23 de Abril, 1957
Para o sábio Rabi, o ancião do grupo,
Recebi uma carta do seu neto … onde ele
fazia várias perguntas. E uma vez que normalmente respondo em geral e não
especificamente, pensei que gostaria que as perguntas fossem especificas e não
em geral, o geral na realidade contém muitos mais detalhes.
Isto é, a resposta é frequentemente mais
eficiente para a obra no verdadeiro caminho. E então, precisamente quando a
pessoa que pergunta tem muitos detalhes, é possível para o geral iluminar em
muitos detalhes, aos quais chamamos “muitos Kelim (vasos),” então
responderei em geral.
É sabido que o mais importante é a
alegria. Porém, precisamos de entender o sentido da alegria, como está escrito,
“Esta alegria, que faz ela?” Também, por que foi o louvor da obra definido em
respeito à alegria, como está escrito, “Pois tu não serviste [trabalhaste] … com
alegria.”
Podemos entender o sentido da alegria das
questões mundanas (como disse Baal HaSulam, que ele lhe dá as condutas deste
mundo só para receber delas letras e vasos para necessidades espirituais).
Nós vemos que as pessoas trabalham todo o
dia, algumas no emprego e algumas no comércio e esperam todo o dia pela hora em
que podem regressar a casa, ter uma boa refeição e desfrutarem com suas famílias.
Ou, aquele que navega pelo mar e sofre das
dificuldades do emprego e anseia pelo tempo em que possa regressar a casa,
quando ele vê que o regresso a sua casa se aproxima, alegria começa a preencher
seu coração. Nessa altura o constante anseio que ele tem de alcançar sua meta
aumenta a meta. Isto é, ele sente que é vantajoso fazer todo o esforço só para
ser capaz de chegar a casa e desfrutar. Inversamente, ou seja se ele não
trabalhou, ele nada terá com o qual desfrutar pois a casa estaria completamente
vazia e ele não seria capaz de desfrutar.
Sucede-se que há dois problemas aqui: 1) uma
boa refeição, ou aquele que vem de navegar pelo oceano e trás imenso dinheiro;
2) o anseio de alcançar a meta. Podemos dizer que se pudéssemos pesar o prazer
numa balança, diríamos que o prazer da refeição ou o prazer daquele que trás
dinheiro do estrangeiro pesam um quilo e o anseio daquele que deseja todo o dia
ir para casa e comer sua refeição pode aumentar o prazer à medida que o prazer
venha a pesar cem quilos.
Também, aquele que anseia regressar ao lar
com o dinheiro que ganhou no estrangeiro, o anseio aumenta o prazer incomensuravelmente e o prazer cresce somente de acordo com a medida do anseio.
Por sua vez, a medida do anseio cresce de
acordo com a medida do trabalho. Isto é, aquele que trabalha duro e labuta, à
medida que ele sofre, a própria dor lhe trás a medida do anseio de se livrar do
sofrimento e alcançar seu destino. E toda a vitalidade que ele tem enquanto
sofre é somente do futuro e ele sente que em breve será capaz de regressar a
casa.
Acontece que se uma pessoa tem uma boa
refeição ou imenso dinheiro mas não trabalhou por eles, ela pode provar somente
o primeiro nível de prazer, ou seja a medida de um quilo. Mas aquele que
trabalhou e anseia receber prazer do segundo nível e será capaz de aumentar o
prazer cem ou mil vezes.
Podemos questionar, “E qual é a verdade,”
ou seja se há prazer na refeição e no dinheiro. Se ele anseia, que diferença
faz se a refeição e o dinheiro são objectos e como o trabalho e anseio podem acrescentar
ao prazer?
Mas como acima dissemos, posses corpóreas e posses espirituais têm uma natureza. Qualquer prazer, seja corpóreo ou espiritual,
é chamado “luz.” E nós temos uma regra sobre as luzes, que é que não temos
realização. Isto é, é impossível determinar sua forma final senão através dos Kelim.
Significa isto que nós determinamos a forma das luzes de acordo com a qualidade
dos Kelim.
E a respeito dos Kelim (vasos),
é sabido que isso é considerado anseio por alguma coisa. Sucede-se que os Kelim aumentam
a luz. Significa isto que não é a luz que deve ser grande, mas osKelim que
devem ser maiores. Somente se um tiver muitos Kelim, ou seja um
forte desejo, sente ele maior prazer na luz.
Desta forma, até na corporalidade, a
refeição e o dinheiro não determinam a medida do prazer, mas em vez disso o
trabalho e o anseio determinam a medida do prazer.
Com isso vamos entender o sentido da
alegria. É costume que aquele que começa com a obra do Criador lhe são enviados
pensamentos estranhos a meio da Torá e da oração. Isto atormenta a pessoa. Mas
os tormentos são somente à medida que ela deseja se livrar deles e os expulsar.
E como expulsa um estes pensamentos?
Somente através de alegria. Isto é, ele deve estar confiante que eventualmente
vai alcançar a desejada meta, que é doar contentamento sobre seu fazedor e
servir ao Rei.
Também, ele deve fazer descrições, ou seja
imaginar quão bom e quão agradável é estar na sombra do Rei e vislumbrar a
agradabilidade do Senhor e visitar Seu palácio.” Está escrito que o Criador
desfruta com os justos, e eu, também, certamente alcançarei esse grau.
Subsequentemente, um deve olhar para os
pensamentos estranhos, que lhe causam esta perda de não ser capaz de estar
entre os habitantes do palácio do Rei e então pode ele examinar o escrutínio de
dar boa recompensa aos justos e vingar os ímpios, ou seja o valor da luz e das
trevas.
Sucede-se que à medida que ele sofre dos
pensamentos estranhos, assim deleita ele de ter bons pensamentos. E se há um
tempo em que ele não tem pensamentos estranhos então está ele feliz. E no tempo
de humildade ele deve receber vitalidade e alegria do futuro, ou seja que
eventualmente o Criador terá misericórdia dele e o aproximará.
Ocorre que através dos pensamentos
estranhos ele aumenta a refeição, ou seja o tempo em que ele terá bons
pensamentos e pode louvar e agradecer ao Criador por agora o aproximar Dele.
Portanto, os pensamentos estranhos são
principalmente em prol de lhe trazer alegria — que ele anseie pelo tempo em que
possa servir o Rei sem defeitos. Isto eleva os pensamentos estranhos — apresentados
nos livros — onde uma pessoa deve corrigir os pensamentos estranhos se eles
vierem até ela no meio da obra.
Que o Criador nos ajude a sermos
recompensados com servir o Criador com alegria e um bom coração,
Teu amigo