Igulim e Yosher. Capítulo 1
Talmud Eser Sefirot
(O Estudo das Dez Sefirot)
Parte II
Explica sobre as Eser Sefirot de Igulim que apareceram após a Tzimtzum. Ohr Ein Sof rodeia-as e a inteira Ohr das Sefirot de Igulim é lhes dada pela Kav. Há onze sub-tópicos neste capítulo:
- A Kav é como um fino Tzinor.
- Hitpashtut de Ohr Ein Sof no Halal.
- A Hitpashtut veio a ser lentamente.
- O Igul não é coesivo com Ein Sof, mas esta conectado a ele através da Kav.
- Ohr Ein Sof rodeia e influencia o Igul de longe.
- Kav é chamada Adam Kadmon.
- A ordem da expansão das Eser Sefirot de Igulim.
- A Kav conecta todos os Igulim.
- Cada Olam e cada Sefirá consistem de dez Sefirot internas. Dentro de cada Sefirá há outras dez Sefirot internas, e assim por diante incessantemente.
- As Sefirot de Igulim envolvem-se umas às outras como cascas de cebola.
- Quanto mais próximo o Igul de Ein Sof, mais alto e melhor ele é considerado. Porque Olam ha Zéh está no ponto médio, o mais longínquo de Ein Sof, ele é absolutamente corpóreo.
A Kav é como um fino Tzinor
1. Esta Kav (1) é como (2) um fino Tzinor (3), onde a água da Ohr Elyon (4) de Ein Sof se expande e Nimsháchim (se prolongam) aos Olamot nesse lugar de Halal e Avir.
Ohr Pnimi
1. A Kav que se prolonga de Ohr Ein Sof para o Halal após a Tzimtzum (ver Parte 1, Cap. 2, item 2).
2. Os Kelim das Eser Sefirot de Yosher são chamados Tzinor, ou Tzinorot (plural), porque eles contêm as rotas da Ohr que viaja através deles com grande precisão e controlo. Eles garantem que ela se expanda somente através de certas rotas nesses Kelim.
Eles são como um Tzinor que canaliza a água que viaja através dele com exactidão. Eles prolongam e continuam dela na mesma forma como dentro do Tzinor. Se ele for estreito, a água é estreita; se ele for amplo, assim é a corrente e isso nunca muda.
Por essa razão, as Luzes que viajam por esses Tzinorot são chamadas Eser Sefirot de Yosher. Isso assim é porque elas se expandem em Yosher e Tzedek (honesta e justamente, respectivamente) pelas mesmas regras que esses Tzinorot.
Isto significa que quão mais puro o Kli, maior a importância da Ohr que o veste. Esta regra é imutável devido à forte influência dos Tzinorot sobre eles.
Este poder de controlo nos citados Tzinorot está lá porque qualquer desejo no Grau Superior é uma força de coação no grau inferior, que é criado por ela. Deste modo, a Tzimtzum sobre Behina Dalet, que é uma escolha livre nos Kelim de Igulim, se torna uma força de coação nos Kelim de Yosher criados por eles. Esta força chama-se Masach.
Este é o sentido das palavras no Zohar (Tikunim): “Invertei Ratzon e descobrireis Tzinor.” Isto significa que quando o Tzinor é uma Masach, uma Tzimtzum controlada, significando que quando ela detém sua vontade de receber em Behina Dalet pelo poder do Elyon que a controla, isso é o oposto da substância do próprio Kli, nomeadamente a vontade de receber. Isso assim é porque ele se impede a si mesmo de usar seu desejo.
Foi isso que eles implicaram, “Invertei Ratzon e descobrireis Tzinor.” Isso significa que o Tzinor é oposto ao Ratzon pois ele obriga seu desejo e faz o oposto do que ele quer.
É por isso que podeis encontrar em todos os ensinamentos e os escritos que quando eles querem denominar e enfatizar a partida da Ohr de Behina Dalet, eles lhe chamam Tzimtzum.
Quando queremos enfatizar o poder da Tzimtzum que é acrescentada pela Ohr da Kav que não expandiu para Behina Dalet, definimos-a como Masach, que é uma força de impedimento que previne a Ohr de alcançar Behina Dalet.
Quando discutimos o Kli em geral, ou seja o Kli e a Masach juntos, definimos-o como Tzinor. Quando discutindo a Ohr, o Kli e a Masach juntos, ou seja a Ohr que está vestida no tamanho do Tzinor, pois isso é definido como uma Kav. E quando discutimos um Kli que não tem uma Masach, denominamos-o pelo nome Igul.
3. A precisão do Rav em respeito à palavra “um” enfatiza a Tikun das três Kavim que foi realizada em Olam Atzilut. Isso conta-nos que em Olam Adam Kadmon esta Tikun ainda está ausente, e há somente uma Kav.
A razão para isso é que a Tikun de Gimel Kavim ocorreu posteriormente, em Olam Atzilut. Esta Tikun Nimshách da associação de Midat ha Rachamim com Midat ha Din. Aqui, contudo, estamos preocupados com Olam Adam Kadmon, onde esta associação ainda não tomou lugar. É por isso que há somente uma Kav aqui.
A entrada da Ohr para o Kli de Kabbalah da criatura é chamada Hitpashtut (ver Tabela de Respostas, Parte um, item 14). Foi já clarificado que o Kli de Kabbalah nesta Ne’etzal é chamado Tzinor.
4. Há um valor específico que discrimina entre os graus do nascimento do Partzuf. Nesse nascimento, as quatro Behinot desse desejo são chamadas pelos nomes: Ohr, Mayim, Rákia, e uma centena de bênçãos (ou uma centena de Portões). Isso sucede-se porque as Luzes alteram seus lugares. Devido a essa deslocação, a Ohr assume a forma de Mayim.
O Rav conta-nos que a raiz deste estado ocorreu com a aparição da Kav: A Ohr que se expande como Kav é considerada ser Mayim em respeito à Ohr Elyon. Por essa razão ele afirma precisamente: “A água da Ohr Elyon de Ein Sof.” Com a expansão da Ohr Elyon para o fino Tzinor, o valor da Ohr foi grandamente diminuído do seu valor em Ein Sof e é deste modo considerado Mayim.
Hitpashtut de Ohr Ein Sof para o Halal. A Hitpashtut ocorreu lentamente
2. Quando a Ohr Ein Sof Nimshách como uma Kav estreita (5) para o Halal acima, ela não se expandiu (6) e se prolongou todo o caminho abaixo de uma vez, mas ela expandiu-se lentamente.
Desejo dizer que no princípio a Kav da Ohr se começou a expandir e bem no início (7) de dua expansão como Kav, ela se expandiu e Nimshách e se tornou como uma Galgal (8) redonda de todos os lados.
Ohr Pnimi
5. Uma luz que se expande gradualmente, de acordo com as leis das quatro Behinot, ou seja de Zach a Av e pára em Behina Dalet, é chamada Kav Yashar (Kav directa).
6. Não ficais equivocados e interpretai os termos “ todo o caminho abaixo e de uma vez” e “lentamente” que aqui são usados, como tempos, pois é sabido que a espiritualidade está acima do tempo. Deste modo, “todo o caminho abaixo e de uma vez” significa que não há mudança de graus. O termo “lentamente” refere-se a uma ordem de graus. Ele deseja dizer que ela segue a ordem das quatro Behinot conhecidas, como explicaremos doravante.
7. Esta é a Shoresh da expansão que foi inovada, chamada Kav. Porque ela é uma nova Ne’etzal, ela tem uma nova e especialmente designada Shoresh que brilha sobre ela em Behinat Hidush. Essa He’árahchama-se a Sefirá de Keter da Kav.
A partir desta Keter, Ohr Ein Sof se expande para a Kav pelo caminho das citadas quatro Behinot: Behina Alef é chamada Chochmá; Behina Bet é chamada Biná; Behina Gimel é chamada Zeir Anpin e Behina Dalet é chamada Malchut.
O Rav diz em respeito a esta ordem que ela se expandiu “lentamente.” Ele diz que a Keter se expandiu primeiro, Chochmá depois e então Biná, Zeir Anpin, etc. (ver Tabela de Respostas parte um, item 8, o sentido da palavra, “posteriormente”).
8. Para o sentido da palavra Igul ver Tabela de Respostas parte um, item 41, e também Parte Um, capitulo um, item 100. Ela chama-se Galgal porque a Ohr Kav veste o Igul.
O Igul não é aderente a Ein Sof, mas está conectado a ele através da Kav
3. Este Igul não foi aderente (9) a Ohr Ein Sof que o rodeia de todos os lados. Isto assim é porque se ele aderir a ela (10), ele regressará a seu estado anterior e será anulado em Ohr Ein Sof. Em tal caso, seu poder não será aparente de todo e tudo será somente Ohr Ein Sof como no princípio.
Assim, este Igul é adjacente a Igul Ein Sof e não se torna aderente a ele. A conexão e adesão desse Igul emanado com o Ein Sof emanado (20) é feito principalmente através dessa Kav (30), através da qual a Ohr de Ein Sof desce, Nimshách e influencia nesse Igul.
Ohr Pnimi
9. Isso significa que a inteira Ohr que se encontra nos Igulim vem somente do que eles recebem da Kav, que é considerado nova He’aráh. Uma vez que essa Ohr tem somente três Behinot, ela difere de Ohr Ein Sof que orbita na forma de Ohr Agol.
É por isso que o Rav escreve que ela não é aderente a Ohr Ein Sof. Isto significa que a forma da Ohr Agol de Keter de Igul não é a mesma que Ohr Ein Sof, isto assim é porque Hishtavut Tzurásignifica adesão na espiritualidade (ver Parte 1, Tabela de Perguntas, item 12 e Parte 1, Cap. 2, Ohr Pnimi item 1) e o termo Sovev é considerado o “elemento causador.”
10. Se sua He’aráh tivesse estado em todas as quatro Behinot como está Ohr Ein Sof, sua Tzurá teria sido a mesma e aderente a Ein Sof. Nesse estado ela seria totalmente anulada em Ein Sof e completamente indistinguível.
20. A Luz que se expande de Ein Sof para a Ne’etzal é chamada Ohr Yashar. Esta Luz está atada à Ne’etzal por uma veste de Ohr Chozer que sobe da Masach para cima através de um Zivug de Hakaá (será explicado mais tarde). Isto é chamado Hitkashrut porque esta Ohr Chozer que ascende da Masach de Behina Dalet, da Kav directa, segura e captura a Ohr Elyon no Igul.
Assim, num lugar onde a Ohr Chozer não veste a Ohr Elyon, a Ne’etzal considera-a como ausente, porque ela não a consegue alcançar sem esta veste chamada Ohr Chozer. É como uma vela feita de sebo; embora sua força de iluminação venha principalmente do sebo, ainda assim essa Luz não está ligada a ela, mas ao pavio. Quando o pavio arde, a Luz se extingue, embora ainda haja imenso sebo de sobra.
30. A razão para isso é que não há uma Masach nos Igulim que possa elevar Ohr Chozer. Sem ela a Ne’etzal não se consegue conectar à Ohr Elyon.
Aprendemos que o Kli da Kav é chamado Tzinor e que ele é muito mais inferior que os Kelim de Igulim que apareceram com Tzimtzum Alef, antes da Kav aparecer. É por isso que o Rav nos conta que embora os Kelim de Igulim sejam muito superiores à Kav, eles não recebem qualquer Luz por si mesmos. Em vez disso são obrigados a receber todas as Luzes através da (muito inferior) Kav, pela citada razão.
Ohr Ein Sof rodeia e influencia o Igul de longe
4. O Ein Sof Sovev e revolve-a de todos os lados (40) porque ele também é como um Igul ao seu redor e longe dela (50). A He’aráh de Ein Sof nas Ne’etzalim deve somente chegar através desta Kav. Se a Ohr lhes tivesse chegado a suas imediações também, as Ne’etzalim teriam sido como o Próprio Maatzil (60), sem Gevul (ou seja ilimitadas) e Kitzbá (ou seja sem restrição) (70).
Ohr Pnimi
40. Distinguimos dois tipos de Luz em cada Sefirá: Ohr Pnimi e Ohr Makif. A Luz que está vestida dentro da Sefirá é chamada Ohr Pnimi, e a Luz que não se consegue vestir dentro dela devido à Gevul lá, é considerada permanecer na sua Shoresh. Nesse estado a Sefirá recebe dela somente uma He’aráh de longe, chamada Ohr Makif.
O Rav conta-nos que embora os Igulim estejam longe de Ein Sof, ou seja que há uma grande Shinui Tzurá entre eles, ainda assim eles recebem dela uma He’arah de longe, chamada Ohr Makif. Essa Luz brilha de duas maneiras, nomeadamente em geral e em particular. O termo Sovev relaciona-se à Ohr Makif geral e o termo Makif relaciona-se à Ohr Makif particular.
50. Ele conta-nos que esta Ohr Makif que os Igulim recebem de Ein Sof brilha e os rodeia de todos os lados, ou seja de todas as quatro Behinot. Isto significa que até Behina Dalet, onde Ohr Pnimi não brilha, ainda recebe uma He’aráh de longe pelo meio da Ohr Makif de Ein Sof.
A razão para isso é porque Ein Sof, “também é como um Igul.” Isso significa que a Ohr Ein Sof é chamada Ohr Agol porque ela não discrimina entre as Behinot e brilha e preenche Behina Dalet também. Deste modo, sua He’aráh alcança Behina Dalet dos Igulim também, embora de longe.
60. Ver resposta 10.
70. A Tzimtzum e a Masach que foram colocados sobre Behina Dalet, para que ela não recebesse Luzes no interior, coloca uma Gevul sobre a Luz. Isso limita sua expansão e pára na Gevul de Behina Dalet. O que a Ne’etzal não recebe em geral (embora diminuída pela Tzimtzum) é chamada uma Kitzbá (ração).
A ordem da expansão das Eser Sefirot de Igulim é chamada Adam Kadmon.
5. Esse primeiro Igul é o mais próximo de Ein Sof (80), e é chamado Keter de Adam Kadmon.
Posteriormente esta Kav continuou a se expandir, Nimshách um pouco e se tornou redonda uma vez mais (90), se tornando um segundo Igul (100) dentro do primeiro Igul. Este Igul é chamado Igul Chochmá de Adam Kadmon (200).
Então ela expandiu-se mais abaixo, se tornou redonda novamente e formou um terceiro Igul dentro do segundo Igul. Ele é chamado Igul Biná de Adam Kadmon (300).
Ela continuou a se expandir e se tornou redonda do mesmo modo, finalmente alcançando o décimo Igul, chamado Igul Malchut de Adam Kadmon (400).
Assim explicámos como as Eser Sefirot (1) foram emanadas como dez Igulim, um dentro do outro (2).
Ohr Pnimi
80. Devemos compreender os discernimentos nos nomes das Eser Sefirot. Por vezes referimo-nos a eles como quatro Behinot, por vezes chamamos-lhes Yechidá, Chayiá, Neshamá, Ruách, Néfesh e por vezes referimo-nos a eles como Keter, Chochmá, Biná, Zeir Anpin (consistindo de seis Sefirot suas) e Malchut.
Quando nos referimos especificamente aos Kelim, ou seja à substância da Ne’etzal, definimos-os pelos nomes de suas Eser Sefirot pelo meio das quatro Behinot na vontade de receber. Quando nos referimos especificamente à Luz que veste esses Kelim, chamamos-lhes Néfesh, Ruách, Neshamá, Chayiá, Yechidá.
Por fim, quando nos referimos especificamente aos Kelim, mas queremos enfatizar as Reshimot das Luzes que eles contêm quando são esvaziados de suas Luzes, referimo-nos a eles como Keter, Chochmá, Biná, Zeir Anpin e Malchut.
A origem dos citados dez Kelim - Keter, Chochmá etc. é atrás em Olam Tzimtzum, antes do surgimento da Kav. Ela aconteceu após o abandono da Ohr Ein Sof das Eser Sefirot, quando os Kelim permaneceram vazios das Luzes, que são chamados dez Igulim.
É sabido, que embora a Luz os tenha abandonado, ainda permaneceu um Reshimo em todo e cada Igul da Luz que ele teve. Por outras palavras, uma He’aráh muito pequena da inteira anterior Luz foi deixada em cada Kli. Esta He’aráh produz um anseio no Kli que ele não repousara e não ficará em paz até que atraia uma vez mais toda essa Ohr que teve anteriormente, tanto em quantidade como qualidade.
Esta He’aráh é chamada uma Reshimo. Sabei, que o conteúdo dos nomes das Eser Sefirot, Keter, Chochmá, etc. define principalmente as Reshimot da Luz que permaneceu nos dez Kelim.
Disto podeis aprender que não há um único desejo nos Olamot, ou sequer um ligeiro despertar de um desejo, tanto nos Elyonim bem como nos Tachtonim, que não esteja enraizado nestas Eser Sefirot de Igulim. Contudo, é claramente impossível que qualquer desejo desperte numa essência, se um preenchimento suficiente para esse Razton não tiver aparecido anteriormente.
Já clarificámos cuidadosamente na Parte 1 deste livro, que a vontade de receber não é a primeira razão da Ohr, ou seu preenchimento, como as pessoas pensam. Pelo contrário, a Luz e o preenchimento são a razão do desejo. É o atributo da vontade de doar que está necessariamente contida na Luz Superior que criou a vontade de receber na Ne’etzal, porque um desejo no Elyon se torna uma força de coação no Tachton.
Logo, a Ohr Elyon se tornou a razão para a ocorrência das quatro Behinot da vontade de receber na Ne’etzal. Estas Behinot são as raízes de todos os desejos que aparecem nos Olamot.
Deste modo, como pode um desejo aparecer sem uma razão, ou seja sem essa Ohr Elyon que o gera. Isso é comparável a afirmar que há uma criação no mundo sem um pai e uma mãe que a tenham feito.
Deveis também saber, que a inteira realidade e todas as criações que estão destinadas a chegar aos Olamot, já existem em Ein Sof. Além do mais, elas lá existem na sua completa glória e perfeição, como está destinado a aparecer nos Olamot.
Assim vedes evidentemente, que todos os desejos que estão destinados a aparecer, já apareceram e foram revelados em Ein Sof. Eles lá aparecem no seu estado perfeito e completo e foi a completude e preenchimento, nomeadamente a Ohr Elyon, que fez e criou estes desejos. Acontece que o preenchimento do desejo precede a ocorrência do desejo que está relacionada ao preenchimento e certamente o causa.
Agora podeis compreender cuidadosamente o assunto das Reshimot que permaneceram nas Eser Sefirot de Igulim depois da Tzimtzum e o abandono da perfeição e dos preenchimentos nas citadas quatro Behinot, chamadas dez Igulim. Estas Reshimot significam que todos os desejos que as preenchiam quando estavam em Ein Sof, e que agora perderam, permaneceram cuidadosamente cravados e “impressos” nelas.
Por essa razão, eles necessariamente permaneceram cobiçando e ansiando os preenchimentos e as perfeições que haviam tido. É a isto que chamamos Reshimot.
Acima dissemos, que não pode haver qualquer ocorrência de um desejo de qualquer espécie, tanto nos Mundos Superiores e no mundo corpóreo, que não esteja enraizado nas Eser Sefirot de Igulim. Há duas raízes que precedem a existência de todos os Olamot depois da Tzimtzum:
1ª raiz: Todo o desejo já existe na sua completa glória e grandiosidade. Esta é a realidade que existe em Ein Sof.
2ª raiz: Todos os desejos são completamente esvaziados do preenchimento que lhes era relacionado em Ein Sof. Esta raiz chama-se o Olam Tzimtzum. Todos os Kelim e a substância das criações se prolonga do Olam Tzimtzum. Isto significa que eles são somente Kelim vazios e desejos que perderam seus preenchimentos, enquanto todos os preenchimentos destes desejos vêm de Ein Sof.
Recordai-vos destas raízes bem, pois elas estão entre as mais necessárias de recordar enquanto continuamos a estudar esta sabedoria.
90. Não sejais enganaos na interpretação que a palavra Nimshách se refere a um lugar e uma área. Em vez disso, qualquer coisa que ganhe Aviut é considerada ser Nimshách de cima para baixo. Assim, o Zach é considerado estar acima, e o Av, abaixo.
Isto é avaliado de acordo com a proximidade de forma com Behina Dalet: quanto mais próximo de Behina Dalet, maior a Aviut é considerado que tenha e quanto mais longe dela é considerado mais Zach. “Nimshach um pouco” implica que ganhou algum Aviut e a palavra Nimshách relaciona-se à Luz da Kav.
Esta questão da Hamshachá aparece porque em toda e cada Sefira, há dez Sefirot interiores, tanto nas Eser Sefirot de Igulim e nas Eser Sefirot de Yosher.
Quando as Eser Sefirot de Keter primeiro emergiram, a Kav apareceu somente com suas três Sefirot superiores. Estas são chamadas Rosh de Keter de Yosher e seu brilho alcançou a Sefirá de Keter de Igulim, que consiste de Eser Sefirot também.
Estas Eser Sefirot de Keter de Igulim rodeiam somente as primeiras três Sefirot das Eser Sefirot de Keter da Kav. Depois disso, ou seja depois das Eser Sefirot de Igulim serem totalmente completadas, a Kav Nimshách um pouco e se expandiu mais abaixo, ou seja que produziu suas Sefirot inferiores em prol de completar a Keter com Eser Sefirot de Yosher.
Logo, estas sete inferiores Sefirot de Keter da Kav Nimshách abaixo, ou seja que se tornaram mais Av que as Eser Sefirot de Keter de Igulim. A razão de que não há Sefirot de Igulim ao redor destas sete Sefirot inferiores é que os Igulim são mais elevados que elas, ou seja mais puros e já sabeis que mais elevado significa mais puro.
Podeis compreender a razão para isso de acordo com a citada explicação (item 30) que as Sefirot e os Igulim precedem e são muito mais importantes que as Sefirot na Kav. Isso assim é porque não há Masach nos Igulim e este Masach nas Sefirot da Kav se encontra no meio de cada Sefirá, ou seja na última Behina da Rosh da Sefirá.
Por outras palavras, ele encontra-se na última Behina das primeiras três Sefirot das Eser Sefirot de Yosher. Estas Sefirot existem em toda e cada Sefirá de Yosher e são chamadas a Rosh dessa Sefirá.
Sucede-se que nossa afirmação de que a Masach está incorporada nas Sefirot da Kav é verdadeira somente nas sete Sefirot inferiores de cada Sefirá abaixo da Masach. Contudo, nas três superiores, chamadas a Rosh, não há Masach, pois elas se encontram acima dela.
Logo, estas três superiores são completamente idênticas a todas as Eser Sefirot de Igulim em que elas não têm uma Masach. Por essa razão, elas se encontram na mesma Behina e descobrireis que as Eser Sefirot de cada Sefirá de Igulim são a causa das três Sefirot superiores de cada Sefirá da Kav.
Contudo, as sete Sefirot inferiores de cada Sefirá da Kav são certamente muito piores que os Igulim. Porque pior é também considerado mais inferior, elas são consideradas como serem mais inferiores que todas as Eser Sefirot de Igulim. Não há uma única Behina de Igulim que possa estar no lugar destas sete Sefirot, devido à importância dos Igulim.
Logo foi explicado cuidadosamente como há um espaço vazio entre cada duas Sefirot de Igulim, o tamanho das sete Sefirot da Sefirá de Yosher que lá se encontra. Isso é porque todas as Eser Sefirot de Igulim da Sefirá de Keter rodeiam somente as primeiras três Sefirot da Kav.
Porém, as sete Sefirot inferiores de Keter da Kav se prolongam mais abaixo que todas as Eser Sefirot de Keter de Igulim. No fim destas sete Sefirot de Keter da Kav, as primeiras três Sefirot de Chochmá da Kav começam a emergir, rodeadas das Eser Sefirot de Chochmá de Igulim.
Assim, entre a última Behina de Keter de Igulim e a primeira Behina de Chochmá de Igulim, há um espaço vazio. É aí que as sete inferiores Sefirot de Keter da Kav se encontram, ou seja onde os Igulim não as rodeiam. É assim entre Chochmá e Biná também, como é entre cada duas Sefirot.
100. Devemos ser muito cuidadosos aqui, de modo a não sermos confundidos com descrições de espaço e área na Yosher e no Igul, que nos podem tropeçar com esta noção com um deslize da língua.
À medida que continuarmos, deveis recordar-vos que He’aráh directa significa que a Luz permeia Kelim que tenham uma Masach sobre Behina Dalet e que ela se torna redonda nos Kelim que não têm uma Masach sobre Behina Dalet.
Deveis ter em mente que embora não haja Masach sobre Behina Dalet nos Kelim de Igulim, ainda assim Behina Dalet não consegue receber qualquer He’aráh da Kav, que é uma He’aráh directa (ver item 30) e a Luz da Kav não brilha em Behina Dalet de todo, uma vez que ela deriva do poder da Masach.
Logo, a ausência da Luz em Behina Dalet de Igulim não é por causa dos Kelim, pois eles não têm uma Masach. Em vez disso, é por causa de Tzimtzum Alef que opera sobre eles. Porque Tzimtzum Alef não é considerada uma desvantagem, todas as quatro Behinot de Kelim de Igulim são de igual grau, sem qualquer diferenciação de grande e pequena. Em vez disso, as trevas que existem em Behina Dalet vem da Luz que vem da Kav e não brilha lá, como supracitado.
Agora podeis compreender que após (e porque) os Igulim receberam a Luz através da Kav, veio a ser uma diferenciação de grande e pequeno nos seus graus e também nas Eser Sefirot de Igulim. Zeir Anpin tornou-se maior e mais importante que Behina Dalet, nomeadamente Malchut, porque Malchut não tem Luz, enquanto Zeir Anpin tem Luz, uma vez que ele é Behina Gimel.
Similarmente, a Sefirá de Biná de Igulim sem uma Luz maior que Zeir Anpin, uma vez que está mais longe de Behina Dalet que Zeir Anpin, dado que ela é Behina Bet. Assim, deveis recordar-vos que todos estes graus são criados não pelos Kelim, mas pela Luz da Kav que eles recebem.
200-300. Já foi explicado em respeito aos nomes das quatro Behinot, cuja Shoresh, nomeadamente a vontade de doar que está contida na Ohr Elyon, que seu nome é Keter. O princípio da Hitpashtut para a Ne’etzal, ou seja Behina Alef, é chamada Chochmá.Behina Bet é chamada Biná, Behina Gimel é chamada Zeir Anpin (ou as seis Sefirot: Chesed, Gevurá, Tiféret, Netzách, Hod, Yesod), e Behina Dalet é chamada Malchut.
Foi também explicado que somente quando falamos da primeira substância nelas, as denominamos pelos nomes das quatro Behinot e sua Shoresh. Contudo, se estas quatro Behinot já estão contidas na Behinat Reshimot, como estavam em Olam Tzimtzum, elas são chamadas Keter, Chochmá, etc.
Agora explicaremos porque são chamadas por estes nomes:
- A Shoresh é chamada Keter porque ela não está vestida dentro dos Kelim da Ne’etzal, mas rodeia e O coroa fora de seus próprios Kelim. A palavra Keter vem da palavra Mesabév.
- Behina Alef é chamada Chochmá porque a sabedoria da Torá se prolonga dela e todos os vários tipos de sabedorias que existem no mundo, na sua forma final. Nossos sábios já definiram esse nome bem, quando disseram, “Quem é sábio? Aquele que vê o resultado.” Isto significa que à primeira vista sobre uma coisa, o sábio sabe o resultado e a consequência dela. Isso significa que ele vê todos os efeitos futuros que emergirão dela, até ao último resultado dela.
Por exemplo, quando dizeis que o doutor é muito sábio, isso significa que o doutor consegue vivamente ver todas as possíveis implicações que podem advir de uma enfermidade. Também, quando examinando certo remédio, ele percepciona totalmente todas as ramificações desse remédio sobre o corpo do doente.
Similarmente, aquele que é sábio nas condutas da natureza vê todas as implicações de um certo ser natural quando ele se conecta à realidade geral. É o mesmo em toda outra espécie de sabedoria.
Sucede-se que o sentido e definição do nome “sábio,” ou “sabedoria,” se refere somente à aptidão de saber o resultado de todo o detalhe e item na realidade, até ao último resultado.
- A partir disto podeis também vir a conhecer o verdadeiro sentido do nome Biná: Todo o poder de Hitbonenut (escrutínio/observação) de modo a ver o resultado de todo o item na realidade, tanto na sagrada Torá como na Hitzoniut, Nimshách da Sefirá de Biná, daí o nome: Biná.
- O nome Malchut (Reino) indica o poder da autoridade e coação que se prolonga dela, muito como um teme o rei, daí o nome: Malchut.
- Os nomes do resto das Sefirot serão explicados mais tarde no texto.
Agora podemos questionar: “Biná deveria chegar primeiro que Chochmá, porque a examinação do futuro e o desejo de o conhecer vêm primeiro. Além do mais, eles produzem e causam a perfeição final, ou seja o conhecimento do resultado em avançado, chamado Chochmá (sabedoria).
Certamente, já vos expliquei, que a ordem da emanação dos mundos é o oposto de como nós a compreendemos. O preenchimento do desejo vem primeiro e causa a aparição do desejo (ver item 80). A perfeição precede e causa a aparição da imperfeição, pois assim os graus pendem de Ein Sof, Tzimtzum após Tzimtzum, abaixo até ao mais corrupto, Olam ha Zéh.
400. O primeiro Olam a emanar após a Tzimtzum foi chamado Olam Adam Kadmon. Ele é também chamado Olam Keter. Os quatro Olamot: Aztilut, Beriá, Yetzirá, Assyiá, vestem este Adam Kadmon.
1. Embora eles sejam senão quatro graus, ou seja as citadas quatro Behinot, eles ainda têm Eser Sefirot. Isto é porque Behina Gimel, chamada Zeir Anpin ou Tiféret, consiste de seis Sefirot, chamadas: Chesed, Gevurá, Tiféret, Netzách, Hod, Yesod. A razão para isso será explicada no lugar apropriado.
Deveis estar conscientes da precisão no Sefer Yetzirá (Livro da Criação) – Capítulo 1, secção 4. Ele afirma como se segue: “Dez e não nove.” Isto é algo digno de anotar certamente, pois já foi explicado que todas as iluminações das Sefirot da Ohr Elyon, até nos Igulim que são completamente uniformes, não brilham em Behina Dalet, nomeadamente Malchut.
O nome Sefirá indica Luz e Kli somente quando eles estão juntos, ou seja quando a Ohr Elyon está vestida no Kli. Contudo, um Kli sem Ohr não é chamado por esse nome, pois o nome Sefirá designa claridade e brilho.
Correspondentemente, teria sido plausível pensar que Malchut não é uma Sefirá de todo, dado que a Ohr Elyon não brilha nela. Por essa razão, o autor do Sefer Yetzirá indica e afirma precisamente, “Elas são dez Sefirot e não nove,” porque Malchut também é considerada como Sefirá.
A razão é que qualquer conexão da Ohr Elyon com as Eser Sefirot acontece especificamente através da Ohr Chozer que Malchut eleva pelo poder da Masach nela, de baixo para cima (ver item 20).
Logo, é muito pelo contrário: Malchut é a mais notável das Eser Sefirot, pois sem ela, a Luz não se conectaria com as nove superiores Sefirot. Por essa razão, Malchut é considerada ser toda Luz (sera explicado em detalhe no seu lugar).
2. (Ver Parte 1, Ohr Pnimi, Capítulo 1, item 100)
A Kav conecta todos os Igulim juntos
6. O que conecta todos os Igulim juntos (3) é essa fina Kav que se expande de Ein Sof e passa (4) e desce (5) e Nimshách (6) de um Igul para o próximo, abaixo até ao último deles (7).
A Ohr e a Shéfa que cada um deles precisa Nimshách através dessa Kav.
Ohr Pnimi
3. Já haveis aprendido que há um lugar vago e uma interrupção entre cada Sefirá nas Eser Sefirot de Igulim. O tamanho desse vácuo é do tamanho das sete Sefirot de He’arah de Yosher nessa Sefirá (ver item 90).
Contudo, não há vago de todo nas Eser Sefirot da Kav. Elas começam em Ein Sof e expandem-se até ao ponto médio, que é Behina Dalet, chamada Malchut, o ponto mais baixo que há.
Logo, não há interrupção que se pareça entre as primeiras Eser Sefirot que se expandiram de Ein Sof como uma Kav directa, também chamadas Eser Sefirot de Adam Kadmon. É por isso que o Rav diz que as Sefirot da Kav se conectam às Eser Sefirot de Igulim também. As sete Sefirot inferiores em cada Sefirá de Yosher se conectam às Eser Sefirot na Sefirá superior de Igulim com as Eser Sefirot da Sefirá inferior de Igulim.
A He’aráh das Eser Sefirot de Chochmá de Igulim que recebem das três Chochmáfizeram Yosher viajar necessariamente através das sete Sefirot inferiores da Sefirá de Keter de Yosher. Isso assim é porque GAR de Chochmá de Yosher devem receber das sete Sefirot de Keter de Yosher e derramam-a nas Eser Sefirot de Chochmá de Igulim.
No final, as sete Sefirot inferiores de Keter de Yosher, se conectam a Eser Sefirot de Keter de Igulim, com as Eser Sefirot de Chochmá de Igulim. A mesma conduta se aplica entre Chochmá e Biná e assim por diante.
4. A Kav, que é uma He’aráh de Yosher, aparentemente irrompe as Gagot dos Igulim, passa pelos Igulim, descendo e se prolongando abaixo até ao Sium, ou seja ao ponto médio. Contudo, isto não se trata certamente de um lugar e uma área.
Para compreender isso, devemos saber que não há ocorrência da Luz nos Olamot, superiores ou inferiores, que não se prolongue de Ein Sof acima da Tzimtzum. A Luz deve pender e atravessar todos os graus e os Olamot entre Ein Sof acima da Tzimtzum e o Olam onde o receptor dessa Luz se encontra.
Já sabeis que não há ausência no espiritual. Logo, é impossivel dizer que essa aparição, ou seja a Luz renovada que pende pelos graus, se torna ausente no primeiro grau quando ela se move para o próximo e se torna ausente no segundo quando ela parte para o terceiro, como os objectos corpóreos fazem quando se movimentam de lugar para lugar.
Isso é absolutamente impossível pois não há ausência na espiritualidade. Em vez disso, ela necessariamente permanece em cada grau quando ela passa por ele. Mover-se entre os graus é como acender uma vela a partir de outra, onde a primeira não diminui sua luz de qualquer maneira.
Logo, a aparição da Luz que chega a certo grau em Olam Assiyá, primeiro é dada a todos os graus nos Olamot entre Ein Sof acima da Tzimtzum e o receptor que se encontra em Olam Assiyá.
Sucede-se que a He’aráh da Kav directa deve passar pelos Kelim de Igulim porque Kelim de Igulim precederam à Kav; eles apareceram imediatamente com a Tzimtzum. Contudo, os Kelim de Yosher apareceram depois, com a Kav, que é o porquê desta He’aráh passar entre eles e nunca de lá partir, como mencionámos “Não há ausência no espiritual.”
A respeito do pender da Luz de lugar para lugar, deveis também saber que há duas contingências de Luz que permanecem depois dela passar:
1ª. “Passagem Permanência”: Isto significa que ele se mistura e se conecta com a Luz que já se encontra no grau e eles se tornam um. Eles se tornam semelhantes como se fossem sempre um.
2ª. Há outra contingência, chamada “Passagem Passageira.” Isso significa que ele não se mistura e se une com a Luz “local” e se torna um. Em vez disso, ela permanece lá designada como uma instância separada.
O Rav conta-nos que essa Luz da Kav que passa pelos graus de Igulim não é da contingência “Passagem Permanente,” mas da “Passagem Passageira.” Isso ensina-nos que ela não se mistura com a Luz de Igulim para formar uma Behina, mas ela é distinguida como sua própria instância. Este é o sentido da precisão do Rav a respeito da palavra “passa.”
A razão para isso é que a Luz na Kav se torna a Luz nos Igulim, pois os Igulim recebem suas Luzes somente da Luz da Kav. É por isso que a Luz da Kav é de longe mais importante que a Luz dos Igulim e é por isso que ela não se mistura com a Luz dos Igulim.
A Luz da Kav é chamada Ruách e a Luz dos Igulim é chamada Ohr Nefesh.
5. Qualquer Hitpashtut de Ohr Elyon para a Ne’etzal é considerada uma descida. Isso significa que quando ela expande, ela também se torna mais Av. Já sabeis que uma maior Zakut é considerada como um grau mais elevado e uma maior Aviut, é considerada um grau inferior. Porque a Luz ganha Aviut quando se expande, ela também desce de cima para baixo.
A razão para a Aviut aumentada que a Luz reúne porque ela se expande, é que ela se expande pela ordem das quatro Behinot: Ela começa com Behina Alef até que chegue e golpeie a Masach em Behina Dalet. Ela ganha Aviut porque Behina Alef é a mais Zach, então vem Behina Bet, e assim por diante até Behina Dalet, a mais Av (ver Parte 1, Cap. 1, item 50).
6. A He’aráh de Yosher é expressa na palavra Nimshách e a He’aráh de Igulim nas palavras “torna-se redonda” (ver item 90).
7. Portanto Behina Dalet nos Igulim, chamada o “ponto médio.” Ela é também chamada “a bola material neste mundo.”
A Behina de Atzilut em Olam Adam Kadmon expandiu-se primeiro para Olam ha Zéh. Contudo, depois de Tzimtzum Bet ter sido executada, chamada Olam Nekudim, o Sium de Atzilut Adam Kadmon subiu ao ponto de Olam ha Ba, cujo lugar é considerado estar acima de Olam Beriá, como explicaremos no seu lugar.
Cada Olam e cada Sefirá consiste de dez Sefirot interiores. Dentro de cada Sefirá há outras dez Sefirot interiores e assim por diante incessantemente. As Sefirot de Igulim envolvem-se umas às outras como cascas de cebola
7. Todo e cada Olam tem suas próprias Eser Sefirot. Toda e cada Sefirá em todo e cada Olam consiste de suas próprias Eser internas Sefirot (8). Elas são como cascas de cebola umas dentro das outras (9), como nas imagens de rodas nos livros de geometria.
Ohr Pnimi
8. Podeis compreender a razão para a citada Hitkalelut de Sefirot de acordo com a famosa regra de que “Não há ausência na espiritualidade,” e que qualquer Luz que passe de um lugar para outro retém seu lugar para sempre em toda a Behina pela qual passa (ver item 4). Porque cada Sefirá inferior emana de uma Sefirá superior por meio de causa e efeito, a inferior é considerada passar pela superior.
Consequentemente, todas as Sefirot estão necessariamente misturadas. Por exemplo, quando as duas primeiras Sefirot aparecem, nomeadamente Keter e Chochmá, Ohr Chochmá é compelida a sair de Ein Sof, do qual toda a coisa vem. Posteriormente, a Ohr Chochmá tem de passar pela Sefirá de Keter antes que ela alcance a Sefirá de Chochmá, pois Keter causou seu surgimento.
Porque a Sefirá de Chochmá lá passou, ela adquiriu seu lugar lá e agora há duas Sefirot em Keter, nomeadamente Keter e Chochmá. Similarmente, depois de todas as Eser Sefirot da Ohr Elyon sairem de cima para baixo até Malchut, todas as nove Sefirot abaixo de Keter foram obrigadas a passar por Keter. Isto assim é porque ela foi a primeira razão para o surgimento de todas elas.
Assim, todas elas adquiriram seu lugar lá, pois não há ausência no espiritual. Isso significa que todas as nove Sefirot inferiores estão necessariamente na própria Keter também pois elas lá passaram.
Pelo mesmo princípio, há também nove Sefirot em Chochmá, porque as oito Sefirot abaixo dela foram obrigadas a passar por ela, como em Keter. Também, há oito Sefirot em Biná pela citada razão, e sete Sefirot em Chesed e assim por diante. Em Malchut há somente uma pois ela é a mais baixa.
Também sabemos que Malchut eleva Eser Sefirot de Ohr Chozer dela para cima, que vestem as Eser Sefirot de Ohr Yashar. Esta Ohr Chozer chama-se a Ohr Malchut, porque ela não tem qualquer outra Luz.
Porém, em todos os outros lugares, esta Ohr Chozer é referida como Eser Sefirot que sobem de baixo para cima (ver Histaklut Pnimit, Parte 2, Cap. 6, item 66). Está lá escrito, que Malchut é considerada a Keter dessas Eser Sefirot, pois ela é a razão de sua ocorrência.
Sua próxima é chamada Chochmá, e o terceiro grau dela é chamado Biná etc. Desta maneira, a mais pura é também a mais pequena, até que a verdadeira Keter receba somente a Malchut desta Ohr Chozer.
Disto podeis deduzir que estas Eser Sefirot de baixo para cima se encontram todas em Malchut, pois elas passaram por Malchut pois Malchut é sua Shoresh. Logo, todas elas adquirem seu lugar em Malchut e descobrireis que Malchut também consiste de Eser Sefirot.
Nove Sefirot passam por Yesod de Ohr Chozer, e logo há Eser Sefirot em Yesod: uma da Ohr Elyon de cima para baixo, e nove Sefirot de Ohr Chozer de baixo para cima, que devem passar por ela.
A mesma conduta se aplica nas Eser Sefirot de Hod: duas Sefirot de cima para baixo, ou seja a Luz de Hod e a Luz de Yesod que passa por ela e oito Sefirot de baixo para cima. O mesmo se aplica às Eser Sefirot de Netzách: três de cima para baixo e sete de baixo para cima. O resto aderem ao mesmo padrão.
Finalmente, depois da medida das Eser Sefirot de Ohr Elyon e as Eser Sefirot de Ohr Chozer, cada uma delas necessariamente consistia de dez Sefirot completas. O mesmo padrão se aplica a toda e cada item nelas nos seus itens internos, e assim por diante indefinidamente. Este processo é um obrigado devido à supracitada Hitkalelut, e não há mais nada a acrescentar aqui e vede Histaklut Pnimit onde grandemente elaborámos sobre o assunto.
9. Isto é cada Elyon rodeia seu Tachton de cada lado igualmente, sem qualquer discriminação de graus (ver o item 50 acima).
Quanto mais perto do Igul de Ein Sof, mais elevado e melhor ele é considerado. Porque Olam ha Zéh está no ponto médio, o mais longínquo de Ein Sof, ele é absolutamente corpóreo.
8. Em todo e cada Igul dentro de todo e cada Olam no Halal, quanto mais próximo (10) ele está de Ohr Ein Sof, mais elevado e melhor ele é. Descobrireis que neste mundo, Olam material, é o ponto médio, dentro de todos os Igulim, dentro do meio desse inteiro Halal e o Avir vago.
Ele está também absolutamente distanciado de Ein Sof, mais longe de todos os Olamot. É por isso que ele é tão corpóreo e absolutamente materializado, embora ele seja o ponto médio dentro de todos os Igulim.
Ohr Pnimi
10. Já sabeis que o termo “próximo” não se refere a um lugar, mas a proximidade de forma. Também deveis saber que há quatro Behinot de Shinui Tzurá, que consistem de Eser Sefirot de Igulim de Ein Sof até ao ponto médio.
O ponto médio é Behina Dalet, o mais Av de todos eles, e o primeiro Igul, chamado Keter, é considerado a inspiração da Shoresh de todas estas citadas quatro Behinot. Naturalmente, o Igul de Keter é referido como o mais Zach de todos os Igulim pois sua forma é a mais próxima de Ein Sof, Behina Alef que é ligeiramente mais Av é mais longínqua de Ein Sof que a Keter.
Behina Bet é ainda mais Av e deste modo está mais longe de Ein Sof que Behina Alef. Finalmente, o ponto médio, que tem mais Aviut que todas elas, é considerado o mais longínquo de Ein Sof.
Não nos devemos questionar com o que acima dissemos (na Parte 1, Cap. 1, item 100), que não há abaixo e acima nos Igulim, pois aqui nos referimos aos Igulim depois de terem recebido a iluminação da Kav dentro deles. Foi isso que criou neles acima e abaixo e todas as outras características na Kav.
[Nota de tradutor: A negrito estão as palavras dos escritos do Ari; em texto normal as de Baal HaSulam.]
Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam)