18 de Janeiro, 1956
Olá e tudo de bom para o meu amigo, que está atado aos grilhões do
meu coração …
Uma resposta para tua carta de 29 de Dezembro, 1955, para a qual
até agora não tive tempo para responder devido a estar sobrecarregado com o casamento
de minha filha.
E a respeito da primeira pergunta, “Por que Jacó, nosso pai,
abençoa os filhos através de um anjo?” É explicado nos escritos do Ari que NRN de Tzadikim [justos] são a interioridade dos três
mundos, Beria, Yetzira, Assiya.
A origem das almas é do mundo de Beria,
a Ruachderiva do mundo de Yetzira e Nefesh é do mundo de Assiya. E
todas as doações derivam do mundo de Atzilut,
chamado, “Ele, Sua vida e Sua essência são um.”
No muno de Atzilut, as dez Sefirot acolá se dividem em três discernimentos:
1, Keter; 2,Chochmá e
Bina; 3, ZA e Malchut.
Elas são consideradas Shoresh,
ou seja Keter, Mochin, portanto Chochma e Bina e os vasos
dos Mochin, portanto ZA e Malchut, chamados “macho”
e “fêmea,” Israel e Lea, Jacó e Raquel. Os ZON recebem os Mochin para as almas dos justos, que são a
interioridade dos três mundos BYA.
O operador e o transmissor da abundância superior é o Anjo Matat (Metraton), Ver em O Zohar (Vayetze, p 36 e na Sulam [comentário da Escada], item 71, que
ele lá escreveu). O Anjo Matat é chamado o “ministro do mundo,” cujo nome é
como o nome de seu rav. Numa altura ele é chamado pelo nome HaVaYaH e noutra altura pelo nome Shadai,
uma vez que ele realiza duas operações.
1.
Ele recebe a Chochma e dá a BYA e então é ele
chamado Shadai, como em, “Ele
disse para Seu mundo, ‘chega,’ não mais vos espalhais,’” se referindo à
abundância de Chochma, pois
houve umaTzimtzum [restrição]
sobre receber a Chochma nos Kelim [vasos] da vontade de receber. Desta
forma, o Emanador trouxe de volta a perna esquerda da Tav para cima e por causa disso, a perna da Tav é densa pois Ele trouxe a perna esquerda de
volta para cima para que ela não iluminasse para as Klipot [cascas] (ver a “Introdução para o
Livro do Zohar,” p 26, e na Sulam,
item 23).
2.
O segundo discernimento do Anjo Matat é quando também ele tem Chasadim para doar sobre os inferiores. Nessa altura
seu nome é como o nome de seu rav que é HaVaYaH e Matat é
completado e é chamado pelo nome de seu mestre, HaVaYaH.
Quando Jacó abençoou seus filhos, ele teve de propagar a bênção de
acordo com a ordem do grau, até que a abundância fosse propagada para os inferiores.
Deste modo, ele propagou a abundância para os filhos do Anjo Matat e de Matat a
abundância fluiria para os filhoos. Foi
por isso que Jacó abençoou seus filhos através do Anjo Matat, que é o doador e
o transmissor da abundância do mundo de Atzilut para NRN de Tzadikim e para os três mundos BYA e foi por isso que ele
disse, “O anjo redentor me abençoará.”
Com isso vais entender tua segunda pergunta a respeito de “meu
nome no meio Dele,” que escreveu Maimónides, “pois Meu nome está incluído no
meio Dele” Perguntaste, “O que significa que seu nome é como o nome de seu Rav?”
uma vez que não temos realização na Sua essência, mas somente no revelado.
A questão é que um nome conjunto significa que cada nome indica
uma realização, pois aquilo que não alcançamos não definimos com um nome. E
qualquer realização na espiritualidade é precisamente onde há uma conexão entre
o que é alcançado e aquele que alcança. Isto é chamado “compartilhada por
aquele que alcança e aquilo que é alcançado juntos.” Então podemos dizer que há
a divulgação de um nome, uma forma e uma limitação especifica sobre a abundância.
Mas, aquele que alcança sem aquilo que é alcançado não se pode falar de
qualquer forma ou limitação e nenhuma realização se aplica a isso. Isto é considerado
como “Não há pensamento ou percepção dele de todo,” como em “essência sem
substância” (Ver no “Prefácio ao Livro do Zohar of Zohar,” p 50, item 12).
Este é o sentido de Seu nome, ou seja que aquilo que alcançamos
através do Anjo Matat, é como o nome de seu rav que também é especificamente
uma divulgação, ou seja que Matat dá aos ZON,que
são os vasos dos Mochin
de Atzilut, onde há dois discernimentos— Chochma e Bina—que aparecem aos
inferiores na forma de Chasadim e Chochma.
Quando Matat dá Chochma,
ele é chamado pelo nome de seu rav, pelo nome Shadai.
E quando ele dá Chasadim também, então o nome de seu rav é HaVaYaH.
E então Matat é chamado “o ancião de seu lar que governa sobre tudo aquilo que
tem,” onde o Anjo Matat é o ministro do mundo e governa o mundo, ou seja que
através dele a abundância se propaga para os mundos BYA e são incluídos em NRN de Tzadikim.
Este é o sentido de “Meu nome no meio Dele,” ou seja Matat que dá
os nomes a Matat se refere à forma da abundância que consiste de duas formas,
que são Chochma eChasadim, que estes nomes
operam em Matat de acordo com a medida do nome do rav que ele propaga.
E a respeito de tua terceira pergunta, por que a Sagrada Torá
elabora na introdução a Efraim para Manassés, podemos explicar isto de acordo
com a regra que temos no trabalho do Criador, que a meta sempre deve estar perante
ele e saber qual é seu papel na vida e até que ponto final deve uma pessoa
chegar para que possa ela dizer que alcançou a paz e sossego.
Isto assim é pois somente então quando a meta final é revelada
perante ela se pode uma pessoa preparar a si mesma com todos os meios e activar
as forças à sua disposição. Não fosse isto, não saberia ela como equilibrar
suas forças e a guarda, pois o verdadeiro meio requisitado em prol de ter
guarda nos caminhos que envolvem perigos, quando ele não conhece a inteira
força do inimigo que espreita, se ele não sabe quem é o verdadeiro inimigo que
deve ser subjugado. Deste modo, quando começando a falar as ordens da obra e
ter de abençoar no trabalho, a meta deve ser de absoluta importância.
Também, é sabido que quando começando a caminhar no caminho da
obra, um começa do leve ao pesado. Inicialmente aprendemos e fazemos as coisas
mais fáceis de entender e de fazer e então aquilo que é um pouco mais difícil,
etc., até que estejamos acostumados e experimentados nos caminhos da guerra da
inclinação. Nessa altura atacamos nós os mais ferozes ataques.
Sucede-se que temos duas coisas que devemos colocar uma antes da
outra. A visão de José foi que deveriamos principalmente falar dos caminhos da
obra de acordo com a ordem, ou seja do mais fácil para o mais difícil. E a
visão de Jacó foi que primeiro e antes de mais nós temos de falar da meta.
Esboço e Apêndices para Esta Carta
1) A respeito de tua terceira pergunta, “Por que elabora a Sagrada
Torá tanto na introdução Efraim para Manassés: É sabido que preceder um ao outro
depende da importância da questão. A respeito da obra do Criador, devemos saber
o que é mais importante, ou seja dar a principal ênfase ao ponto principal,
sendo a meta.
…Está escrito em O
Zohar (Yayechi 4:14, e na Sulam, item 41) que há dois
grandes e importantes ministros. Um ministro é de Efraim, cuja qualidade é
manter Israel no exílio e os fazer lá multiplicar. O outro ministro é de
Manassés, desta forma sua qualidade é de fazê-los esquecidos no exílio.
Explica ele lá que há dois tipos de juízos: 1) julgamentos de Rachamim, chamadosMalchut em Bina e um de Malchut em Malchut chamado “julgamentos que vêm de Malchut.” Explica ele que cada
ministro consiste de ambos discernimentos.
…Ele lá explica que o ministro de Manassés consiste de Rachamim (misericórdia) e julgamento em
misericórdia e o ministro de Efraim consiste de misericórdia e julgamento em
julgamento, chamadoMalchut.
Sucede-se que Jacó os abençoou, portanto que o julgamento seria
mitigado e com isso haveria a redenção. E uma vez que a ordem da obra está em
misericórdia e então julgamento, pois é sabido que há quatro discernimentos: 1)
receber em prol de receber; 2) doar em prol de receber; 3) doar em prol de doar;
4) receber em prol de doar.
Os primeiros dois discernimentos não são realmente de acordo com o
caminho da Torá, mas de acordo com a ToráLishma [pelo Seu bem], começando com doar em
prol de doar e isto é chamado a “qualidade de misericórdia.” O segundo
discernimento de Torá Lishma é chamado “receber em prol de doar” e isto é
chamado a “qualidade de julgamento.?
Foi por isso que José quis abençoa-los sobre a ordem da obra, onde
primeiro vem a qualidade de misericórdia, chamada Manassés e então a qualidade
de Efraim, chamada julgamento, mas Jacó abençoou de acordo com a ordem de
importância, ou seja que a correcção completa é a qualidade de julgamento ser
corrigida, que é chamado de “as trevas brilham como a luz.” A visão de Jacó foi
que embora comecemos a obra com a qualidade de misericórdia, a meta deve ser
revelada perante ele — que o propósito é alcançar o fim da correcção e posteriormente começar a trabalhar de acordo com a ordem, ou seja com a qualidade
de misericórdia.
2) Anjo: A Shechina [divindade] é chamada um anjo, como
está escrito, “Eis! Eu envio um anjo perante vós.” Ela é chamada um anjo pois a Shechina trabalha através de Matat. Isto assim é
durante o exílio, mas no tempo da redenção ele está em Dvekut [adesão] com o rei chamado ZA (Vayechi p 18, itens 53, 23).
3) Ver na porção, Vayetze (p 36, item 71 na Sulam), onde ele explica o que
está escrito nas correcções [Tikunim] (Tikun nº 70, p 119) sobre o versículo, “e os
animais correram para lá e para cá.” “Lá” é Nuriel e “cá” é Matat. Interpreta
ele lá na Sulam que “lá” significa Chochmae
“cá” significa Chasadim. Uma
vez que ele já tem Chochma,
ele vai receber Chasadim. Ocorre
que ele já tem as completas Chochma e Chasadim juntas. É por isso que Matat é chamado o “ministro
do mundo,” uma vez que há plenitude nele para os inferiores nos três mundos BYA onde as NRN de Tzadikim se encontram, que são chamadas a “interioridade
de BYA.”
Este é o sentido do “ancião de sua casa manda em tudo aquilo que
tem,” ou seja que ele tem Chochmae Chasadim. Ao governar o mundo,
ele está com o nome Shadai,
que é o primeiro discernimento de “e para lá,” ou seja da Sefira Chochma, que é esquerda e este é o
sentido do nomeShadai. Posteriormente ele sobe, que é o segundo
discernimento de “e para cá.” Significa isto que ele regressa ao nome HaVaYaH que é Chasadim e ele é
chamado pelo nome de seu mestreHaVaYaH.