tenta fazer as
pessoas felizes, para que se sintam bem. Nesses Kelim, não se pode dizer que há
Din nestas ações, o que significa que existe um julgamento que proíbe o uso dos
Kelim que desejam doar.
No entanto, aqui também, há uma questão de intenção, ou seja, se
ele é sincero.
Isto é, quando ele dá, é seu objetivo que outros se divirtam sem
que ele se importe com si mesmo, pois ele só se preocupa com os outros? Este discernimento é chamado de “doando a fim de doar”, quando a ação
e o objetivo são ambos para doar.
Às vezes, tudo o que ele faz é para o bem dos outros, mas o
objetivo é obter respeito ou coisas semelhantes. É como está escrito no Zohar a
respeito dos ímpios, que todo o bem que eles fazem, fazem-no para seu próprio
benefício, “tudo de bom que eles fazem, fazem para si mesmos”. E aqui, não
há Din da parte do Kli, o que significa que não há deficiência. Em outras palavras, em termos de ação, não há nada para corrigir.
No entanto, na intenção é necessário que haja uma correção. Isto
é, do ponto de vista do objetivo, não há diferença se a ação é doar ou se a
ação é receber. Ambas as ações necessitam correções - que o objetivo, também,
seja afim de doar.
Isto é assim porque o trabalho é sobretudo no coração. Isto é,
uma pessoa deve alcançar o grau de amor do Criador, como está escrito “Amarás
ao Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma”. Tudo o que
fazemos na Torá e nas Mitzvot [mandamentos] é para corrigir o coração. Está escrito a respeito
disto (“Introdução ao Livro, Panim Meirot
uMasbirot”, Item 10), “Venha e
veja as palavras do sábio, Rabi Even Ezra ... ‘Saibam que todos as Mitzvot que estão escritas na Torá ou as convenções que os patriarcas
estabelecerem ... são todos com a finalidade de corrigir o coração’, ‘porque o
Senhor esquadrinha todos os corações’”.
Com o dito acima, podemos detectar, geralmente, as duas questões
- a finalidade da criação, fazer o bem a Suas criações, esta Luz é
chamada Chochma, e “ver”, o que significa que ele vê o que ele tem na mão, ou
seja, ele já pode calcular o quanto ele tem obtido, uma vez que a
finalidade da criação é fazer o bem, e então alguém deve sentir e alcançar aquilo que
ele tem na sua mão.
Por exemplo, digamos que há dois irmãos, um deles é rico e mora
nos Estados Unidos, e o outro é pobre e vive em Israel. O irmão rico
deposita um milhão de dólares no banco no nome do irmão mais pobre. No entanto, ele
não deixa que o irmão pobre saiba disso, nem o banco informa ao irmão pobre
que ele tem dinheiro em seu nome. Então este irmão permanece pobre porque
ele não sabe sobre isso.
Ocorre o mesmo aqui com o propósito da criação de fazer o bem às
Suas criações. Se elas não sabem e não sentem a alegria e o prazer,
que tipo de benefício é esse? É por isso que esta luz é chamada Chochmá [Sabedoria] e “vendo”, e ela é chamada de “luz de Panim [face / anterior], como em “A sabedoria de um homem ilumina seu rosto”. Na obra, isso é
chamado de “algo que é calculado”, significando algo que é recebido nos vasos de
recepção. Isto significa que, se ele recebe isso, ele verá o que recebeu e irá
calcular aquilo que tem.
Isto é também chamado “um presente”. Normalmente, quando alguém
dá ao seu amigo um presente, ele quer que o seu amigo calcule e
aprecie o valor do presente, pela simples razão que ele dá o presente para seu
amigo, porque ele quer mostrar o seu amor por ele. De acordo com o valor do
presente, uma pessoa pode apreciar a medida do amor. Daqui resulta que se a
pessoa não está olhando para o presente para ver a grandeza do mesmo, ela está
maculando a medida do amor.
Portanto, quando uma pessoa recebe um presente, se ela não vê ou
não tenta ver a importância do presente, ela macula a medida do amor que o
doador quer mostrar por ela. Por exemplo, nossos sábios disseram: “Compre para
si um amigo”. É que a pessoa quer comprar o seu amigo, enviando-lhe presentes.
Se a pessoa não vê e não aprecia a grandeza e a importância do presente que ela
recebe dele, como ela pode chegar a um estado de “Compre para si um amigo”?
Disso resulta que, no presente, a pessoa deve calcular e medir o
que ela recebeu de seu amigo.
Portanto, se as criaturas não podem calcular e medir o que o
Criador lhes deu, então o propósito do Criador não alcança um estado onde as
criaturas percebam que Ele criou a criação com o intuito de fazer o bem às Suas
criações.
Isso é chamado de “luz de Chochma”, e esta luz é
recebida nos vasos de recepção. No entanto, é preciso também usá-la com a correção que
foi colocada nos vasos de recepção, chamada “receber para dar”. Isto significa
que a pessoa deve colocar o objetivo de doar no vaso de recepção. E se ela não
colocar o objetivo de doar, ela se torna separada da Vida das Vidas, uma vez
que a disparidade da forma provoca separação. Assim, por se tornar um receptor,
ela lhe causa a morte espiritual, como foi dito acima, “Os ímpios, nas suas
vidas são chamados de” mortos “.
Entretanto, a luz que é recebida nos vasos de doação é chamada
de “luz de Chassadim [misericórdia]”. Chessed [misericórdia / graça] significa que ela está dando, como uma pessoa que executa um ato de misericórdia ou de
graça para o seu amigo. Isso é chamado de “Chassadim coberto” o que
significa que o Chassadim - aquilo que ela recebe nos vasos de doação, ou seja, aquilo que
ela dá - a luz tem o mesmo valor que o Kli.
Em outras palavras, sabe-se que existe caridade e que existe um
presente. Com um presente, nós explicamos anteriormente que uma pessoa deve ver
o que ela recebeu e não simplesmente receber uma dádiva de seu amigo. Se uma
pessoa diz: “Não importa o que ela me deu”, ela está maculando a dádiva de seu amigo.
Assim, o propósito pelo qual ele enviou-lhe o presente não é
realizado. O presente foi concebido para lhe comprar um amigo, como foi dito
acima, “Compre para si um amigo”, mas se ela não vê a importância da
doação, então ela não pode comprá-lo como amigo. Sendo assim, ela deve calcular
e medir o
presente.
Mas quando uma pessoa envia caridade para o seu amigo, o doador
deve se esforçar - se ele realmente quer fazer caridade - para que o
receptor da caridade não saiba quem lhe enviou a caridade. E o receptor da
caridade igualmente ficaria muito feliz se soubesse que o doador da caridade
não sabia a quem ele doou.
Da mesma forma, por vezes, as pessoas recolhem doações para uma
pessoa importante e eles não querem que o receptor da caridade se sinta
envergonhado.
Aqueles que recolhem o dinheiro dizem: “Nós estamos coletando
para alguém anonimamente. “ Assim, em caridade, quando nenhum deles sabe - o
doador e o receptor -, esta é considerada a verdadeira caridade, e não há
desconforto da parte do receptor.
Disso resulta que em Chessed, falamos a partir da perspectiva do doador, ou seja, o inferior, e então uma pessoa está em um estado onde ela
age acima da razão. Em outras palavras, ela dá, mas não sabe para quem, mas
ela acredita que tudo que ela está dando segue o seu propósito. Isso é
chamado de “caridade na ocultação”.
Caridade é considerada Chassadim, que a pessoa dá. Ou seja, nós falamos de um tempo quando uma pessoa está trabalhando com os vasos de
doação, ou seja, estamos falando somente de uma pessoa que está dando ao
Criador. Isso é chamado de “uma bênção”, como uma pessoa abençoando outra,
falando com ela de uma forma favorável, significando abençoar [cumprimentar] a
ela. Ela realmente não doa a ele, mas ainda assim considera-se que ela a
abençoa verbalmente, e isso é já considerado como uma bênção no coração.
Em outras palavras, o que ela não pode dar, na verdade, ela dá com o
coração, e ela mostralhe verbalmente o que ela tem em seu coração.
Disso resulta que abençoar significa doar, outorgar. Ou seja,
naquele momento, a pessoa se engaja em vasos de doação. Isto significa que uma
bênção é quando ela quer que seu amigo tenha mais do que ela pode realmente
dar. Por isso, quando uma pessoa se engaja em doação, ela quer dar
contentamento ao Criador, então ela diz para o Criador, “Mais do que as boas
ações que eu posso Lhe dar, eu Lhe abençoo de que serei capaz de Lhe dar mais
do que boas ações”.
Ou seja, devemos sempre abençoar o Criador, o que significa que
a pessoa quer ser capaz de dar mais contentamento ao Criador do que ela está
realmente dando a Ele.
É por isso que não existe esse problema de calcular uma bênção,
uma vez que os vasos de doação são chamados de “caridade” e caridade deve
ser oferecida em segredo, o que significa que o doador não sabe a quem ele
está dando e o receptor não sabe de quem está recebendo. Assim, não há a
questão do cálculo aqui, pois o cálculo traz excitação e vínculo de amor, como
é dito a respeito de um presente. No presente, nossos sábios disseram, é
completamente o oposto:
“Aquele que dá um presente ao seu amigo deve deixá-lo saber”.
Isto é assim porque o resultado do presente deve ser o amor, que conecta os
dois, ao contrário da caridade, que deve ser inteiramente para doar. Isso
significa que, na caridade, é melhor se não se conhecer o outro, para evitar
qualquer cálculo.
Portanto, quando se fala no trabalho, caridade significa vasos
de doação, quando o Kli deseja fazer Chessed, e a luz que é derramada no Kli é chamada de “luz de Chassadim”. Isso é chamado “a correção da criação”, quando tudo é voltado para a doação.
Mas o propósito da criação é a de que os Kelim recebam deleite e prazer, e aqui eles devem certamente ver o que estão recebendo, porque alguém
fala sobre o propósito da criação, que é benevolente, de acordo com o que ele
recebe. Se ele não puder calcular o que ele recebeu, isso significa que ele
ainda não recebeu de forma que o deleite e prazer sejam sentidos por ele. Assim,
ele ainda não pode dizer que agora ele vê que recebeu do Criador apenas o
deleite e prazer. É por isso que a luz de Chochma - o propósito da criação - é também chamado de “ver”, já que o propósito da criação é considerado como visão.
Mas ocorre o contrário com a correção da criação. Isso é chamado
de “Chassadim coberto”, o que significa que ele ainda não vê tudo aquilo que
está recebendo e isso ainda está oculto (encoberto) dele. No
trabalho, isto é chamado “desejando misericórdia [Chessed]”, significando
apenas a doação. Não é de interesse para ele se ele está recebendo alguma coisa
de cima. Considera-se que ele está contente com a sua parte, o que significa
que ele está feliz por poder fazer alguma coisa no trabalho do Criador.
Em outras palavras, ele está contente com a sua quota de poder
dizer que ele está fazendo algo que não é para as necessidades de seu corpo
material, como nossos sábios disseram: “Aquele que anda e não faz, a recompensa
por andar está na sua mão” (Avôt, capítulo 5, 14). Os intérpretes explicam: “A recompensa por
andar está em sua mão”. Mesmo que ele não esteja fazendo, ele ainda tem a
recompensa da caminhada, pois até mesmo ir a o seminário é um Mitzva [mandamento / boa ação] em si, já que lá ele está em um ambiente
da Torá. Daí resulta que deve ser observado se a pessoa se engaja nos vasos da
doação - chamados Chessed, em que não existe a questão do cálculo, porque ele quer trabalhar
na caridade - e isso é considerado como “a correção da criação”.
Com o dito acima, iremos entender o que pedimos, por que eles
disseram, “Pelo amor a eles, Ele os calcula a cada hora”. Perguntamos: “Se o
Criador quer saber o número de Israel, Ele tem que esperar até que Israel faça
a contagem e em seguida, enviar o total ao Criador, e só então Ele irá saber o
número de Israel?
De fato, “ Pelo amor a eles” significa que Ele vê que eles estão
fazendo tudo a fim de doar. Isso significa que eles já fizeram a correção da
criação, e isso é porque Ele quer dar-lhes o propósito da criação, que é luz de Chochma, chamada de “luz da visão”. Em outras palavras, eles já
deveriam estar contando o que eles têm, porque esta luz é recebida nos vasos de
recepção.
No entanto, eles devem receber a fim de doar, e de acordo com a
regra de que a ação segue o objetivo, enquanto alguém é envolvido em atos de
recepção de prazer, o ato de recepção pode fazer com que o objetivo não
esteja na doação, mas na recepção. E a recepção por si provoca a separação da Vida
das Vidas, que é considerada a morte, como está escrito: Os ímpios, nas
suas vidas são chamados de “mortos”.
Foi escrito: “Por que a morte aumenta devido a contagem”? A
resposta é que desde que algo que é contado é chamado de “luz de Chochmá”, que é recebido nos vasos de recepção, a ação pode governar o objetivo e ele não
será capaz de apontar para a doação. Assim, naturalmente, isto será a morte.
E foi escrito: Ele responde: ‘É porque não existe bênção na
contagem, e quando a bênção desaparece, Sitra Achra está nele’. Em outras
palavras, há a questão da linha do meio, quando Chochmá brilha nos vasos de recepção, o que é chamado de “esquerda”.
Eles precisam de correção de modo que a pessoa não seja atraída pelo ato de
recepção. Nesse estado, a luz da Chassadim – que trabalha com os vasos de doação - deve ser atraída, e já
dissemos anteriormente que os atos de doação afetam o pensamento para que seja
como a ação.
Isto é a manutenção sobre a luz de Chochmá que é recebida nos Kelim da linha esquerda, que requer correção. No entanto, ninguém pode
ser recompensado com a luz de Chochmá antes de ter sido recompensado com o grau de Lishmá, o que significa que tudo o que se faz é Lishmá. Ou seja, a ordem do trabalho é que, primeiro, a pessoa seja
recompensada com Katnút, considerando que ela só pode focar nos vasos de doação - a fim
de que seja com a intenção de doar.
Depois, ela é recompensada com Gadlút, o que significa que
ela pode focar com a intenção de doar em vasos de recepção, também, onde a luz de Chochmá brilha - a luz do propósito da criação.
Daí resulta que, antes de alguém ser recompensado com a luz no
cálculo, ele necessita ser recompensado com a luz de Chassadim, chamada “bênção”, significando que ele abençoa o Criador e não quer receber nada
Dele. Em vez disso, ele está completamente envolvido na doação e não quer
receber nada para si mesmo. Depois, ele é recompensado com a luz de Chochmá, que é uma luz da contagem.
Isto significa que esta luz penetra nos vasos de recepção, no
tempo em que a luz no cálculo requer manutenção por isso não será atraída após
a ação. Porque este é um ato de recepção, uma luz de bênção deve ser atraída
mais uma vez, representando a luz de Chassadim, que é a manutenção.
Agora, podemos interpretar o que nós perguntamos:
1) Será que o Criador quer saber o número de filhos de Israel, e
é por isso que Ele queria contar os filhos de Israel para que o povo de Israel
lhe dissesse o número, e o Criador não sabia por si mesmo? A resposta é que uma
vez que Ele os ama, Ele queria que o povo de Israel soubesse o seu número. Em
outras palavras, o Criador quer que eles obtenham a luz de Chochmá. Daí resulta que Ele quer saber, que eles conhecerão e alcançarão a luz que há na
contar, o que significa que eles mesmos irão contar e ver o que eles têm
alcançado, pois isso é chamado “ a luz da visão”, que chega aos vasos de
recepção. Ele não precisa saber para Si, mas para que o povo de Israel saiba.
2) Por que existe morte onde não há bênção? A resposta é que
aquilo que é calculado é a luz da Chochmá que chega nos vasos de recepção. Quando usar vasos de recepção
alguém pode ser atraído após a ação de recepção e, portanto, ser separado da Vida das
Vidas. Isto é chamado de “morte”, e isso acontece por que é necessária
manutenção. A manutenção é a bênção, representando medida da luz de Chassadim.
Que é um ato de doação que impede o ato de recepção de
desviar-se da intenção de doar.
3) Por que há a necessidade de uma bênção antes e depois?
A intenção do trabalho começa com uma necessidade de alcançar Lishmá [em Seu nome]. Nossos sábios disseram sobre isso: “Aquele que
estuda a Torá Lishmá, os segredos da Torá lhe são revelados”. Além disso, Lishmá significa que todas as suas ações são a fim de doar, o que é
chamado de “ bênção”.
Quando ele doa, esse é o sentido de bênção, representando benção
oral. Ou seja, uma vez que ele não pode acrescentar em ação, ele tenta dar uma
bênção pela boca, o que indica que o que ele está dando é com todo o seu
coração. Isto é chamado de “luz de Chassadim”.
Assim, a ordem é da seguinte forma:
1. Uma bênção antes, a qual se chama “linha direita”, Chessed.
2. Ele é recompensado com os segredos da Torá, o que é chamado de Chochmá [sabedoria], que é um presente, como é sabido que a Torá é chamada de “ dádiva” que é recebida nos vasos de recepção. Por
esta razão, é chamada de “um cálculo”. Em outras palavras, ele está procurando
ver o que ele recebeu para saber como agradecer-Lhe.
Isto é chamado de “ linha esquerda”, uma vez que aqui é um lugar
onde ele pode chegar à morte, chamado de “separação”, tal como houve a morte
dos sete reis do mundo de Nekudim. Por esta razão, há uma necessidade de estender Chassadim e estes Chassadim são a manutenção de modo que não existirá morte neles, ou seja,
a separação da Vida das Vidas.
É por isso que está escrito que existe uma necessidade de bênção
no final. Daí resulta que Israel foi abençoada no início e no fim, e não houve
morte entre eles.
Em geral, isso é chamado de “ correção das linhas” que são
chamadas de “correção do mundo”, já que através disto há persistência para o
mundo.
3. O que é uma bênção no trabalho? É a luz de Chassadim quando uma pessoa está em um estado de doação.
4. O que é a contagem no trabalho? É a luz que penetra nos vasos
de recepção.
Nesse momento, a pessoa precisa ver as coisas que ela recebeu e
contá-las. Isto é considerado “um presente”.
5. Por que não há bênção em algo que é calculado?
Algo que é calculado significa a luz e abundância que entram nos
vasos de recepção, e a bênção é a abundância que penetra nos vasos de
doação, e elas são opostas. No Zohar, isto é considerado que as duas linhas estão em litígio, uma vez que a linha direita, chamada de Chessed, é apenas para doar e não deseja usar os vasos de recepção, mas a linha esquerda é o
oposto - ela deseja utilizar especificamente os vasos de recepção, uma vez que é
dito: “Mas a finalidade de criação é receber”! No entanto, deve haver uma
correção a ocorrer na intenção de doar. Por este motivo, posteriormente surge a
linha do meio, que faz as pazes entre elas. E esta é a razão pela qual há
necessidade de uma benção no início, e uma bênção no final.