1921,
Varsóvia
Em
honra ao amado da minha alma ... que sua vela arda para sempre.
Eu
já lhe escrevi duas cartas, mas não tive tempo de enviá-las para você. Na
verdade, eu gostaria de vê-lo antes de minha partida no dia 22 de Av. Agora eu gostaria de oferecer-lhe um gosto do mel do meu
favo de mel.
Está
escrito: “Destruirás aqueles que falam a mentira; o Senhor aborrecerá o homem
sanguinário e fraudulento” (Salmos
5:6). Há uma alegoria sobre um rei que
tomou sobre si ensinar a seu filho suas táticas de realeza. Mostrou-lhe a
terra, seus inimigos, e seus amigos.
O
rei também deu a seu filho uma espada de seus tesouros escondidos. A espada
possuía um poder maravilhoso: Quando ele a mostrava para os inimigos, eles
prontamente caíam diante dEle como esterco sobre a terra.
O
filho do rei foi em frente e conquistou muitos países, saqueou grande despojo e
teve grande êxito.
Com
o tempo, o rei disse a seu filho: “Agora subirei até a torre e me esconderei
lá. Você senta no meu lugar e lidera toda a terra com sabedoria e poder. E aqui
está também este escudo, que, até agora, ficou escondido entre os tesouros do
reino. Nenhum inimigo ou malfeitor será capaz de prejudicálo enquanto tiver
esse escudo com você”.
O
rei tomou a espada, amarrou-a ao escudo, deu para seu filho, e sozinho o rei
subiu à torre e se escondeu lá.
O
filho do rei não sabia que a espada e o escudo foram amarrados um ao outro, e
uma vez que ele não tinha a menor consideração pelo escudo, ele não o vigiava.
Assim, o escudo foi roubado dEle e, com ele, a espada.
Quando
a notícia se espalhou pela terra, que a espada e o escudo haviam sido roubados
do filho do rei, o soberano da terra, eles imediatamente se tornaram
insolentes, e os seus inimigos travaram guerra com ele até que o levaram
cativo, ele e todas suas muitas posses. Com o inimigo em mãos, eles verteram a
sua vingança sobre ele, e se vingaram por toda a injúria que ele causara a eles
nos dias de liderança do pai. A cada dia eles batiam nele ferozmente.
O
filho estava envergonhado diante de seu pai, porque o sofrimento de seu pai
machucava-o mais do que o seu, então ele resolveu fazer uma espada e um escudo,
exatamente como os primeiros, para apaziguar seu pai e para mostrar a ele sua
sabedoria e poder.
Com
táticas, ele fez uma espada que era semelhante à primeira, e fez um escudo
semelhante ao primeiro escudo.
Com
suas armas na mão, ele chamou o pai no topo da torre: “Tenha orgulho de mim,
pois um filho sábio alegra a seu pai”. E enquanto ele estava chamando seu pai,
seus inimigos estavam ferindo seu cérebro e fígado.
E
quanto mais eles batiam nele, mais ele superava a fim de apaziguar seu pai, gritando:
“Eu não tenho medo de nada, agora, e quem pode brigar comigo quando eu tenho a
minha espada e escudo na mão?”
E
quanto mais ele se vangloriava, mais seus inimigos batiam e o machucavam,
pedras e paus que aterravam em sua cabeça, e o sangue escorria pelo rosto. E o
tempo todo ele tentava manter-se em pé, com orgulho, como um herói, para
mostrar a seu pai que agora ele não tinha medo de nada, que em comparação com o
seu poder eles eram como o pó na balança, uma vez que a espada o ajudava, ou o
escudo o ajudava.
Isto
é o que o poeta deduziu, “Destruirás aqueles que falam a mentira”, ou seja,
aqueles cujas faces são como a face de um macaco ante a face do homem, que faz
por sua própria força uma espada, como o Criador fez. E, além disso, eles
desejam jactar-se de seu trabalho como o Criador alardeia. Diz-se sobre eles, “o
Senhor aborrecerá o homem sanguinário e fraudulento”, pois ele faz um escudo artificial
e se gaba de que ele não sente dor, etc., e isso, também, o Criador abomina–aquele
que mostra o falso pretexto dizendo que é sábio, forte e destemido, mas é cheio
de enganos e busca táticas ardilosas. Isto o Criador abomina.
No
entanto, toda a plenitude está no nome santo, Deus da minha justiça, de quem
cada órgão e tendão sabe que o local de instilação da Divindade está no lugar
da justiça, ou seja, no conhecimento absoluto que todos os Seus pensamentos são
justos, e nunca um homem em qualquer lugar do mundo tomou um mau passo, assim
como não dará um bom passo por ele mesmo.
E,
apesar de todos acreditarem nisso, é sabendo que eles precisam– para que possa
estabelecer-se no coração. É como um primeiro conceito, onde o fluir de um
coração verdadeiramente fiel ao Criador pode disseminar este conceito ao mundo,
como qualquer coisa simples e aceitável se instala suficientemente no coração.
Este
é o significado de “E você buscará ‘de lá’ o Senhor, teu Deus, e achará”. Este
é também o significado da bênção “Bom e faz o bem”, que faz o bem aos outros,
pois o Seu atingimento é verdadeiramente bom, e por isso Ele é chamado de “bom”.
Este nome é facilmente atingido por qualquer pessoa, e também é chamado de “Deus
da minha misericórdia”. Mas, porque é tão facilmente aceitável, devido à
facilidade de aceitá-lo, o particular não permanece sobre todas as pessoas.
É
por isso que o trabalho no exílio e observar a Torá na pobreza é, evidentemente,
revelado aos olhos de todos os órgãos de um servo do Criador–o santo nome: “Deus
da minha justiça”. Ou seja, isso não foi de todo ruim na realidade, mesmo por
um diminuto momento, que é o significado de “e faz bem”, o que significa que
ele não aparece no “bom”, mas apenas sobre o “bom para os outros”, pois nisso,
também, é para o melhor. Esta é uma questão muito profunda e importante, e essa
unificação não deixa espaço nem mesmo para ... naquele tempo, outro que não
seja ele.
Este
é também o significado de “O Senhor é um e Seu nome é ‘Um’”, que é alcançado
tão fácil por aqueles que são completos.
Yehuda Leib