Kedoshim [Sagrados]
1-2)
Várias vezes a Torá testemunhou as pessoas, várias vezes levantou ela sua voz
para todos os lados para as despertar, todavia elas estão ainda adormecidas no
seu sono nas suas iniquidades, nem olhando nem reparando com que face elas
sobem até ao dia do juízo superior, quando o rei superior reivindica delas a
afronta à Torá, que grita contra elas. Elas não viram suas faces para ela
porque elas são defeituosas em todas as coisas, não conhecendo a fé do rei
superior. Ai delas e ai de suas almas.
A
Torá testemunha-o e diz, “Quem quer que seja um tolo, deixai-o aqui vir, ‘Sem
coração, disse ela para ele.’” Sem coração é aquele que não tem fé porque um não
se envolve na Torá, não há fé dentro dele e ele é defeituoso em todas as coisas.
4)
Felizes são os justos que se envolvem na Torá e conhecem os caminhos do
CRIADOR. Eles santificam-se a si mesmos na santidade do REI e são sagrados em
todas as coisas. Devido a isso, eles atraem o espírito de Kedushá
do
alto, seus filhos são todos justos, e são chamados “filhos do rei,” “sagrados
filhos.”
7-8)
Quando o CRIADOR criou o mundo e desejou descobrir profundezas das ocultações,
e luz a partir das trevas, nessa altura foram eles misturados um no outro. Por
esta razão, das trevas veio a luz, e da ocultação ela veio e revelou-se o abismo.
Uma vem da outra. Do bem veio o mal, e de Rachamim [misericórdia] veio Din
[juízo]. Todas as coisas estão incluídas umas nas outras, a boa inclinação e a
má inclinação, direita e esquerda, Israel e o resto das nações, branco e preto.
Todas as coisas dependem umas das outras.
O
mundo inteiro é visto somente em uma conexão, anexa no seu entrelaçar: Midat
ha Din [qualidade de juízo] e Midat ha Rachamim [qualidade de misericórdia],
Malchut e Biná, anexas e entrelaçadas
uma na outra. Deste modo, quando o mundo foi sentenciado no inclusivo Din,
ele foi sentenciado com Rachamim, com Malchut incluida em Biná. Não fosse assim, o mundo não
seria capaz de existir sequer por um momento.
11)
O homem nunca é purificado senão com palavras de Torá. É por isso que palavras
de Torá não recebem Tuma’a, uma vez que ela, a Torá, está
pousada para purificar o impuro. Há curativo na Torá, como está escrito, “Ela
será saúde para teu umbigo e medula para teus ossos.” Há pureza na Torá, como
está escrito, “O temor do SENHOR é puro; ele permanece para sempre.” “Permanece
para sempre” significa que ele sempre permanece nesta pureza e nunca é removido
dela.
13-14)
A Torá é chamada “sagrada,” como está escrito, “Pois EU o SENHOR sou sagrado.”
Esta é a Torá, o alto e sagrado nome. Por esta razão, aquele que se envolve
nela é purificado e então santificado, como está escrito, “Vós sereis sagrados.”
“Sereis,” que é uma promessa que através da Torá vós sereis sagrados.
“E
vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação sagrada.” A santidade da
Torá é sagrada, mais que todas as outras santidades. A santidade da superior e
escondida Chochmá transcende tudo. Não há Torá sem Chochmá [sabedoria], e não há Chochmá
sem Torá.
Tudo esta num grau e tudo é um.
18)
Aquele que deseja ser santificado com a vontade do MESTRE deve servir somente
da meia noite em diante ou à meia noite porque nessa altura o CRIADOR, ZA,
está no Jardim do Éden, Malchut, e a alta Kedushá
desperta.
Então é o tempo do resto das pessoas serem santificadas. Discípulos dos sábios,
que conhecem os caminhos da Torá, meia noite é seu tempo de levantar e se
envolverem na Torá, para se conectarem com a Assembleia de Israel, Malchut, e para louvarem o sagrado nome, Malchut, e o sagrado rei, ZA.
22)
Deixai que um venha e se esforce no uno. O CRIADOR, que é um, se esforçará no
uno, que é Israel, uma vez que o rei se esforça somente naquele que é digno
dele. É por isso que está escrito, “E ELE está como um, e quem LHE consegue retribuir?”
Isto é, o CRIADOR está presente e se encontra somente em um, como aquele que
foi estabelecido na alta Kedushá para ser um, em Israel. Então está
ele em um, e não noutra nação.
25)
“Vós sereis sagrados pois EU o SENHOR ... sou sagrado.”
Felizes
são Israel por não estabelecerem esta questão em outro lugar, por não quererem
qualquer coisa por sua Kedushá senão se apegarem a ELE, como está
escrito, “Pois EU o SENHOR ... sou sagrado,” para se apegarem a ELE e não a
outro. É por isso que “Vós sereis sagrados pois EU o SENHOR vosso DEUS sou
sagrado.”
31)
Está escrito, “E vós que vos apegais ao SENHOR.” Felizes são Israel, que se
apegam ao CRIADOR. Porque eles se apegam ao CRIADOR, todas as coisas se seguram
juntas uma na outra.
52)
Não há separação entre Torá e Mitsvá porque a Torá é o todo e os the Mitsvot
nela são
seus detalhes, e eles são um. O CRIADOR é verdadeiro, SUA lei é verdadeira lei,
ELE é SUA lei e mandamento pois eles são um.
53-55)
“A glória de DEUS é ocultar uma questão.” Daqueles que não se esforçam na sua
glória, os Mitsvot, ocultam a questão deles. Diz-se sobre eles, “Os tolos
transportam desgraça.” Há os ignorantes que não se esforçam na glória da Torá,
e como dizem eles, “PAI nosso nos céus, escutai nossa voz, tende compaixão e
misericórdia sobre nós e aceitai nossa oração”? O CRIADOR lhes dirá, “E se EU
sou um pai, onde está MINHA glória,” ou seja onde está vosso esforço na MINHA
Torá e Mitsvot de fazerem MEUS mandamentos, pois aquele que não conhece os
mandamentos de seu MESTRE, como O servirá ele?
A
excepção é aquele que escuta dos sábios e faz, embora ele não saiba sozinho.
Isto corresponde a “Nós faremos e nós escutaremos,” que ele escuta dos sábios e
faz.
54)
Rabbi Shimon veio e beijou as mãos de Moisés. Disse ele, “Vós deveis ser um
filho do mundo de Atzilut, como SEU filho primogénito, Tiféret, o filho dos AVI superiores, que Atzilut
é SEU indubitavelmente. Nenhum outro filho vos precedeu em pensamento, fala
ou acção.” Moisés disse, “Vós e os amigos, e os cabeças do seminário que aqui
estão comigo sem qualquer cessação de todo e sem qualquer mistura do Sitra
Achra, na
forma do mundo de Atzilut.” Todos eles se beijaram uns aos outros e se
conheceram em fraternidade, e choraram.
57-58)
Aquele que se condena a si mesmo à morte pela Torá, que é precioso, a Torá
existe nele e não parte dele. Mas aquele que não se esforça nela, embora ele
siga os mandamentos dos sábios, escutando dos sábios e fazendo, ele é seu
servo, um escravo e não um filho. Mas se ele é um fiel servo, seu mestre faz
dele governante sobre tudo aquilo que lhe pertence.
Mas
aquele que não se envolve na Torá e não serve os sábios, para escutar os Mitsvot
deles,
para manter “Nós faremos e nós escutaremos,” mas peca e transgride em “Vós não
fareis” é semelhante e igual às nações idolatras do mundo, os filhos de SAM e da serpente, de quem
foi dito, “Os tolos transportam desgraça,” pois eles não desejaram receber a
Torá. Qualquer um em quem não haja Torá, não há glória, como foi dito, “Os sábios
herdarão glória.”
74)
A beleza de David brilha para todos os mundos. Sua cabeça é um crânio de ouro,
bordado com sete decorações de sete espécies de ouro, e a afeição do CRIADOR
está diante dele. Por seu amor por ELE, o ele disse para o CRIADOR para virar
SEUS olhos para trás e olhar para ele, quando disse, “Voltai-vos para mim e
perdoai-me,” porque eles são belos em todas as coisas, como está escrito, “Afastai
vossos olhos de mim.” Isto assim é porque quando esses olhos de Malchut olham para o CRIADOR, flechas de
amor despertam no seu coração de morteiros em amor celeste. Pela grande chama
do amor celeste por ELE, ele lhe disse, “Afastai vossos olhos de mim,” ou seja
vira TEUS olhos de mim para o outro lado, pois eles me queimam com uma chama de
amor. Está escrito sobre isso em David, “E ele era corado, com belos olhos e
com uma bela aparência.” E devido a este alto e belo David, com quem o amor e
paixão do CRIADOR se apega a ele, David disse, “Voltai-vos para mim e
perdoai-me.”
92)
Aquele que caminha no caminho directo na Torá, e aquele que se envolve nela
adequadamente sempre tem uma boa porção para o mundo vindouro, uma vez que as
palavras da Torá que ele profere da sua boca vão e deambulam pelo mundo e sobem
acima. E vários altos e sagrados anjos se conectam a esse discurso, que sobe
num caminho directo, coroando numa sagrada coroa, e se banhando no rio do mundo
vindouro, Biná, que se prolonga para fora do Éden, Chochmá. Ela é recebida nela e
engolida dentro dela. E essa alta árvore, ZA, se deleita ao redor do rio
causando ZA a receber a iluminação do rio de Biná. Nessa altura, uma luz
superior se prolonga e sai, e coroa nessa pessoa o dia inteiro.
94)
Aquele cuja paixão é se envolver na Torá mas não encontra nenhum que o ensine,
e pelo amor à Torá, ele fala nela e gagueja nela em gaguez, não sabendo, cada
palavra sobe e o CRIADOR fica feliz com essa palavra e aceita-a, plantando-a ao
redor desse rio, Biná. Aquelas palavras se tornam altas árvores,
grandes luzes que são chamadas “salgueiros do ribeiro,” como está escrito, “No
seu amor ela sempre erra.”
95-96)
Felizes são aqueles que não conhecem os caminhos da Torá e se envolvem nela com
honestidade, pois eles plantam as árvores da vida no alto, prolongando Mochin
até ZA, a árvore da vida, e todas elas são curativo para sua alma. É
por isso que está escrito, “Havia uma verdadeira lei [Torá] na sua boca.” Mas há
uma Torá que não seja verdadeira? Certamente, como foi dito que se um não
souber e instruir ensinamento, ela não é verdadeira. E aquele que aprende
alguma coisa dele aprende algo que não é verdadeiro. É por isso que está
escrito, “Havia uma verdadeira lei [Torá] na sua boca.”
Todavia,
um deve aprender a Torá de qualquer pessoa, até daquela que não sabe, dado que
com isso, ela despertará a Torá e virá a aprender daquela que sabe.
Posteriormente, se descobrirá que ela tem estado a caminhar na Torá num
verdadeiro caminho. Um sempre se deve envolver na Torá e nos seus mandamentos
até ele não trabalhar em Lishmá [em seu nome], porque de Lo Lishmá [não em seu nome] ele
chegará a Lishmá.
100)
O CRIADOR repreende o homem com amor na ocultação. Se ele aceitar SUA repreensão,
bom. Se não, ELE repreende-o e deixa-o entre aqueles que o amam. Se ele
aceitar, bom. Se não, ELE repreende-o abertamente, à frente de todos. Se ele
aceitar, bom. Se não, ELE deixa-o e não o repreende mais, pois ELE o abandona
para ir e fazer como lhe apetece.
122)
O Zohar explica três discernimentos:
1.
A governança da linha média, que sustenta as duas linhas—direita e
esquerda—e faz paz entre elas ao definir a iluminação da direita de cima para
baixo, e a iluminação da esquerda de baixo para cima. A grande punição para
aquele que macula a ordem da linha média é que ele atrai iluminação da esquerda
de cima para baixo. Este foi o pecado de comer da árvore do conhecimento.
2.
A medida do defeito daquele que conecta Dinim de Nukva e Dinim de Dechura
[juízos femininos e juízos masculinos respectivamente] uns com os outros, ao
contrário do caminho da correcção da linha média, quando Dinim de Dechura
foram acrescentados a Dinim de Nukva, e a ruina é grande.
3.
A conexão de dois tipos de Dinim uns com os outros no
caminho da correcção completa da linha média. Nessa altura os Dinim de ambas são cancelados
e a perfeição das duas linhas—direita e esquerda—aparece adequadamente.
108)
Quando o CRIADOR criou o mundo, ELE estabeleceu toda e cada coisa, cada uma no
seu lado, seja direita ou na esquerda, e nomeou altas forças sobre elas. Assim,
não tendes sequer uma minúscula lamina de grama na terra que não tenha uma
força superior sobre ela nos mundos superiores. E tudo aquilo que eles fazem
com cada uma, e tudo que toda e cada uma faz é tudo pela intensificação da
força superior nomeada sobre ela do alto.
130)
Felizes são os justos neste mundo e no mundo vindouro. Está escrito sobre isso,
“O caminho dos justos é como a luz da aurora,” pois no futuro a serpente que
inicialmente estava com a Nukva, sugando de Malchut, desaparecerá e Dechura
virá para estar no seu lugar, como no princípio, num interminável Zivug, pois não haverá mais
alguém que separe o Zivug, e tudo será completo.