É impossível para toda a Israel chegar a essa grande pureza a não ser através do estudo da Cabala, que é a maneira mais fácil, adequada até para plebeus. No entanto, enquanto o envolvimento for apenas na Torá revelada, é impossível de se ser recompensado através disso, com excepção de alguns escolhidos e após grandes esforços, mas não para a maioria das pessoas,
Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot,” Item 36
É mais fácil atrair a luz da Torá enquanto se pratica e trabalha na sabedoria da verdade do que trabalhando na Torá literal. A razão é muito simples: a sabedoria do revelado é vestida por vestes corpóreas, externas, tais como furtos, roubos, danos, etc. Por este motivo, é difícil e pesado para qualquer pessoa apontar a sua mente e coração ao Criador enquanto estuda, de forma a atrair a luz na Torá.
Mais ainda para uma pessoa para quem o estudo do Talmud seja, por si só, pesado e difícil. Como pode ele lembrar-se do Criador durante o estudo, uma vez que o escrutínio diz respeito a questões corporais, e não pode aparecer nele em simultâneo com a intenção para o Criador?
Por isso, ele aconselha-o a praticar a sabedoria da Cabala, pois esta sabedoria está inteiramente vestida nos nomes do Criador. Assim, ele será certamente capaz de apontar facilmente a sua mente e o seu coração ao Criador durante o estudo, mesmo que seja o mais lento dos alunos. Isto é assim porque o estudo dos assuntos da sabedoria e do Criador são uma e a mesma coisa.
Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot,” Item 22
Mesmo não conseguindo através da prática da Torá revelada, visto não haver qualquer Luz nela, e estar seca devido à pequenez de suas mentes, eles poderiam ainda obter sucesso através do envolvimento no estudo da Cabala. Isto porque a Luz aí presente está vestida nas vestes do Criador: as Sefirot e os Nomes Sagrados. Eles poderiam facilmente chegar a essa forma de Lo Lishma, que os traz a Lishma.
Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot,” Item 35
Anteriormente, a Torá revelada era suficiente. Mas agora, nos dias do Messias, há uma necessidade para a Torá oculta, também. É como vemos com uma vela ardente: antes que ela se extinga, sua chama fica muito mais forte e alta. Também, anteriormente, a inclinação do mal não era tão forte e a Torá revelada era suficiente como tempero contra ela. Mas agora, antes da redenção, a inclinação se intensifica e requer fortalecimento através da oculta, também.
Rav Simcha Bonim de Pshischa, Uma Torá de Alegria, p 57
O Braita nos advertir (Hulin 24) para não esperarmos mais de cinco anos. Além disso, o Rabi Yossi diz que apenas três anos são suficientes para receber a sabedoria da Torá.
Se uma pessoa não vir um bom sinal durante esse período de tempo, não se deve enganar com falsas esperanças e mentiras, mas saber que nunca verá um bom sinal. Assim, deve-se imediatamente encontrar uma boa táctica para conseguir obter sucesso na realização Lishma e para lhe ser concedida a sabedoria da Torá...
Este é o significado das palavras do Rav, que dizem que a táctica mais segura e com maior sucesso é o envolvimento na sabedoria da Cabala. Uma pessoa deve largar o envolvimento na sabedoria da Torá revelada, visto já ter testado a sua sorte sem ter obtido sucesso. E deve dedicar todo o seu tempo à sabedoria da Cabala, onde o seu sucesso é certo.
Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot,” Item 23
Se examinarmos as suas palavras elas tornar-se-ão claras para nós como puras estrelas celestes. O texto: “é melhor ele deixar a sua mão fora disso, uma vez que testou a sua sorte nesta [revelada] sabedoria”, não se refere a sorte de perspicácia e erudição. Pelo contrário, é como explicámos anteriormente, na explicação: “Eu criei a inclinação do mal; eu criei para isso a tempero da Torá”. Significa que uma pessoa investigou e praticou a Torá revelada, e ainda assim a inclinação do mal tem o controlo e não derreteu minimamente. Isto porque ele ainda não está a salvo de pensamentos de transgressão ... Por isso, ele aconselha a deixar as suas mãos fora e a envolver-se na sabedoria da verdade.
Baal HaSulam, “Introdução ao Estudo das Dez Sefirot,” Item 22
Eu respondi a um académico que questionou sobre os escritos dos estudantes do Ari, que o estudo de OZohar é uma grande correcção com a qual iluminar a alma e a santificar. O Ari deu esta correcção a aquele que se arrependia de estudar cinco páginas de O Zohar todos os dias, embora ele não soubesse o que lá dizia, pois essa leitura ilumina a alma e a corrige. Parece que o estudo de O Zohar especificamente tem esse poder, mais que o estudo da inteira Torá, seja a Bíblia ou o Mishná, etc., essas são suas palavras.
E eu disse-lhe que indubitavelmente, qualquer estudo da Torá é exaltado e elevado, particularmente se for verdadeiro Lishmá [em Seu nome]. Seguramente, ele constrói suas ascensões nos céus e corrige os mundos e une ao amado. Ainda assim, a grandeza do estudo de O Zohar é que a Bíblia, o Mishná e o Talmude estão excessivamente vestidos e a oculta é completamente indiscernível neles. OZohar, porém, fala explicitamente dos segredos da Torá e até o mais iletrado leitor perceberá que suas palavras derivam das profundezas dos segredos da Torá. Assim, quando os segredos da Torá são revelados e despidos, eles iluminam e irradiam a alma.
O Chida, HaGedolim [Os Grandes], Conjunto de Livros, 2