Aos meus estudantes,
Nós precisamos renovar nosso trabalho cada dia, serve isto para
dizer que precisamos de esquecer o passado. Se não tivemos sucesso no passado,
precisamos de começar de novo outra vez. Como o comerciante que abre uma loja
que falhou – ele fecha aquela e imediatamente começa outra e ele está cheio de
esperança que embora o velho negócio tivesse falhado, o novo de certeza terá
sucesso. Isto é semelhante a nós; embora no passado não tivéssemos sucesso, no
futuro seguramente teremos sucesso – mas nunca permanecer inactivos – pois sem
quaisquer esforços, é certo que qualquer sucesso é impossível.
Precisamos de acreditar que Ele seguramente nos favorece e
mereceremos a Luz da Sua Torá, esta é A Torá da Verdade e a Verdade nos protege
e nos atrai para a Luz da Sua Torá para que mereçamos a união com Seu Nome
Abençoado para sempre. Como ensinaram os sábios (Taanit 5, lado 2): "R.
Yohanan disse: Jacob, nosso pai, não morreu, mas então ele respondeu a si mesmo
com ‘mas não foi embalsamado e enterrado’ – mas o que pretendo dizer refere-se
ao versículo: ‘E vós Jacob, meu servo, não tenhais medo pois o Senhor está agradado;
e não ficais aterrorizado Israel pois Eu estou aqui, vos atraio de longe e a tua
descendência da terra do vosso cativeiro”. Tal como sua descendência está viva,
então também, está ele (Jacob) vivo.
Rabbi Shlomo ben Yitzhak (Rashi) explica que somente quando
falando sobre a ‘vida’ é relevante falar sobre ‘cativeiro’, enquanto a respeito
da ‘morte’ é irrelevante falar sobre ‘cativeiro’ e os comentadores
questionaram: #1) independentemente, é um dilema; o grande sábio Rabbi Shmuel
Eliezer (Marshah) disse que isso significa que o corpo morre mas não a alma. Se
assim é, então por quê especificar que Jacob não morreu? E eles respondem, por
causa de Abraão e Isaac, que morreram na Terra de Israel, que não foi o caso
com Jacob, que morreu fora de Israel; é necessário ensinar que também Jacob não
morreu … e eu responderei de acordo com nosso caminho (Cabala) e nisto o dilema
será resolvido.
Como é bem sabido, no versículo: “E eles proclamaram a José
dizendo ‘Nosso pai nos ordenou antes de sua morte “Dizei a José: por favor
descuida o crime de teus irmãos … etc. "e este é um segundo dilema #2) Como
é que Jacob, nosso pai, podia ordenar tal coisa e semelhante a isso, o Midrash
questiona sobre o versículo “E ele evocou a seu filho, a José e o ordenou sobre
o funeral”. #3) Por que não ordenou ele Rúben, o filho primogénito ou Judá, um
rei? E os comentadores questionam adiante: #4) Jacob disse para José “e fazei Misericórdia
e verdade comigo,” ou seja, Misericórdia que um faz com os mortos, pois os mortos
não podem retribuir o favor, e não disse ele posteriormente a José "E eu
te darei uma porção mais que a teus irmãos” e Rashi comenta: pois à conta do
incomodo e esforço sobre meu funeral; se assim é, esta honra (que José fez para
Jacob) não é a mesma Misericórdia e verdade (pois Misericórdia e verdade para
os mortos recebe recompensa por si só). E, novamente, é difícil entender #5) por
que José disse para ele (Jacob) "Eu, próprio, farei como dizeis.” “Próprio”
é redundante. Ele devia ter dito “Eu farei como dizeis.”
E em prol de entender claramente as questões citadas, é necessário
entender o atributo de ‘A Verdade,’ que é o atributo de Jacob como no
versículo: “E eu darei Verdade a Jacob.” e meu pai, Harav Ashlag, explicou a
ideia de ‘A Verdade’ como é trazido em Hasulam, na Introdução (par. 185) que há
dois quadros de anjos – uma espécie acha defeito na Criação (do Homem) e uma
segunda espécie que defende a Criação (do Homem). Os Anjos da Verdade dizem que
o mundo é todo mentiras, serve isso para dizer que o mundo se identifica com o
desejo de receber e a Verdade é o desejo de doar em prol de Lhe dar prazer
espiritual e esta é na realidade a essência da União com Ele e como é possível
(para o Homem) obter isto? E os Anjos da Misericórdia dizem que Ele faz Misericórdias
pois por meio das Misericórdias eles obtêm União, etc. E vede lá (em HaSulam) onde
diz "…toda a pessoa preguiçosa... e jogais a Verdade ao chão…" e
significa isto para dizer, que do não pelo seu bem (desejo de receber egoísta)
um consegue merecer pelo seu bem (desejo de doar desinteressado) e se tornar
embebido com o atributo da Verdade. E Jacob, nosso pai, cujo atributo era “A
Verdade” ordenou antes de sua morte, ou seja, deu sua última vontade e
testamento a José para que ele fizesse ‘Misericórdia da Verdade’, ou seja, que
à conta disto ele chegará a merecer a Verdade; serve isto para fizer, que tudo
seria uma doação e isto foi para cada um de seus filhos e ele ordenou a José,
especificamente, que após sua morte ele, José, não procurasse saldar velhas
dividas sobre a traição de seus irmãos de o venderem e embora José visse que
seus irmãos se tivessem maculado o vendendo, independentemente, seu único
requisito era trabalhar para obter o atributo da Verdade, ou seja, de doar. E
quanto à macula, seu reparo é somente (alcançado) pelo Criador sozinho e este
reparo foi alcançado posteriormente pelo martírio dos Dez Sábios executados
pelos Romanos. E que José respondeu Eu, próprio, farei como dizeis, ou seja,
minha pessoa será como dizeis, pois eu irei somente no caminho da doação e com
isto explica por que ele disse José, (ver acima, #3) e por que ele respondeu
com ‘próprio’ (ver acima, #5). E isto resolve o dilema #2, ou seja, como é que
descobrimos que Jacob ordenou antes de sua morte a José lhe dizendo para
avançar no caminho da Verdade, que é todo doação e consequentemente é desadequado
exigir um reconhecimento sobre se ser vendido e logo, após José ter aceite isto
e ter dito “Eu, próprio, farei como dizeis” ou seja, doar, que ele (Jacob) lhe
respondeu “E eu te darei uma porção acima dos teus irmãos”; isso não arruína a
questão de ‘Misericórdia da Verdade’ ao ter recebido um presente, pois esta recepção é chamada ‘receber sob condição de doar’ pois não há interesse pessoal
nela, em vez disso todas suas acções são sob condição de doar e isto responde
ao dilema #4 – ter aceitado fazer a Verdade como ele lhe daria recompensa e
independentemente, isso é considerado ser um acto de doação completa (ou seja,
aceitar o presente não é receber recompensa para si mesmo mas na realidade é
como se ele já o doasse aos outros).
E foi isto que Rabi Yohanan disse que Jacob nosso pai não morreu,
com isto pretendemos dizer que o atributo de Jacob não morreu pois ele
transmitiu seu atributo aos seus filhos depois dele; desta forma, R. Yohanan disse
especificamente ‘Jacob’ pois a coisa principal é ‘Verdade’; se a Verdade permanecer intacta ela assegura que os aspectos de ‘Abraão’ e ‘Isaac’, os aspectos de ‘Grandeza’ e ‘Poder’ permaneçam intactos.
O que concluímos de tudo o citado é que Jacob, nosso pai, não
morreu mas em vez disso sua Torá, que é a Torá da Verdade brilha para nós e nós
merecemos avançar nos seus caminhos e nos fortalecer sempre com uma força maior
e desta forma é nossa para escutar e iluminar esses leigos que chegam até nós
com sinais de desespero; em vez disso dizer como os sábios ensinaram, que Ben
David não vêm senão inesperadamente; essa é a Redenção, que é chamada ‘Ben
David,’ vem especificamente porque os leigos são conduzidos para a distracção.
Em respeito ao comentário de Rashi que 'vivo' é só relevante ao ‘cativeiro’,
ou seja, somente quando uma pessoa está viva pode ela sentir que está em
cativeiro e o atributo de Jacob brilha sobre nós para sairmos do cativeiro e no
versículo: “E tua descendência da terra do cativeiro,” que serve para dizer que
todas as inclinações para a obra (de servir o Criador) se encontram em
cativeiro; isto é “não temas Jacob, meu servo...pois,vede, Eu te salvarei de
longe...; embora estejas tão longe como pode ser do Nome Abençoado, só por
causa disto o Criador nos promete que Ele nos salvará.” Como ensinaram nossos
sábios, não fosse o Altíssimo a ajudá-lo, ele não teria recurso. Se assim é, é
necessário entender como nosso Ajudante é um Gibur (possui grande força), como
no versículo: “O Criador é um homem de guerra e quanto à ajuda de um Gibur, o
que importa se ele precisa de estender muita ou pouca ajuda, em vez disso, como
acima mencionado, pois Eu vos salvarei de longe, até se estivermos tão remotos
quanto pode ser, Ele nos salva."