“Um asno selvagem será feito homem” (Jó 11:12), porque quando um emerge do seio da Criação, um está em absoluta imundice e humildade, isto é uma multidão de amor-próprio que está impresso em ele, cujo cada movimento revolve somente à volta de si mesmo, sem uma migalha de doação sobre os outros.
Logo, então um está na longínqua distância da raiz, na outra extremidade, uma vez que a raiz é toda doação sem uma pitada de recepção, ao passo que o recém-nascido está num estado de completa auto-recepção sem uma pitada de doação. Desta forma, a sua situação é considerada como estando no mais baixo ponto da humildade e imundice no nosso mundo humano.
Baal HaSulam, Matan Torá [A Doação da Torá], Item 12
Embora o desejo de receber seja um princípio intrínseco na criatura, pois ele é toda a essência da Criação dentro da criatura, e é o Kli [vaso] apropriado para recepção da meta que está no Pensamento da Criação, no entanto, isto separa completamente a criatura do Emanador. Isto é assim, porque existe a Diferença de Forma no ponto de oposição entre ela mesma e o Emanador. Isto, porque há uma Diferença de Forma entre a criatura e o Emanador ao nível de serem opostos, pois o Emanador é completa doação sem nenhuma centelha de recepção e, a criatura é completa recepção sem nenhuma centelha de doação. Portanto, não há maior oposição de forma do que esta. Resulta, portanto, que esta oposição de forma necessariamente separa a criatura do Emanador.
Baal HaSulam, “Prefácio à Sabedoria da Cabala,” Item 13
Mal, em geral, é nada mais senão amor próprio, chamado “egoísmo,” uma vez que ele é oposto em forma do Criador, que não tem qualquer vontade de receber para Si Mesmo, mas apenas de doar.
Baal HaSulam, “A Essência da Religião e Seu Propósito”