10 de Outubro, 1955, Londres
Para o meu amigo,
Ontem, recebi tua carta dirigida às
pessoas de Gateshead. Entretanto, passo tua carta aos amigos de Londres
gostaria principalmente de fazer com que eles respondam a tua carta para que
haja correspondência entre vós. Se isto tiver sucesso, trará grande benefício
tanto na corporalidade como na espiritualidade.
Escrevo-te o conteúdo da palestra que dei
num dia de semana do festival de Sucotperante os estudantes do
falecido Rav Desler a respeito da “sombra da fé”: Nós temos de saber que “sombra,”
ou seja ocultação, é o Kli (vaso) para ser recompensado com a
luz da fé.
Com isso interpreteu as palavras de nossos
sábios sobre o versículo, “para que tuas gerações possam saber que Eu fiz os
filhos de Israel viverem em Sucot (cabanas).” Elas foram
nuvens de glória, de acordo com as palavras de Rabbi Eliezer. Rabbi Akiva diz
que eram verdadeiras Sucot. E eu questionei, “Como pode haver
tamanha disputa fundamental entre eels, onde um diz, verdadeiras Sucot,
ou seja cabanas corpóreas e outro diz uma Sucá espiritual, de
nuvens de glória?”
Porém, ambas são as palavras do Deus vivo
e não há disputa aqui que se pareça. Em vez disso, um diz que a coisa principal
é mencionar os Kelim (vasos) e o outro as luzes. VerdadeirasSucot significa
verdadeiras ocultações, da palavra “sapé,” que é chamada “sombra.” Rabbi
Eliezer diz que devemos mencionar as luzes, chamadas “sete nuvens de glória,”
que é considerado fé. Ambos os discernimentos coincidiram no tempo do êxodo do
Egipto. Desta forma, quando nos endireitamos, somos recompensados com a luz.
Porém, não devemos pensar que não há deleite ou prazer quando trabalhando em Lishma (pelo
Seu bem).
Eu lhes contei uma alegoria sobre isso:
Devemos saber que o mundo foi criado com um desejo de receber. Desta forma,
assim que nasce um bebé, ele quer desfrutar até ao seu dia final — tal como
para nós brincarmos com ele. E quando ele cresce, ele só quer deleite e prazer.
Devemos saber que prazer é uma coisa
espiritual. Não conseguimos percepcionar o prazer; ele é luz e há uma regra que
não há luz sem um Kli. Desta forma, cda prazer deve vir dentro de
certa roupagem.
Por esta razão, determinamos que cada
deleite e prazer são a verdade, uma vez que cada prazer se propaga da luz e a
única diferença entre o homem e a besta está somente na vestimenta, ou seja nos Kelim.
E certamente, a luz se veste de acordo com o valor do Kli. Contudo,
isto é no particular. No geral, não há diferença entre um grande homem e um
pequeno homem mas somente na vestimenta.
Tal como vemos que quando uma pequena
menina brinca com uma boneca, o prazer que ela sente é real e se nós, os pais,
queremos que ela abandone a boneca e vá comer, a menina pensa que tem pais
crueis, mais maus que os vizinhos, uma vez que os vizinhos não a interrompem a
brincar e seus pais interrompem. Também vemos que se há um bebé de seis meses
na casa e ele chora e dizemos para a menina, “Por que brincas com a boneca e a
beijas? É um bebé falso, vem e brinca com um bebé verdadeiro,” ela recusa,
embora estejamos certos que esta é uma vestimenta verdadeira.
E se pudermos dizer para a menina, “Por
que gostamos de brincar com um bebé verdadeiro?” ela não terá resposta. Mas se
lhe dizemos, “Vês como a mãe do bebé brinca com ele?” ou “Até outras pessoas
brincam com o menino e o beijam e nunca acontecerá que um crescido brinque com
uma boneca e a beije.” Nessa altura ela provavelmente vai responder que o
verdadeiro prazer está na realidade na boneca, ou seja numa vestimenta falsa e
a razão pela qual os adultos beijam e brincam com bebés verdadeiros é somente
que não têm desejo por prazer, mas eu quero desfrutar da minha vida, então devo
ser feliz com a boneca.” É certamente assim, mas uma pessoa que não está
suficientemente desenvolvida não consegue derivar prazer da verdadeira
vestimenta embora haja prazer lá. É semelhante ao caso de Lo Lishmae Lishma.
Esta alegoria contém a resposta para a
carta do teu amigo …
Baruch Shalom HaLevi Ashlag