Artigo Nº 22, 1988/89
Como vemos, quando é que uma pessoa faz
perguntas? Quando ela carece. Ela pergunta, “Por que preciso de sofrer por não
ter aquilo que penso necessitar?” Ela vai para o Criador com queixas e
exigências e pergunta, “Por que preciso de sofrer?” Mas quando uma pessoa tem
abundância, que perguntas há para fazer quando ela sente que é livre, que não
está escravizada por coisa alguma, ou quando sente que aquilo que ela não tem a
faz sofrer, dando-lhe espaço para perguntar, “Por quê”?
Desta forma, devemos entender por que
fazemos perguntas especificamente na noite de Pessach, que é o festival da
liberdade? Também, elas são chamadas “quatro perguntas,” ou seja quatro vezes
“Por quê,” precisamente quando não lhe falta nada.
De acordo com o que diz o Ari, a noite de
Pessach é mais completa que a véspera de Shabat. Ele diz que na véspera de
Shabat há uma ascensão de Malchut até Mochin
de Neshama, mas na noite de Pessach, há uma ascensão de Malchut até Mochin
de Chaya, tal como no dia de Shabat (ver, Shaar HaKavanot).
Logo, devemos entender por que fazemos perguntas especificamente num tempo de
plenitude. Certamente, há muitas respostas para isso e vamos interpretá-lo na
obra.
É sabido que no trabalho que nos foi dado
na Torá e Mitsvot [mandamentos] assim é para que através deles
nos corrijamos e sejamos dignos de receber deleite e prazer, dado que esta foi
a razão pela qual o homem foi criado, como é sabido que o propósito da criação
é fazer o bem às Suas criações. Contudo, para evitar a vergonha aquando da
recepção dos prazeres, dado que cada ramo deseja se assemelhar à sua raiz e uma
vez que a raiz doa sobre as criaturas, há disparidade de forma entre o dador e
o receptor. E isto causa-nos a vergonha.
Desta forma, para a corrigir, uma Tzimtzum [restrição]
e ocultação foram colocadas sobre a Providência superior. Logo, através da Tzimtzum e
ocultação, um lugar foi feito no qual estamos tão longe do Criador que isso nos
faz ter muito pouco entendimento da Sua orientação sobre Suas criações. Está
escrito sobre isso na “Introdução a O Estudo das Dez Sefirot” (Itens 42-43), onde
ele diz que se a Providência fosse revelada e por exemplo, aquele que comeu
algo proibido instantaneamente se engasgasse e aquele que realizasse um Mitsvá [mandamento]
imediatamente descobrisse um deleite maravilhoso nele, semelhante aos maiores
prazeres no nosso mundo, que tolo alguma vez pensaria em provar algo proibido
quando sabedoria que imediatamente perderia sua vida por isso, ou esperaria
receber um grande prazer corpóreo quando viesse parar à sua mão? Assim, aTzimtzum e
ocultação que foram feitas para corrigir a vergonha nos causam todo o trabalho
e afastamento do Criador.
Sucede-se que a Tzimtzum e
ocultação foram feitas para beneficiar o inferior. Logo, não faz sentido
perguntar à Providência, “Por que o Criador nos trata como nos parece, pois não
vemos o bem e sofremos no exílio, pobreza, e assim por diante?” Por outras
palavras, todos se queixam sobre por que o Criador se comporta com orientação
oculta para nós, que é só para o melhor.
Por esta razão, é proibido escarnecer da
Sua orientação — o modo como Ele se comporta com as criaturas. Em vez disso,
devemos acreditar com fé acima da razão que ela deve ser precisamente como a
vemos. E a respeito do que sentimos, devemos caminhar nos caminhos da Torá,
como os sábios nos instruíram a comportar com todos esses sentimentos que sentimos e dizermos sobre eles com fé acima da razão, “Eles olhos têm e não
vêem,” como está escrito no artigo de 1943.
É sabido que há uma proibição sobre o
escárnio. Contudo, pensamentos frequentemente que o escárnio, que é tão mau, é
entre as pessoas. Mas na verdade, o escárnio é principalmente entre o homem e o
Criador, como está escrito (Shemot Rába, Capítulo 3, 12), “Moisés
apanhou o acto da serpente, que escarneceu seu Criador, como se diz, ‘Pois Deus
sabe que no dia em que comeres dela teus olhos se abrirão e tu serás como
Deus,conhecendo o bem e o mal.’”
Com o supracitado, podemos ver porque é
pior o escárnio que outras coisas. É porque o escárnio vem principalmente da
serpente, que escarneceu o Criador e lhe disse, “O Criador vos ordenou a não
comer da árvore do conhecimento, mas mantê-la em ocultação e esconderijo.” A
serpente lhe disse sobre isso, “Não deves obedecer a aquilo que Ele te disse,
que a árvore do conhecimento deve permanecer escondida dos inferiores.” Em vez
disso, seu argumento era que tudo devia ser aberto.
Esse foi o escárnio da serpente. Sucede-se
que ela falou sobre a Providência, que a conduta do Criador com as criaturas de
orientação oculta era errada. Mas na verdade, a ocultação é somente para que as
criaturas sejam capazes de receber o deleite e prazer sem vergonha. E isto pode
apenas ser quando as criaturas recebem tudo do Criador, ou seja a inteira
recepção será somente em prol de doar.
Acontece que o escárnio da serpente não e
parcial. Em vez disso, ela falava sobre a inteira correcção que foi executada
sobre Malchut para que os inferiores, que derivam dela, fossem
capazes de alcançar Dvekut [adesão], chamada “equivalência de
forma,” pela qual deve haver a correcção que as permite receber o deleite e
prazer sem desagradabilidade, chamada “vergonha.”
Por causa desta correcção, nos foram dados
a Torá e Mitsvot pelos quais seremos capazes de sair do amor
próprio, que é separação do Criador e alcançar equivalência de forma. É como
disseram nossos sábios, “Eu criei a inclinação do mal; Eu criei o tempero da
Torá.” E de acordo com o escárnio da serpente, haverá Providência aberta, ou
seja que tudo será divulgado, embora o Criador explicitamente tivesse dito a
Adão, “Mas da árvore do conhecimento tu não comerás.” Em vez disso, este
discernimento deve ser coberto e somente no fim da correcção será possível
iluminar este discernimento.
E sobre isso, também, a serpente lhe disse
para não obedecer ao Criador. Por outras palavras, o Criador não o fez em favor
de Adão, que a orientação do Criador sobre as criaturas — o Bom que faz o bem —
seja oculta, mas por outras razões. Sucede-se que o escárnio da serpente era
uma questão geral, ou seja ela disse que todas as correcções que devemos fazer
pelo poder da Torá e Mitsvot não são pelo propósito do homem.
Esta é a razão pela qual o escárnio é a
mais severa de todas as proibições, dado que ele abrange o todo da Torá. Por
outras palavras, com este escárnio, todas as correcções que foram feitas não
deviam ter sido feitas. Logo, dado que é tão grave entre o homem e o Criador, a
proibição entre uma pessoa e seu amigo é uma questão grave, também, como
dissemos sobre “ama teu amigo como a ti mesmo,” que Rabbi Akiva disse ser a
grande regra da Torá.
Sucede-se que aquele que escarnece actua
no oposto da regra, “Ama teu amigo como a ti mesmo.” Assim, o escárnio entre
uma pessoa e seu amigo é também uma regra. É por isso que é tão grave proibição.
Com o citado, podemos interpretar aquilo
que nossos sábios disseram (Sanhedrin 38), “Rav Yehuda disse,
‘Rav disse, ‘Adam HaRishon era herege.’ E RASHI explica, ‘‘Era herege’ significa que ele pendeu para a idolatria.’’”
Isto é muito difícil de entender. Adam
HaRishon falou para o Criador. Como pode aquele que fala para o Criador ser herege — que seu coração penda para a idolatria? Afinal, o Criador falou
para ele, então como pode ele estar enganado ao ponto de seu coração pender
para a idolatria?
Como dissemos acima, o Criador lhe disse
que a árvore do conhecimento deve estar em ocultação e não deve ser divulgada
antes do fim da correcção. Quando a serpente veio até ele e lhe disse para não
obedecer ao Criador, que este grande prazer se encontrava na árvore do
conhecimento, que o Criador escondeu dele, ele levou o escárnio da serpente
para o coração. Foi por isso que ele “era herége.”
RASHI interpretou que seu coração pendia
para a idolatria, ou seja que seu coração pendia para aquilo que a serpente lhe
dizia — que seria melhor se houvesse Providência aberta no mundo, como a
serpente lhe aconselhou. Isto é chamado “herege,” aquele que não gosta da Sua
governança. Significa isto que ele pensava de acordo com o conselho da
serpente, que se a árvore do conhecimento fosse revelada e houvesse Providência
aberta, muitos se envolveriam na obra sagrada. Isso seria pela citada razão que
todos manteriam a Torá e Mitsvot pois ela estaria toda vestida
na razão, dentro da razão e não que tudo tenha de ser acima da razão.
Por outras palavras, a árvore do
conhecimento significa que tudo é revelado dentro da razão e sobre isso foi o
mandamento de se refrear de comer. Isto é, nossa obra para o Criador deve ser
acima da razão, embora seja razoável pensar que se tudo estivesse vestido
dentro da razão, os servos do Criador se multiplicariam.
Este é o sentido do escárnio da serpente,
que falou mal da Providência. Uma vez que o Criador fez a obra do Criador ser
acima da razão, isso não significa que o Criador faria tudo dentro da razão. Em
vez disso, devemos acreditar, embora não entendamos, que esta orientação é a
melhor.
E assim disse Baal HaSulam — que o Criador
escolheu o caminho de fé acima da razão pois o Criador sabe que é o caminho
mais bem sucedidod para os inferiores alcançarem a meta chamada “Dvekutcom
o Criador,” que é equivalência de forma, chamada “receber em prol de doar.”
E embora o pecado da árvore do
conhecimento se relacione a altos graus — a luz do fim da correcção — como é
explicado na “Introdução ao Livro Panim Meirot u Masbirot,” em
respeito à nossa obra — devemos interpretar que aquele que escarnece da
Providência, dizendo que ele não quer acreditar que Sua orientação sobre as
criaturas é benevolente e isso assim é para acreditarmos acima da razão.
Contudo, uma pessoa diz, “Se houvesse
Providência aberta, eu poderia ver com a minha mente que o Criador doa
benevolente sobre todas as criações e se ela fosse dentro da razão, somente
deste modo seria capaz de manter a Torá e Mitsvot.” Isto veio por
causa do pecado da árvore do conhecimento — que um homem quer avançar
especificamente dentro da razão e não acreditar acima da razão. Assim, quando ele
não quer acreditar que ela é em benevolência, ele escarnece o Criador. Isto
está enraizado no tempo em que a serpente escarneceu para Adam HaRishon contra
o Criador.
E uma pessoa que quer avançar
dentro da razão é chamada “o pecado da árvore do conhecimento.” Este
pecado aparece de duas maneiras, em duas perguntas que derivam dele: 1) A
pergunta de Faraó, que questionou, “Quem é o Senhor para que eu obedeça à Sua
voz?” significando que é difícil para ele acreditar em alguma coisa que
contradiga a razão. E outra coisa deriva daí, uma segunda pergunta, “Por que
deve um trabalhar para beneficiar o Criador e não a si mesmo?” Por outras
palavras, ele pergunta, “Que ganharei eu ao trabalhar pelo Criador e não para
mim?”
Com o supracitado podemos entender o que
vemos, que até depois do homem ter superado e ter dito que ele assume sobre si
mesmo caminhar no caminho da verdade e começar a acreditar na fé nos sábios, a
razão dita que cada dia ele deve avançar e se mover em frente. Todavia, um vê
que é na realidade o completo oposto — cada dia ele regride. Logo, a razão o
faz dizer, “Esta obra de avançar na doação não é para mim. Em vez disso, isto é
obra para uns poucos escolhidos.” Ele entender que passaria melhor se escapasse
à campanha.
E que lhe é dito? Que ele deve uma vez
mais avançar em fé acima da razão e desconsiderar aquilo que a razão o obriga a
fazer. E é como está escrito no ensaio, “Fé no Seu Rav” (1943), um não consegue
ver o seu verdadeiro estado. Em vez disso, ele deve avançar em fé acima da razão
e somente neste caminho podemos nós alcançar a meta e sermos recompensados com Dvekut [adesão]
com o criador.
Contudo, devemos entender o que nos dá
sentir dentro da razão que estamos a regredir em vez de progredir. Por outras
palavras, para que propósito precisa um de sentir que ele está em declínio?
Qual é o benefício disso? Nós vemos que num estado de ascensão, quando ele tem
um desejo pela espiritualidade e considera os prazeres mundanos — aqueles que o
mundo inteiro persegue de modo a obter estes prazeres — como se eles tivessem
sido criados desnecessariamente, ou seja que seria melhor se o Criador tivesse
criado todas as criações desfrutando de coisas espirituais.
Logo, a respeito de pensamentos de
descidas, o que ganha um pelo facto de após cada ascensão, ele chegue a uma
descida? Como resultado, uma pessoa sempre pergunta, “Quantas são as ascensões
e as descidas e por que são elas necessárias de qualquer modo? Seria melhor se
pudesse permanecer no estado de ascensão.”
Mas a resposta é que é impossível
valorizar qualquer coisa sem conhecer sua importância. Por outras palavras, há
uma regra que a alegria que uma pessoa recebe em alguma coisa depende da
importância da coisa. Por vezes é dada a uma pessoa algo de importante e se ela
o pudesse valorizar, ela receberia grande prazer dela. Mas uma vez que ela não
conhece o valor da coisa, essa pessoa não consegue desfrutar dela, excepto à
medida que ela compreende sua importância.
Por exemplo, uma pessoa compra um objecto,
um livro, que não é assim tão belo por fora e mais tarde o livro é re-editado e
custa mais, mas dado que ela não tem muito dinheiro, ela comprou este livro. E
o vendedor, também, não estava consciente da importância do livro e lho vendeu
a um preço baixo. Mas um tempo mais tarde, um homem entra na sua casa, vê o
livro e diz, “Uma vez que este livro foi impresso há 300 anos atrás, este livro
vale uma fortuna, pois só há três livros destes no mundo.” Agora que ele ouve
sobre o grande valor do livro, ele começa a desfrutar do livro.
A lição é que nós não temos o conhecimento
para valorizar a ascensão. Isto é, nós não temos o conhecimento para entender o
valor de um único minuto de termos o poder de acreditar no Criador e de termos
alguma sensação da grandeza do Criador, que num estado de ascensão nós temos o
desejo de nos anularmos perante Ele sem qualquer rima ou razão, como uma vela
perante uma tocha. Naturalmente, não conseguimos desfrutar do facto de o
Criador nos ter aproximado e nos ter dado alguma proximidade, da qual devíamos derivar a alegria e animo que ela nos devia trazer. Porém, dado que não temos a
importância a respeito disso, podemos desfrutar somente de acordo com a
importância, como explicado na alegoria.
Foi por isso que nos foram dadas
ascensões, para sermos capazes de aprender a importância das ascensões, como
está escrito, “Tal como a vantagem da luz é a partir das trevas.”
Especificamente através das descidas, um pode chegar a conhecer e a valorizar
as ascensões e então consegue ele desfrutar das ascensões e chegar a sentir que
“Eles são nossas vidas e a duração de nossos dias.” Mas quando um não conhece a
necessidade da fé pois ele pensa que se envolver em Torá e manter Mitsvot é
suficiente para ele estar entre os servos do Criador, não lhe são dadas
descidas do alto de modo a valorizar as ascensões.
Sua obra é no exterior. Eles não têm
intenção de entrar para o interior. Por outras palavras, sua meta não é estarem
completamente anulados perante a Kedusha [santidade] — onde
santo significa “retirado e separado de si mesmo,” como está escrito, “Tu serás
sagrado pois Eu sou sagrado,” — altura a qual haverá a autoridade do Criador
pois o inferior se deseja anular perante a raiz e tudo o que ele vê é que é
vantajoso viver somente para beneficiar o Criador.
Para uma pessoa estar num estado onde ela
deseja viver somente para dar contentamento ao Criador, ela deve se abastecer
com grande fé na grandeza do Criador, para que lhe seja vantajoso se anular a
si mesma pelo benefício do Criador. E a fé que ela adquiriu durante sua
educação não lhe é suficiente. Pois com a fé que ela adquiriu durante a
educação, ela já consegue trabalhar e manter a Torá e Mitsvot em
todos os seus detalhes e precisões. Isto assim é pois ela não tem de se anular
a si mesma perante o Criador. Em vez disso, ela pede do Criador que dado que
ela mantém a Torá e Mitsvot que o Criador nos ordenou através
de Moisés, que por isto o Criador conceda todos os seus desejos.
Ela acredita em recompensa e punição e
certamente, como disseram nossos sábios (Avot, Capítulo 2, 21), “Se
estudaste muita Torá, confia no teu senhorio que te pague a recompensa pelo teu
trabalho.” Assim, dado que a base que o obriga a manter Torá e Mitsvot depende
da recompensa, não do dador da recompensa, ela não tem de se envolver na
grandeza da fé do Criador, mas somente na grandeza ou pequenez da recompensa.
Então, não há pergunta sobre ascensões e descidas, acreditar na grandeza e
importância do Criador. Em vez disso, a única coisa que é pertinente é se ela
se envolve em Torá e Mitsvot ou se ela se enfraquece na
observação pois ela nem sempre acredita na recompensa.
Isto faz com que aqueles que se envolvem
em Torá e Mitsvot em prol de receber recompensa — que por
vezes estão entre pessoas que não acreditam na recompensa e punição — a serem
capazes de influenciar uma pessoa com seus pensamentos, que lhe causará a até
se desviar completamente do Judaísmo. Assim, elas não devem entrar em contacto
com pessoas que são livres nas suas visões, dado que elas lhes trazem
pensamentos estranhos sobre a fé na recompensa e punição. Mas ao todo, aqueles
que se envolvem em Lo Lishmanão experimentam subidas e descidas, ou
seja que não há necessidade para a presença de descidas.
Mas aqueles que desejam trabalhar por
causa da importância do Criador, que sempre precisam de aumentar a fé na
importância e na grandeza do Criador, que somente a importância e a grandeza do
Criador os obriga a manter a Torá e Mitsvot em
prol de alcançarem Dvekutcom o Criador, essas pessoas sempre devem
assumir e valorizar a grandeza do Criador. Elas devem sempre avaliar se elas
têm algum apoio na espiritualidade, isso é pois o Criador as está a aproximar,
enquanto elas mesmas são completamente impotentes a menos que vejam que derivem
algum benefício disso para si mesmas. Sucede-se que o trabalho principal é se
anular a si mesmo. Todavia, isto é contra a natureza; somente pela Sua salvação
o conseguem elas alcançar.
Logo, durante a ascensão, uma pessoa pensa
que isso já é uma coisa natural e que ela não precisa da ajuda do Criador de todo.
Assim, uma correcção foi feita, chamada “descidas,” que a um lhe é sempre
mostrada a medida da sua força — do que ele consegue fazer sozinho e como ele o
vê. Mas quando ele é jogado fora do seu estado, onde ele pensava que já era um
humano e não como as bestas que trabalham para si mesmas, subitamente ele não
consegue sequer sentir que eles o desejam jogar abaixo para sua humildade, na
qual ele se descobre posteriormente.
E todavia, durante o declínio, ele não vê
que está a começar a declinar. Em vez disso, quando ele desce, ele permanece
inconsciente. E depois de estar em baixo durante algum tempo, ele também recebe
ajuda do alto e lhe é dito, “Deveis saber que agora estás em declínio.” E antes
de lhe ser dito que ele está inconsciente, ele não sabe coisa alguma. Porém, um
deve acreditar que isto, também, assim é, dado que o conhecimento não vem por
si mesmo. Em vez disso, é mostrado a um que estas descidas lhe foram dadas para
aprender que é possível valorizar o estado de ascensão. Mas durante o declínio,
um não consegue aprender coisa alguma dele.
Porém, durante a ascensão ele consegue
fazer um verdadeiro julgamento e dizer, “Agora estou num estado de fé e isto
chegou até mim do Criador. Inversamente, eu cairia imediatamente para um estado
de amor próprio.” Se ele não fizer este cálculo e agradecer ao Criador por o
aproximar, ele é imediatamente jogado. Sucede-se que é impossível obter
verdadeiro prazer da aproximação do Criador a menos que ele a consiga
valorizar, como foi dito acima, “Tal como a vantagem da luz é a partir das
trevas.”
Sucede-se que para as criaturas receberem
o deleite e prazer e o sentirem, essas descidas foram todas necessárias. Elas
são chamadas “exílio" e isto é chamado “Divindade no exílio” ou “Divindade no
pó.” E somente com isso terá um os Kelim [vasos] para sentir o
deleite e prazer.
Com o supracitado, podemos entender por
quê especificamente no tempo da liberdade, que é a noite de Pessach, a completa plenitude, como diz o Ari, que Malchut tem a mesma Gadlut,
dado que Malchuttem Mochin de Chaya e assim é na
noite de Pessach.
A resposta é que precisamente durante uma
ascensão, quando um pensa de descidas elas têm o poder de exibir a importância
das ascensões. Inversamente, um é semelhante a aquele a quem lhe é dado algo
que vale uma fortuna e o usa e desfruta dela como se valesse alguns centavos.
Logo, especificamente no tempo da
liberdade, é possível fazer as perguntas. Isto é, não se trata da pergunta, mas
precisamos das perguntas em prol de entendermos as respostas, tal como disse Baal
HaSulam sobre o que está escrito, “Falai agora nas orelhas do povo e deixai-os
questionar a cada homem seu próximo.” RASHI interpreta que ele os alertou que
esse justo dirá, “E eles os servidão e eles os afligirão” e isso se tornará
realidade neles e “Posteriormente sairão eles com grandes posses” não se
tornará realidade neles. E há uma pergunta, “Se o Criador desejou dar grandes
posses ao povo de Israel, não podia o Criador as dar? Tinha ele de dizer ao
povo de Israel para ser fraudulento e levar os vasos de prata e vasos de ouro
dos Egípcios?”
A resposta é que quando o Criador disse
para Abraão, “Para te dar esta terra para tu a herdares,” Abraão questionou, “Com
o que saberei que a vou herdar?” “E disse ele para Abrão, ‘Sabei de certeza que
tua semente será um estranho numa terra que não lhe pertence ... e
posteriormente sairão eles com grandes posses.’” E ele perguntou, “O que vemos
na resposta do Criador para a pergunta de Abrão, ‘Com o que saberei...,’ que ao
estarem numa terra que não lhes pertence, ou seja no exílio, Abrão podia estar
certo que eles herdariam a terra?”
Disse ele que uma vez que não há luz sem
um Kli [vaso], ou seja não há preenchimento sem uma carência e
Abrão disse para o Criador que ele não via que eles precisariam de luzes tão
grandes, chamadas “a terra de Israel.” Por esta razão, disse o Criadorpara ele
que ao estarem no exílio e pedirem ao Criador para os libertar do exílio, como
os libertará Ele? Somente com grandes luzes, dado que “A luz nela o reforma.”
Assim, então eles teriam a necessidade de grandes luzes.
E explicou ele sobre isso que foi por isso
que o Criador disse que eles levariam emprestados Kelim [vasos]
dos Egípcios — ou seja levariam a rigidez dos Egípcios, como num empréstimo —
para receberem as luzes e então lhes devolveriam os Kelim. Por
outras palavras, eles levaram a rigidez em prol de entenderem as respostas. É
como foi dito que é impossível compreender a luz senão de dentro das trevas. É
por isso que todas as perguntas vêm especificamente no tempo da liberdade.