Artigo Nº 27, Tav-Shin-Mem-Vav, 1985-86
Está escrito em O Zohar, BeHukotai [Nos
Meus Estatutos] (item 49), sobre o versículo, “E Eu, também, te atormentarei
sete vezes pelos teus pecados”: “Vinde e vede, o amor sublime do Criador por
Israel é como um rei que tinha somente um filho que pecou perante o rei. Um
dia, ele pecou perante o rei. O rei disse, ‘Todos esses dias te tenho golpeado
mas não recebeste. Doravante, vê o que te farei. Se eu te expulsar da terra,
ursos podem te atacar no campo, ou lobos selvagens ou assassinos te exterminar
do mundo. O que devo fazer? Em vez disso, tu e eu sairemos para a terra.’
Assim, Eu, também, pois o que está escrito significa que tu e Eu sairemos para
a terra, ou seja iremos para o exílio, ‘E eu te punirei,’ para ires para o
exílio. E se eu disser que te abandonarei, eu, também, estou contigo.”
Devemos entender o sentido da saída do
povo de Israel para a terra no estrangeiro, que é chamado “exílio entre as
nações.” O que significa isso na obra? Isto é, o que é “terra” e o que é a “saída
da terra”? Também, o que significa quando os pecadores punem uma pessoa e lhe
dão exílio entre as nações no mundo? Ou seja, qual é a correcção em sair para o
exílio debaixo do governo das nações do mundo?
Devemos entender também como pode ser dito
que o Criador, também, deixa a terra com o povo de Israel para o exílio, uma
vez que “a terra inteira está cheia da Sua glória” e está escrito, “Seu reinado
governa sobre todas as coisas.” E ele até sustenta as Klipot [cascas/peles],
então como pode ser dito que Ele sairá para o exílio com o povo de Israel como
se Ele não estivesse na terra?
Para entender o citado na obra primeiro
precisamos de saber o que é a terra de Israel e o que é o estrangeiro e por que
sair para a terra do estrangeiro é considerado exílio entre as nações. Devemos
entender que o exílio é uma correcção por pecados. Isto é, ao sofrer o exílio,
os tormentos do exílio os farão se arrepender e então será possível os trazer
de volta para a terra. Mas está escrito, “E eles se misturaram com as nações e
aprenderam suas obras,” então que tormentos do exílio estão eles a sentir, que
podem ser uma causa para que eles se arrependam e regressem para a terra? Isto
é, o que podemos nós saber sobre o que é bom na terra de Israel de modo a
desejá-la e que esta terra venha a ser uma razão que os obrigue a se
arrependerem pelo amor à terra?
É sabido que a terra é chamada Malchut e
a “sagrada Shechina [Divindade]. Ela é também chamada “a assembleia
de Israel,” que é a inclusão de todas as almas. Isto significa que ela deve
receber o deleite e prazer que estava no pensamento da criação de fazer o bem
às Suas criações, ou seja que as almas receberão o deleite e prazer.
A ordem da cascata foi do mundo de Ein
Sof [sem fim/infinito] até ao mundo da Tzimtzum[restrição]
e então até à linha na qual os cinco Partzufim [plural de Partzuf]
de AK estão vestidos e então os cinco Partzufim de Atzilut.
Posteriormente, Malchut de Atzilut foi emanada dos
três mundos BYA e então Adam HaRishon foi criado e
a exterioridade do seu corpo, que é semelhante ao presente corpo material, foi
feita de Biná de Malchut de Assiya, como está
escrito em O Estudo das Dez Sefirot (Parte 16, p 1912, item
43), “Posteriormente ele teve NRN de BYA e
então NRN deAtzilut.
Sucede-se desta forma que a terra é
chamada Malchutde Atzilut e está escrito sobre o mundo
de Atzilut, “Mal não morará convosco,” ou seja que não há mal lá de
todo, mas somente em BYAhá escrutínios de bem e mal. Em vez disso,
o deleite e prazer que Ele contemplou dar às almas é revelado. É como nossos
sábios disseram sobre o versículo, “‘No princípio Deus criou’: não há princípio
senão Israel, pois tudo é por Israel, ou seja pelas almas de Israel.”
Depois de Adam HaRishon ter
pecado com a árvore do conhecimento ele foi expulso de Atzilut e
desceu para BYA. Então ele começou a se arrepender a corrigir
aquilo que ele havia pecado. Com isto ele entrou novamente no Jardim do Éden,
ou seja Atzilut. A correcção foi que ele foi expulso do Jardim do
Éden, como está escrito (Génesis, 3:22), “E o Senhor disse, ‘E agora, ele pode
estender sua mão e levar também da árvore da vida e comer e viver para sempre.’
E o Senhor Deus o enviou para fora do Jardim do Éden, para lavrar a terra da
qual ele foi tirado.”
Baal HaSulam explicou o medo pelo qual ele
foi expulso do Jardim do Éden, pois está escrito, “Ele pode estender sua mão e
levar também da árvore da vida e comer e viver para sempre.” Disse ele que uma
vez que o homem pecou com a árvore do conhecimento, se uma pessoa é punida, ou
seja sofre da punição que lhe foi dada, este sofrimento a faz se arrepender e
corrigir o defeito que ela havia causado.
Mas se ela não for punida e não sentir
sofrimento do pecado que ela cometeu, certamente não entenderá que ela se deve
arrepender por isso. É como O Zohar escreve (“Introdução para
o Livro do Zohar,” item 192), “Rabbi Shimon chorou e disse, ‘Ai se eu digo, ai
se eu não digo. Se eu digo, os ímpios saberão como servir seu mestre.’”
Ele interpreta na Sulam [comentário
sobre O Zohar] como se segue, “Com isto ele implica que não podia
revelar suas palavras na totalidade neste lugar de modo a não prejudicar os
ímpios. Isto assim é pois ele veio para divulgar como se apegar à árvore da
vida e nunca tocar na árvore da morte e somente aqueles que já corrigiram o
discernimento da árvore do conhecimento do bem e do mal são dignos disso. Mas
os ímpios, que ainda não corrigiram o pecado da árvore do conhecimento do bem e
do mal, não o devem saber, pois eles primeiro precisam de trabalhar em todos os
trabalhos até que corrijam o pecado da árvore do conhecimento. Você também
descobre isto no versículo, ‘A menos que ele estendesse sua mão e levasse
também da árvore da vida e comesse e vivesse para sempre’ Génesis, 3). Depois
de Adão ter pecado com a árvore do conhecimento, foi ele expulso do Jardim do
Éden por medo que se agarraria à árvore da vida e vivesse para sempre e o
defeito que ele causou na árvore do conhecimento permaneceria para sempre por
corrigir.”
Deste modo se sucede que quando levando
uma pessoa para fora da terra, ou seja do reino dos céus que ela tinha, uma vez
que ela não consegue sentir a importância da espiritualidade que ela tinha
antes de ser retirada do reino dos céus e ela vai para o exílio, como está
escrito, “E eles se misturaram com as nações e aprenderam suas obras,” isto é
considerado cair debaixo da escravidão dos idolatras. Isto é, todos os prazeres que existem nas nações do mundo também governam Israel que foram exilados.
Nessa altura eles não têm conexão com a espiritualidade, senão aquilo que estão
habituados a manter por hábito, é isto o que observam, mas além deles, não lhes
ocorre que possam ter alguma coisa para corrigir.
Sucede-se que devemos fazer dois
discernimentos a respeito do exílio: 1) Eles estão exilados debaixo da
governação das nações. A mente e intelecto que tinham enquanto na terra, quando
estavam no reino dos céus e pensavam todo o dia sobre como sair do amor próprio
e alcançar o amor pelo Criador, quando pecaram e foram para o exílio, podemos
interpretar isto na obra do indivíduo, como é sabido que o geral e o particular
são iguais. Significa isto que se uma pessoa pecar enquanto estando na terra,
ou seja se ela receber certa iluminação do alto e a usar para seu próprio
benefício, portanto dizendo, “Agora que tenho algum sabor na Torá e Mitsvot[mandamentos],
não preciso da fé acima da razão,” isto é chamado um “pecado” pois ela maculou
a fé acima da razão.
Por esta razão, ela é expulsa da terra e
cai debaixo da governação dos prazeres das nações do mundo. Assim que ela está
no exílio, prontamente sofre de esquecimento excessivo e não se recorda que
alguma vez esteve na terra, que ela estava num estado de “reino dos céus” e
pensavam somente sobre como alcançar Dvekut [adesão] com o
Criador. Ela quer continuar este caminho sua vida inteira, ou seja cuidar
somente sobre satisfazer as necessidades que o corpo exige para seu próprio
benefício e não se preocupar com coisa alguma.
Passado algum tempo e cada um tem um
cálculo diferente com Ele (ou seja que quando uma pessoa é julgada do alto,
cada um tem seu próprio cálculo sobre quanto tempo ele deve ser mantido no
exílio até que receba um despertar do alto) e ele recebe um despertar do alto e
começa a sentir que está no exílio e começa a se recordar a si mesmo que caiu
de um alto telhado para um profundo abismo.
Isto é, quando ele estava na terra, ele se
lembra que olhou para o mundo inteiro como redundante e sempre pensava, “Por
que criou o Criador os ímpios no mundo? Que alegria podem estes ímpios trazer
ao Criador?” Em vez disso, agora ele olha para si mesmo, que ele está no exílio
e o que pode ele dar ao Criador de modo a trazer contentamento no alto? Ele
começa a sentir o sofrimento que ele desceu de homem para besta, ou seja que vê
que agora ele deseja prazeres animalescos, que ele não tinha antes de ser
expulso da terra.
Agora ele começa a desejar o Criador, que
Ele o aproxime e o admita novamente na terra e saia dos prazeres animalescos e
lhe dê prazeres e nutrições dignos do homem, ou seja de acções de doação e não
que esta nutrição seja de alimento de uma besta. É como disseram nossos sábios (Peshachim,
118), “Quando o Criador disse para Adam HaRishon, ‘Tanto espinhos como
cardos crescerá para ti,’ seus olhos lacrimejaram. Disse ele, ‘Vou eu e meu
burro comer da mesma manjedoura?’ Uma vez que Ele lhe havia dito, ‘Pelo suor da
tua testa comerás tu o pão,’ sua mente foi imediatamente apaziguada.”
Soa que é como se o Criador lhe tivesse
dado o conhecimento quando Ele disse, “Tanto espinhos como cardos crescerá para
ti.” Antes o Criador lhe havia dito que, ele não via que sua nutrição era
somente de espinhos e cardos, que é somente alimentos de animal. Podemos
interpretar que o despertar do alto veio até ele e o recordou do que ele tinha
antes do pecado, que altos graus tinha ele e com a saída do Jardim do Éden é
como se ele tivesse esquecido tudo.
Isso é considerado como o Criador falasse
para ele, ou seja que ele recebeu um despertar do alto do Criador e então ele
se lembrou daquilo que ele tinha. No tempo em que começou a sentir o sofrimento
de ser expulso do Jardim do Éden e começou a chorar sobre estar no mesmo grau
de uma besta. Isto é, sua nutrição é somente aquela que pertence ao amor
próprio, que é chamada “alimento de besta.” Este é o sentido de “Seus olhos
lacrimejaram e disse ele, “Vou eu e meu burro comer da mesma manjedoura?” Isto
é, comer, que o alimenta, será semelhante a aquele de uma besta e ele não será
capaz de suscitar alegria dele, senão em matérias que pertençam ao amor
próprio.
Porém, quando lhe foi dito, “Pelo suor de
tua testa comerás tu o pão,’ sua mente foi imediatamente apaziguada.” Interpreta
RASHI “Pelo suor de tua testa” significando após de teres muitos problemas nisso. Devemos interpretar o sentido de “problemas.” De acordo com o que
aprendemos, se um já chegou a sentir que ele está num grau que é semelhante ao de
uma besta, isso significa que a sensação também deve ser à medida que ele trás
ao sofrimento, que ele derrame lágrimas sobre seu humilde e pobre estado, como
nossos sábios disseram, “Seus olhos lacrimejaram.”
Deste modo, o sofrimento que ele sente
sobre ser semelhante a uma besta dá-lhe a força para querer fazer grandes
esforços para sair do amor próprio, que e considerado como uma besta e ser
recompensado com alimento de homem. Isto é, que agora ele consiga desfrutar de
acções de doação.
Sucede-se desta forma que devemos fazer
dois discernimentos a respeito do citado exílio:
1) Ele está no exílio mas não sabe que
está no exílio. Em vez disso ele está feliz como está. Em vez disso, ele
procura quantidade — mais dinheiro, mais respeito, etc. Porém, já esqueceu que
em tempos esteve no grau humano, chamado “terra,” que é o reino dos céus. Não
lhe ocorre sequer que ele deve mudar seu sustento. Em vez disso, ele não pensa
que as nutrições que recebe nos vasos de amor próprio, chamados de “alimento de
animal,” precisam de ser substituídas, ou seja ter pensamentos sobre dar.
Acontece que ele não quer mudar a origem
da provisão, onde ele está a ser alimentado somente com aquilo que entra nos
vasos de amor próprio. Em vez disso, ele quer substituir as matérias que entram
nos vasos de amor próprio. Por exemplo, ele gostaria de mudar seu apartamento
pois já não desfruta do apartamento em que vive e quer um apartamento
diferente, uma vez que um novo apartamento é algo que ele consegue desfrutar.
Também, mudanças na mobília pois não consegue ter prazer daquelas que tem. Ao
ter nova mobília, sua vontade de receber terá algo para desfrutar.
2) Todavia, ele não quer mudar a fonte da
sua provisão, ou seja dizer que sua provisão deve vir de uma fonte que dá
somente aos vasos de doação. Isto ele, Deus nos livre, não contempla, como é sabido
que os receptores não conseguem compreender como pode haver provisão de ele
dar. O dador é ao contrário. Quando ele vê que se envolve em recepção tem
vergonha de si mesmo por fazer algo que ele considera ser baixo. Mas na
verdade, nós devemos mudar a fonte da nutrição, uma vez que há nutrição que
derrama em vasos de amor próprio e esta nutrição vem das Klipot. Contudo,
há nutrição que entra em vasos de doação e esta vem dos mundos de Kedusha [santidade].
Portanto, de acordo com os dois
supracitados discernimentos no exílio, a questão é, “Quem faz com que um sinta
que ele está no exílio, como foi dito sobre o exílio no Egipto, ‘E os filhos de
Israel suspiraram da obra’” Temos de dizer que este despertar veio do Criador,
ou seja para que eles não permaneçam no exílio, ou seja num estado de equecimento,
o Criador envia o despertar.
Deste modo acontece que eles sentem que há
espiritualidade, mas que a espiritualidade está num estado de humildade e seus
corações dóem sobre o facto de que a Shechina está no exílio e
por que a espiritualidade tem o sabor de pó. Isto é, quando querem trabalhar em
prol de doar, não conseguem valorizar este trabalho como deviam sentir que agora
ele faz a obra sagrada e não a obra de pessoas que são semelhantes a bestas.
Mas a questão é ao contrário, que quando
ele trabalha para o benefício do homem, sente ele bom sabor na obra. Mas quando
ele trabalha para o Criador, ele não sente qualquer sabor. Isto é, o mesmo acto
que ele faz, se ele vê que sua vontade de receber tem algo para receber, que a
recompensa ilumina para ele durante a obra e é por isso que ele sente bom
sabor, se ele substitui a intenção durante a obra e diz que faz este trabalho
não em prol de receber recompensa, prontamente sente ele sua fraqueza, que não
consegue fazer um esforço e o trabalho começa a abrandar imediatamente.
De acordo com o citado, se sucede que o
Criador aparentemente vem até ele e lhe diz, “Olha para o baixo estado em que
te encontras. És tal como uma besta.” Então começa ele a sofrer por não ter
quaisquer sentimentos de seres humanos. Dói-lhe e ele sente o sofrimento e dor
de estar no exílio debaixo do governo das nações do mundo. Portanto, agora
sente ele que tem maus prazeres, adequados para as setenta nações.
Mas antes desta revelação chegar até ele,
em prol de sentir sua humildade, ele vivia num mundo que tudo era Deus, ou seja
que não lhe causava qualquer deficiência de que estivesse num estado de
humildade. Ele não sentia que isso era humildade, mas em vez disso ele se
comportava como todos os outros, cujas únicas aspirações são cobiça, respeito e
dinheiro. Mas agora que a revelação lhe chegou do Criador, que ele verá que é
como uma besta e não como um homem, ele sofre, uma vez que estaria feliz se
saísse do exílio.
Mas dado que agora está no exílio, ele vê
que não vê um caminho para fora do exílio. Sucede-se que estes tormentos lhe
causam instabilidade. ISto é, ele não sabe o que fazer. Por um lado, agora ele
vê que sente a verdade, ou seja o tipo de pessoas a quem ele pertence, uma vez
que há pessoas que pertencem à animalidade e há pessoas que pertencem a
pessoas. E se queremos ser mais precisos, devemos discernir três tipos: 1) pessoas
que nada têm a ver com o Judaísmo, 2) pessoas que se envolvem na Torá e Mitsvot,
mas em prol de receber recompensa, 3) pessoas que trabalham não em prol de
receber recompensa.
Acontece que por um lado, agora pode ele
estar muito feliz por ver a verdade, ou seja com que tipo de pessoas ele se
encontra e por que grau deve ele se esforçar por alcançar. Mas ao mesmo tempo
ele sente dor e sofrimento por ver quão longe ele está da Dvekut [adesão]
com o Criador. Ou seja, ele vê que não consegue fazer coisa alguma pelo Criador
e que tudo aquilo que faz é pois ele quer receber recompensa pelas suas acções,
mas em respeito ao desejo de doar, ele não consegue ver que virá a ser capaz de
sair delas sozinho.
Sucede-se que ele deseja o estado de
quando ele pertencia ao segundo tipo, quando ele tinha a força para trabalhar
porque a recompensa iluminava para ele e na sua mente ele estava num estado que
é próximo do Cridor. Sele sempre falaria para o Criador e Lhe pediria
recompensa pelo seu trabalho e ele sentia-se completo e que não precisa de
coisa alguma pois estava certo da recompensa, ou seja que ele mantinha os mandamentos
do Criador. E o Criador certamente via que não muitas pessoas desejam manter
Seus mandamentos, mas ele se esforça em manter Seus mandamentos, então o
Criador certamente o favorecerá e lhe dará uma grande recompensa por isso.
Naturalmente, após tal cálculo, uma pessoa
sente que está alto no céu entre as núvens e que elas olham para o mundo, pois
indubitavelmente o mundo existe através da sua Torá, como disseram nossos
sábios, “O mundo não fica de pé sem a Torá” (Tavo). Sucede-se que
então ele estava verdadeiramente entre as pessoas mais felizes do mundo.
Mas agora que ele emergiu do segundo
estado, o Criador iluminou a verdade para ele, que a obra do Criador é
principalmente doar contentamento sobre o Criador e não para o seu próprio
benefício e ele vê quão longe está ele da verdade e sente o oposto. Isto é, onde
ele pensou que em vez de Lo Lishma [não pelo Seu bem] tivesse
eu Lishma [pelo Seu bem], sentiria o bem, que estou bem com o
Criador, ou seja que tento Lhe obedecer tanto quanto o possível e que sou
considerado um “servo do Criador.” E certamente, toda a recompensa que o
Criador nos prometeu está pronta para mim, então de que mais preciso eu?
É tanto mais assim quando começo a avançar
em prol de doar. Prontamente serei elevado. Porém, isto assim não é. Em vez
disso, agora que ele chegou a sentir a verdade, que a coisa principal é
trabalhar pelo benefício do Criador e certamente ele deve estar feliz que,
graças a Deus, ele chegou ao caminho certo que conduz à proximidade do Criador,
então eu devo estar constantemente animado e dizer, “Graças a Deus, vejo que o
Criador tem misericórdia sobre mim e não me deixa trabalhar em vão. Em vez
disso, todo meu trabalho será agora em prol de alcançar a meta, chamada “Dvekut com
o Criador.”
Todavia, ele sente que seu estado é o
oposto, ou seja que ele não tem a mesma alegria que tinha enquanto trabalhando
em prol de receber recompensa. Isto assim é pois agora ele vê que não tem apoio
do seu corpo, dado que agora diz ele ao seu corpo, “Sabe que deste dia em
diante eu não te darei quaisquer lucros na obra, pois agora não trabalho para
meu próprio benefício. Em vez disso, eu quero trabalhar somente para beneficiar
o Criador. Então o corpo não concorda lhe dar a força para trabalhar. Sucede-se
que agora ele está num estado de humildade.
Contudo, antes da revelação da verdade
chegar até ele, ele estava sempre animado, vendo como cada dia ele somava nas
acções e a recompensa estava garantida. Mas agora é a verdadeira hora, em que
ele pode dar e orar honestamente ao Criador para o tirar do exílio, uma vez que
ele recebeu a revelação do alto — que ele está no exílio, controlado pelas
nações do mundo, chamadas “vontade de receber em prol de receber. Assim, ele
não tinha deficiência que o Criador preenchesse, ou seja para o conduzir para
fora do exílio. Acontece que o Criador lhe deu o Kli [vaso], ou
seja a deficiência e então Ele lhe deu a luz e ambas a luz e o Kli vêm
do alto.
Com isto podemos interpretar aquilo que
questionámos sobre o que diz o sagrado Zohar para Israel
quando pecaram, o Criador disse, “E Eu vos punirei, para irem para o exílio. E
se disseres que Eu vos abandonarei, Eu, também, estou convosco.” Questionámos
como era possível que o Criador saísse da terra no estrangeiro, para o exílio,
dado que “a terra inteira está cheia da Sua glória” e como se pode dizer que
Ele sai? Também questionámos o que a punição de sair do exílio nos acrescenta,
ou seja que certamente, tudo aquilo que faz o Criador, Ele faz somente em favor
do homem, então o que ganha o homem ao ir para o exílio debaixo do governo das
nações do mundo?
De acordo com o que explicámos acima,
sucede-se que ao dizer “A terra inteira está cheia da Sua glória” vem para nos
ensinar que da perspectiva do Criador não há mudanças no mundo. Em vez disso, é
como está escrito, “Vós estais antes do mundo ser criado, e Vós estais depois
do mundo ser criado.” Assim, todas as mudanças são da perspectiva da
qualificação dos receptores. Isto é, à medida que eles conseguem atribuir seu
trabalho somente para doar sobre o Criador, a essa medida a Tzimtzum [restrição]
é removida e a luz que está escondida dos inferiores é revelada e os inferiores
recebem o deleite e prazer.
Isto é considerado o povo de Israel estar
na terra, ou seja sentirem que o Criador é a terra de Israel. Isto é, uma vez
que o povo de Israel está na terra de Israel, o Criador é chamado segundo a
acção de Se fornecer a si mesmo às criaturas para que elas O reconheçam e
conheçam quando forem dignas disso. Se elas pecarem e possam macular, ou seja
receber abundância superior do superior e a passar às Klipot, que
são amor próprio, então Ele deve ser “retirado” da terra de Israel, ou seja que
a Tzimtzum se levanta uma vez mais e a luz parte.
Isto é considerado abandonar a terra, que
é o lugar do reino dos céus, chamadoShechina e sair para o exílio
debaixo do governo das nações do mundo.
A correcção de sair para o exílio é 1) que
primeiro, eles não estraguem a abundância. 2) Que ao estarem no exílio, o Criador
não os deixa no exílio, como explicámos acima que por vezes uma pessoa está no
exílio mas não sabe o que é o exílio, que um deve correr desse lugar, ou seja
do estado em que ela está e recebe nutrição desse lugar chamado “amor próprio.”
Em vez disso, é ao contrário, que ela sofre somente porque não consegue
satisfazer aquilo que as nações do mundo requerem dela, dado que elas a
controlam, ou seja que ela não consegue satisfazer todos os prazeres que
pertencem ao amor próprio.
É por isso que o sagrado Zohar diz,
“Se Eu vos expulsar da terra, ursos podem atacar-vos, ou lobos selvagens ou
assassinos vos podem exterminar do mundo.” Isto é, eles vos removerão
completamente do mundo espiritual e permanecerão somente no mundo corpóreo, chamado
“amor próprio.”
Desta forma, em prol de não ficar perdido
no exílio, o Criador, também, vai para o exílio com eles. Isto é, Ele lhes
aparece numa forma de exílio. Isto é, o Criador é chamado “Seu nome,” segundo o
trabalho que Ele faz. Dado que Ele lhes dá o exílio, ou seja que eles sentem
que estão no exílio, isto é considerado o Criador ter saído para o exílio com
eles. Ele lhes dá a sensação de que foram expulsos da terra e que agora estão
debaixo do governo das nações do mundo.
Agora entenderemos o que questionámos, “Qual
é a correcção de ser expulso da terra?” 1) Que eles não estraguem aquilo que
alcançaram. Isto é considerado conhecer seu Mestre e tencionarem se revoltar.
Sucede-se que ele conhece seu Mestre mas não consegue estar num estado de
somente doar. 2) Ao estarem no exílio elas sentirão a necessidade de estarem
somente num estado de doação, pelo qual serão recompensados com Dvekut com
o Criador. Assim, o sofrimento do exílio os reformará. E devemos interpretar o
que questionámos, “O que significa que o Criador saiu para o exílio?” uma vez
que o Criador lhes dá o sabor do exílio, isso é considerado que o Criador saiu
da boa e agradável terra,” lhes dando, aquilo que é para seu benefício.