24 de Abril, 1955
Olá e tudo de bom para meus amigos que
mantêm a guarda contra as nuvens e sombras que presentemente enfrentam a nação
do Senhor. Após a grande ocultação que desceu sobre nosso mundo desta vez, a
centelha da luz do Senhor que eles adquiriram de Baal HaSulam ainda brilha nos
seus corações; eles sabem como guardar os pontos nos seus corações e esperam a
salvação eterna …
Gostaria de acrescentar algumas palavras a
respeito da conversação casual que tomou lugar no 23 de Abril. Uma grande
pergunta foi feita, “Qual é a razão de todas as coisas seculares no nosso
mundo, nomeadamente o trabalho e o sofrimento, se o Criador queria beneficiar
Suas criações com coisas de santidade, para as criaturas sentirem deleite e
prazer na Dvekut (adesão) com o Criador? Este secularismo,
para que serve?”
Na nossa opinião, a santidade seria
suficiente para as criaturas, então para quê todo o sistema de Klipot(cascas)?
Que ganho e que contentamento e que benefício trás isto ao Criador se
acreditarmos que Ele Mesmo criou este inteiro empreendimento?
Também haveis dito que somente acima da
razão conseguimos nós aceitar estas questões. Eu, também, penso que com todas
as questões espirituais que assumimos acima da razão, mais tarde nos é
concedida a vestimenta do conhecimento do Criador em completa roupagem, como
está escrito, “e Eu derramarei para vós ilimitada bênção.” Mas no estudo,
também podemos entender a rima e razão de acordo com o caminho da Torá.
Ver em O Zohar ( Tazria p
36 [item 105]), no artigo, “Há Vantagem da Sabedoria sobre a Folia” e na Sulam,
onde lá explica que embora hajam muitas coisas no mundo, mas se nada há que onde possa ser segurado, não há percepção e sensação de todas as coisas
maravilhosas que existem no nosso mundo.
Significa isto que não temos os Kelim (vasos)
para alcançar até as coisas mais simples com as quais sentir a saborosa doçura,
agradabilidade e sabor. Somente assim que tenhamos os Kelim adequados,
chamados “desejo de receber os bons preenchimentos” e quando não pudermos dizer
que seríamos capazes de receber e obter estas coisas sem ter o desejo por elas.
Para fazer uma alegoria, é sabido que há
prazer na paixão, ou seja que há prazer na paixão por alguma coisa e há prazer
em obter a coisa. A medida do prazer na paixão depende da medida da dor de não
a obter. Isto é, se uma pessoa sente que se ela não obtém a questão sentirá
desilusão na sua vida, o prazer se veste na duração da paixão e anseio.
Tomemos algo mais simples como exemplo:
Quando um bebe água em prol de acalmar sua sede, a água goteja do tamanho do Kli (vaso),
ou seja ao grau do sofrimento de sua sede. Mas se questionarmos à pessoa,
enquanto bebe a água, se ela está feliz com sofrer da sede, pela qual ela agora
tem grande prazer da água, ela certamente dirá “Sim.” E todavia, se
aconselharmos a uma pessoa, “Se quiseres desfrutar da água come comidas
salgadas e abstém-te de beber durante meio dia até que tua sede seja suficiente
para te fazer desfrutar da água,” certamente dirá ela, “nem eles nem sua
recompensa.” Também, se não tivéssemos os Kelim…
E a respeito de Rabi Akiva, “Toda a minha
vida me tenho atormentado, quando virá esta questão até mim para que eu a possa
manter …” [O resto da carta está em falta.]