Tzimtzum e Kav. Capítulo 1
Talmud Eser Sefirot
(O Estudo das Dez Sefirot)
Parte I
Explica a questão de Tzimtzum Alef, quando Ohr Ein Sof se tornou restringida em prol de manter as Ne’etzalim e criar as criaturas; contendo cinco questões:
- Antes da Tzimtzum Ein Sof preenchia a realidade inteira.
- A razão para a criação foi a revelação de Seus Nomes e Apelações
- A Tzimtzum da Ohr ao redor do ponto médio\central.
- O Halal que permaneceu após a Tzimtzum era Agol.
- Porque Ohr Ein Sof era igual uniforme, a Tzimtzum também era igual uniforme. Este é o sentido do Igul.
Antes da Tzimtzum Ein Sof preenchia a realidade inteira
1. Sabei, que antes das Ne’etzalim serem emanadas e as criaturas criadas (1), uma Ohr (2) Simples havia preenchido a realidade inteira (3). Não havia lugar vago (4), tal como um Avir (5) vazio e um Halal (6), mas tudo era preenchido com essa simples, ilimitada Ohr (7). Ela não tinha uma Behina de Rosh, ou Sof (8), mas era tudo uma, Simples Ohr (9), completamente igual uniforme (10), chamada Ohr Ein Sof (20).
Ohr Pnimi
Tenha em mente, que a inteira sabedoria da Cabala é fundada em matérias espirituais que não ocupam tempo ou espaço. Elas não são sujeitas a mudança ou ausência e todas as mudanças de que são faladas nesta sabedoria não implicam que a primeira forma se torne ausente e seja substituída por uma forma diferente. O citado muda Em vez disso implica uma forma adicional, enquanto que a primeira não se move do seu lugar, pois ausência e mudança são condutas corpóreas..
É difícil para o noviço, pois eles percepcionam matérias por meios de limites corpóreos de tempo, espaço, mudança e intercâmbio. Contudo, os autores usaram somente esses como sinais para apontar para suas Raizes Superiores.
Por essa razão farei um esforço para dar a toda a palavra sua identidade espiritual, desconexa do espaço, tempo e mudança. Cabe aos leitores memorizarem o sentido destas palavras cuidadosamente, pois é impossível repeti-las a toda a hora.
1. A questão do tempo espiritual é explicada cuidadosamente em Histaklut Pnimit Capítulo 9, item 33.
2. Isso refere-se à Ohr que se expande da Atzmut do Criador. Sabei, que todos os nomes e apelações que aparecem na sabedoria da Cabala não se encontram de todo na Atzmut do Criador, mas somente na Ohr que se expande de Sua Atzmut. Porém, não podemos proferir uma palavra sequer a respeito de Sua Atzmut, pois a regra é que qualquer coisa que não alcancemos, não sabemos seu nome. Recordai-vos disso e não falhareis.
3. É aparentemente perplexo, pois ele fala do tempo antes dos Olamot serem criados. Assim, que realidade aqui existe, que a Ohr Elyon deva preencher? A questão é que todos os Olamot e as Neshamot (almas) que existem e que estão destinadas a serem criadas com todos os seus incidentes até ao fim da correcção, estão todas incluídas em Ein Sof na sua completa medida e glória.
Logo, há dois rudimentos que devemos discernir na realidade perante nós.:
Elas são fixas e existem em Ein Sof com sua completa medida e glória.
Como se encontram organizadas e pendem e inovam perante nós depois da Tzimtzum Alef nos cinco Olamot: Adam Kadmon, Atzilut, Beriá, Yetzirá, Assiyá.
O Rav escreve que a Ohr Elyon que se prolonga de Sua Atzmut “havia preenchido a inteira realidade,” ou seja a inteira realidade do primeiro rudimento, se relacionando à sua existência em Ein Sof antes da Tzimtzum. Ele conta-nos que a Ohr Elyon as preenchia inteiramente, até que não tivessem lugar vago onde correcção e perfeição pudessem ser acrescentadas ou que se pareça.
4. Isso significa que antes dos Olamot serem criados havia somente Ein Sof. Não havia um “lugar vago,” ou um lugar de escassez que qualificasse a correcções porque a Ohr Elyon preenchia esse lugar. Ela não deixou espaço para os Tachtonim se distinguirem a si mesmos e acrescentarem algo a Sua completude.
Devido à Tzimtzum veio a ser uma vontade e um lugar vago para as correcções. Contudo, não ficais equivocados ao pensar que o livro fala de um lugar corpóreo.
5. Isto não se refere ao ar corpóreo ou que se pareça; mas há uma Ohr espiritual que é chamada por esse nome. Há duas Behinot (tipos) de Ohr em cada Partzuf completo: Ohr Chochmá e Ohr de Chasadim.
Ohr Chochmá é a Atzmut do Partzuf, ou seja sua vitalidade. Ohr Chasadim opera somente como uma Ohr de vestimenta sobre a Ohr Chochmá no Partzuf dado que Ohr Chochmá não consegue permear o Partzuf se ele não usar a Ohr Chasadim primeiro.
Porém, por vezes, quando os Partzufim estão em Katnut,eles não têm mais que Ohr Chasadim. Deveis saber que essa Ohr Chasadim é chamada Avir ou Ruach. Quando se encontra sozinha, sem Ohr de Chochmá, ela é chamada “Avir vazio,” ou seja vazio de Ohr Chochmá. Então ele espera a Ohr Chochmá que se vista nele e o preencha.
O Rav conta-nos que antes dos Olamot serem criados, ou seja em Ein Sof, tal Avir vazio não existia na realidade de todo, porque não havia escassez lá.
6. Para compreender essa palavra, deveis primeiro conhecer a essência de um Kli espiritual. Uma vez que a Ne’etzal recebe seu sustento do Maatzil, isso implica necessariamente que ela tem um Ratzon (desejo) e anseio de receber essa Shefá d’Ele.
Sabei, que a quantidade e anseio desse Ratzon é a substância inteira que existe na Ne’etzal. Assim, toda a coisa que existe na Ne’etzal que não é essa substância, não mais se relaciona à sua substância, mas à Shefá que ela recebe do Maatzil.
Além do mais, esta substância determina a Gadlut e o nível de cada Ne’etzal, de cada Partzuf e de cada Sefirá. A Hitpashtut da Ohr Elyon do Maatzil é certamente imensurável, mas é a Ne’etzal que limita a Shefá, pois ela não recebe mais nem menos que sua medida do desejo de receber. Este é o critério na espiritualidade, pois lá não há coação; depende inteiramente do Ratzon.
Por esta razão chamamos a esta vontade de receber o “Vaso de Recepção” da Ne’etzal. Ela é é considerada sua substância e a razão pela qual ela deixou de ser considerada Maatzil e foi denominada Ne’etzal. A Ne’etzal é definida por uma substância que não existe no Maatzil ou que se pareça, pois não há absolutamente vontade de receber no Maatzil, pois de quem receberia Ele?
Agora explicaremos como há quatro graus nesta substância, de Katnut a Gadlut (de recepção). O quarto grau, sendo a Gadlut da recepção, é completo somente em Ein Sof, antes dos Olamot serem criados. Ela foi a única que foi sujeita à Tzimtzum, e vamos clarificar doravante que foi esvaziada de toda a Shefá que ela tinha de Ein Sof e permaneceu um Halal vago. É isto o que o Rav pretende quando diz que antes do Olam ser criado, ou seja em Ein Sof, então este Halal vago não existia.
7. Isto significa que não há nada que os inferiores possam acrescentar a ele por meios de suas acções.
8. Os termos Rosh e Sof serão explicados abaixo.
9. Isto é sem discriminar pequenos e grandes, toda a coisa é uniforme.
10. Onde não há Zakut e Aviut pela qual os graus são dispostos. Estas discriminações foram estabelecidas somente com a renovação da Tzimtzum.
20. Devemos questionar: uma vez que não temos alcance em Ein Sof, como então O conhecemos pelo nome? Afinal, cada nome designa a realização daquilo que alcançamos n’Ele, de acordo com a definição desse nome. Não podemos nos desculpar a nós mesmos dizendo que o nome meramente aponta para a negação da realização, pois então O deveríamos ter chamado “Inatingível.”
A questão é que esse nome indica a inteira diferença entre Ein Sof e todos os Olamot abaixo dele. A Tzimtzum tomou lugar após Ein Sof. Assim, em todo o lugar que esta força desperta, ela restringe a Ohr e isso termina a He’ará nesse lugar.
Assim, qualquer Sof e Sium em qualquer He’ará em qualquer Partzuf vêm somente da Tzimtzum. Além do mais, todos os seres e seus vários preenchimentos nos Olamot vêm a ser e são inovados devido a esse Sof e Sium.
Ele se chama Ein Sof porque a Tzimtzum não se lá aplica, indicando que não há qualquer terminação lá ou que se pareça. Com isso podemos deduzir que esta Ohr é Pashut e completamente uniforme, pois uma depende da outra.
A razão para a criação foi a revelação de Seus Nomes e Apelações
2. Quando subiu sob Seu Simples Ratzon (30) para criar os Olamot e emanar as Ne’etzalim para trazer à perfeição de Suas acções, Seus nomes e apelações à luz, que foi a razão da criação dos Olamot,
Ohr Pnimi
30. Não devemos ficar surpresos de como há um Ratzon em Ein Sof, que é mais alto que qualquer noção, sobre o qual podemos dizer, “subiu sob Seu Simples Ratzon.” Deveis compreender o que foi dito acima que em toda a Ne’etzal há necessariamente uma vontade de receber a Shefá do Maatzil.
Contudo, em Ein Sof ela é um “Simples Ratzon” porque Ele é Um e Seu Nome Um. A Ohr em Ein Sof é chamada Ele e a vontade de receber é chamada Seu Nome e elas estão em simples união sem qualquer forma de separação.
Porém, não devemos assemelhar a união e separação aqui discutidas com a união e separação corpóreas que são distinguidas pelo movimento, proximidade e distância. Isso assim é porque a essência espiritual não ocupa qualquer espaço.
Tendo isso sido dito, deveis saber que separação ocorre somente por meio de Shinui Tzurá. Assim, se uma coisa espiritual adquire uma Tzurá adicional que é diferente à sua presente Tzurá, ela deixa de ser uma e se torna duas entidades separadas. Sua distância uma da outra é medida pela dissimilaridade de suas formas.
Tal como as entidades corpóreas se conectam e separam através de proximidade e afastamento, também as entidades espirituais se conectam e separam de acordo com sua diferença e equivalência de forma. A Shinui Tzurá separa-as uma da outra e a Hishtavut Tzurá as reune. Recordai-vos disso pois é o elemento chave para esta sabedoria.
Agora compreendereis o sentido das supracitadas palavras “Ele é Um e Seu Nome Um” e a simples união com a qual somos tão meticulosos em Ein Sof. Certamente esta união é das maravilhas de Sua omnipotência.
Testemunhámos a diferença entre o Maatzil e a Ne’etzal que foram formados pela Tzurá dessa vontade de receber que existe na Ne’etzal e não no Maatzil. Devido a essa Shinui Tzurá a Ne’etzal se tornou separada do Maatzil e adquiriu seu próprio nome separado, ou seja Ne’etzal, e não Maatzil.
A explicação acima pode equivocar-nos ao pensar que Ohr Ein Sof, chamada “Ele,” não está totalmente aderente a Ein Sof, chamado “Seu Nome,” ou seja a vontade de receber a Ohr e a Shefá, chamada “Ele.” Isto assim é porque a Ohr Elyion chamada “Seu Nome,” ou seja a vontade de receber a Ohr e a Shefá, chamada “Ele.” Isto assim é porque a Ohr Elyon que se prolonga de sua Atzmut, chamada “Ele” tem senão um atributo, doar, e nenhuma da Tzurá da vontade de receber.
Contudo, Ein Sof, chamado “Seu Nome,” que não tem uma vontade de receber, é deste modo diferente da Ohr Elyon, que não tem qualquer vontade de receber que se pareça, como foi ja explicado e sabemos que a Shinui Tzurá separa. Porém, o Midrash e o Rav contam-nos que isso assim não é. Em vez disso, Ele é Um e Seu Nome Um em Simples União, significa que não há diferença entre eles.
Embora haja necessariamente uma diferença de forma entre “Ele” e “Seu Nome,” ela está completamente inactiva lá. Não o compreendemos, mas é indubitavelmente assim. Diz-se sobre isso, que não há percepção ou pensamento em Ein Sof que se pareça, dado que esta matéria está acima da nossa mente (será discutido mais adiante no próximo item).
A Tzimtzum da Ohr ao redor do ponto médio
3. Ein Sof então se restringiu a Si Mesmo (40) no Seu ponto médio (50), no próprio centro, restringiu essa Ohr, e afastou-a (60) para os lados ao redor desse ponto médio (70).
Ohr Pnimi
40. Já conheceis o sentido de Ele é Um e Seu Nome Um. Embora haja Shinui Tzurá em respeito à vontade de receber incorporada em Ein Sof, que ainda não cria qualquer diferenciação entre ela e a Ohr Elyon e elas estão em simples união.
Ainda assim, esta Shinui Tzurá se tornou a razão e a causa para a criação dos Olamot, “para trazer a perfeição de Suas acções, Seus nomes e apelações à luz,” como o Rav aqui diz. A criação dos Olamot e sua concatenação abaixo até Olam ha Zéh, criou e renovou a possibilidade de dar espaço para trabalhar em Torá e Mitzvot não em prol de receber, mas somente para doar contentamento sobre o Fazedor.
É então que as Neshamot se tornam capazes de inverter a forma da vontade de receber nelas, que as separa do Maatzil, para a forma da vontade de doar contentamento sobre Ele, que é o que Ele quer (ver item 90). Esta é a Hishtavut Tzurá com o Maatzil, chamada Dvekut (adesão) e unificação. Isto assim e porque então elas já foram despidas da forma do Próprio Maatzil.
Ja sabeis que a Hishtavut Tzurá faz os espirituais se tornarem um. Por essa razão os Olamot regressam à sua condição anterior.
Este é o sentido das palavras de Rav, “Quando subiu sob Seu Simples Ratzon criar, etc.” “Subiu” significa que Ele aumentou a purificação e Dvekut ao diminuir a medida da vontade de receber impressa nele em prol de equalizar a forma com a Ohr Elyon.
A vontade de receber em Ein Sof, chamada Malchut de Ein Sof, ou “Seu Nome,” não tinha qualquer escassez em Dvekut com a Ohr Elyon devido a sua Shinui Tzurá. Porém, ela se embelezou a si mesma de modo a equalizar sua forma com a Ohr Elyon e abandonar a grande vontade de receber, chamada Behina Dalet, para se apegar mais fortemente à Ohr Elyon.
A proximidade da Tzurá abre caminho para Dvekut. Isso é expresso nas palavras “subiu,” ou seja que Malchut de Ein Sof, sendo o Ratzon Pashut, subiu e se apegou à Ohr Elyon, ou seja diminuiu sua vontade de receber.
Este é o sentido das palavras do Rav, “Ein Sof então se restringiu a si mesmo.” Já foi explicado acima (item 6) que a inteira medida de Sua Shefá e Ohr e a altura da Ne’etzal são medidas pela quantidade da vontade de receber nele.
Assim, uma vez que a citada Malchut de Ein Sof se restringiu a si mesma e diminuiu sua vontade de receber, a Ohr e a Shefá partiram devido à escassez do desejo. Este é o sentido da Tzimtzum. A ascensão do desejo causou a partida da Shefá e da Ohr de lá.
50. Isso é perplexo, pois uma vez que não há Rosh nem Sof la, como há um centro? Além do mais, estamos a lidar aqui com uma matéria corpórea? A questão é que já foi explicado que há necessariamente uma vontade de receber em Ein Sof também. Contudo, ela é Ratzon Pashut, sem discriminações de grande e pequeno, porque a vontade lá não é considerada como uma Shinui Tzurá que faça quaisquer separações. Consequentemente, ela não é de modo algum inferior à Ohr Elyon.
Deveis saber que a Ohr Elyon se tem de expandir via quatro graus até que ela descubra essa vontade de receber na sua mais completa e permanente medida na Ne’etzal. A razão para isso é que a vontade de receber está incorporada na Hitpashtut da Ohr da Shoresh e com isso a Ohr é considerada ter partido do Maatzil e adquirido seu próprio nome, ou seja Hitpashtut do Maatzil.
Enquanto esta Shinui Tzurá da vontade de receber não foi incorporada nele, ela ainda era considerada Maatzil e não como Hitpashtut que partiu e se afastou do Maatzil. Isto é porque a única diferença na espiritualidade é a Shinui Tzurá (ver item 6 e Histaklut Pnimit).
Contudo, tanto quanto este Ratzon se tornou divulgado pela força da Ne’etzal, ele ainda não era permanente na Ne’etzal. Isso significa que a Ne’etzal deve ansiar receber a Shefá antes que seja considerado que a vontade de receber apareça pela força da própria Ne’etzal.
Este anseio pode somente ser quando ela não tem a Shefá, pois somente então é possível querê-la de uma maneira que a vontade de receber seja descoberta através de sua própria força. É então que os vasos de recepção são completados permanentemente.
Deveis saber também que qualquer Hitpashtut da Ohr do Maatzil deve primeiro consistir de uma vontade de doar, tal como consiste de uma vontade de receber. Caso contrário, o Maatzil e a Ne’etzal estariam em dissimilaridade de forma, ou seja separação total e a dissimilaridade de forma então os afastaria um do outro como o ocidente parte do oriente.
Assim, cada Ohr que se expande do Maatzil deve ser incorporada de uma vontade de doar também, para que a Ne’etzal tenha proximidade de forma com o Maatzil. Quando a vontade de doar aparece na Ne’etzal, uma grande Ohr Nimshách para ele do Maatzil, relacionada a esse despertar. Esta Ohr é sempre referida como Ohr de Chasadim.
Hitpashtut Alef do Maatzil, no qual a vontade de receber é incorporada, é sempre referido como Ohr de Chochmá, ou Ohr de Atzmut. Deveis memorizar estes dois tipos de Orot.
A segunda Ohr, sendo Ohr de Chasadim, é muito mais inferior que a primeira Ohr, sendo Ohr de Chochmá. Isto assim é porque ela é prolongada pela Hitgabrut e o despertar das Ne’etzal pela sua própria força, pois ela quer igualar sua forma com o Maatzil, por esta razão ela intensifica a si mesma e desperta em direcção à vontade de doar.
Porém, Hitpashtut Alef, sendo Ohr de Chochmá, Nimshách directa do Maatzil e da Ne’etzal não têm papel nesta medida. Por esta razão ela é muito mais alta que ele.
Por esta razão Ohr Chochmá é considerada a Atzmut e Chayiut (sustento) da Ne’etzal. Ohr de Chassadim é somente considerada Ohr para correcções, para a completude da Ne’etzal.
Agora compreendereis as quatro Behinot e graus que devem estar em toda a Ne’etzal. Primeiro, a Ohr se expande do Maatzil como Ohr Chochmá, contendo somente a “vontade de receber.” Esta é a Behina Alef..
Então, a vontade de doar se intensifica nessa Ohr e ela prolonga Ohr de Chasadim. Esta Hitgabrut é considerada Behina Bet. Então esta Ohr de Chasadim se expande intensivamente (será explicado abaixo), e esta é Behina Gimel.
Depois das três citadas Behinot emergirem na totalidade, a força da vontade de receber incorporada na Hitpashtut Alef desperta novamente e atrai Ohr Chochmá uma vez mais. Isto completa a vontade de receber permanente no Partzuf que aparece como anseio, quando não haviam Ohr Chochmá no Partzuf mas Ohr de Chasadim, depois de Behina Gimel, quando a Ne’etzal podia ansiar por Ohr Chochmá.
É este anseio que determina a vontade de receber nela e completa seus vasos de recepção, que estavam ausente em Hitpashtut Alef. Por essa razão os vasos de recepção são completados somente nesta Behina Dalet, também chamada Hitgabrut Bet.
Assim que Behina Dalet foi completada em Ein Sof, a Tzimtzum ocorreu nela, ou seja a partida da vontade de receber de Behina Dalet, causando a partida da Ohr Ein Sof de lá.
Isto completa as explicações das quatro Behinot que têm de existir em cada Ne’etzal. Behina Alef é chamada Hitpashtut Alef, ou Chochmá; Behina Bet é chamada Hitgabrut Alef, ou Biná; Behina Gimel é chamada Hitpashtut Bet, ou Zeir Anpin; Behina Dalet é chamada Hitgabrut Bet, ou Malchut.
As duas expansões são consideradas machos, pois elas são Shefá que se prolonga do Maatzil. Hitpashtut Alef é Shefá de Ohr Chochmá e Hitpashtut Bet é Shefá de Ohr de Chasadim. As duas Hitgabruiot (plural de Hitgabrut) são consideradas duas fêmeas, pois elas são um despertar da Ne’etzal e a intensificação do Ratzon pelo seu próprio poder.
A primeira Hitgabrut é o despertar da Ne’etzal pela vontade de doar, que se torna a Shoresh pela Ohr de Chasadim e Hitgabrut Bet é o despertar da Ne’etzal pela vontade de receber, que se torna o vaso completo para a recepção no Partzuf. Isso é sempre referido como Behina Dalet.
Esta Behina Dalet é chamada “O Ponto Médio” em Ein Sof. É ao que o Rav se refere quando ele diz, “se restringiu a Si Mesmo no Seu ponto médio.” Ele é chamado por esse nome pois ele é um vaso de recepção de Ohr Ein Sof, que é imensurável e ilimitada.
Por essa razão ele é como um ponto no interior e no meio dessa Ohr, enquanto a Ohr revolve ao seu redor e se apega a ele de todo o redor imensuravelmente. Somente assim pode ele sustentar a Ohr Elyon imensurável e ilimitadamente.
Contudo, nos vasos de recepção depois da Tzimtzum e abaixo, ou seja nas inferiroes Ne’etzalim, há vasos que seguram sua Ohr na sua Pnimiut e Toch. Isso significa que as paredes dos Kelim, sendo suas quatro Behinot, colocam uma medição sobre a Ohr dentro deles, devido a sua Aviut.
Porém, em Ein Sof, onde Ohr e Kli estão em simples união, ou seja Ele é Um e Seu Nome Um (ver no item 30), o Kli não limita essa Ohr que ele segura. Assim, a Ohr nele é considerada Ein Sof.
Agora explicámos cuidadosamente a questão do ponto médio em Ein Sof. Demonstrámos que isso não se refere a um lugar corpóreo e tangível e área, mas a Behina Dalet, que está incorporada em Ein Sof, é chamada por esse nome para indicar sua simples união com a Ohr Elyon. Também, a Tzimtzum nesse ponto central já foi explicada acima (ver item 40).
60. O termo “distância espiritual” já foi explicado no item 30. Já foi explicado que não havia qualquer distância entre Ein Sof e o ponto central, ou seja entre a Ohr e o Kli.
Contudo, depois de ele ter restringido a Ohr do ponto central, ela descobriu uma Shinui Tzurá da Ohr. Isso é porque a Ohr não tem qualquer vontade de receber, mas o ponto é certamente uma vontade de receber, que difere da Ohr. Porque sua Tzurá é diferente, eles são tão longínquos um do outro como a distância entre eles. Foi isto o que Rav pretendia com a palavra “afastou-a.”
70. As supracitadas quatro Behinot são também chamadas “quatro lados.” O Rav conta-nos que embora a Tzimtzum tenha sido somente no ponto central, ou seja Behina Dalet, a Ohr independentemente partiu de todas as quatro Behinot também. Isso aconteceu porque não há parcial na espiritualidade e assim ela partiu das três Behinot também.
O Halal que permaneceu depois da Tzimtzum era Agol
4. Então houve um lugar vazio (80), Avir, e um vazio Halal, do próprio ponto central. Vede, este era uniforme ao redor desse ponto central (90), de tal maneira que esse lugar de Halal era Agolon de todo o lado, completamente uniforme (100). Ele não tinha uma forma de uma Merubá (quadrado), um ângulo perpendicular, pois Ein Sof também se havia restringido a Si Mesmo como um Igul, uniforme em todos os lados.
Ohr Pnimi
80. Já foi explicado nos itens 4 e 5.
90. Portanto sem discriminações de grande e pequeno. Não devemos ficar surpresos com isso, dado que a Shinui Tzurá no ponto médio já havia sido exposta pela partida da Ohr dele. Consequentemente, as medições mais pequenas foram necessariamente reconhecidas também, uma mais pequena que a outra.
Por exemplo, Behina Gimel é mais pura que o ponto central porque a medida da sua vontade de receber é menor que Behina Dalet. Similarmente, Behina Bet é mais pura que Behina Gimel porque a medida de receber dela é menor que em Behina Gimel, e Behina Alef é a mais pura de todas, pois ela tem a menor vontade de receber, tornando sua Shinui Tzurá a menos aparente.
Assim, temos uma diferenciação de grande e pequeno em graus. Nesse caso, porque diz o Rav que a Tzimtzum era uniforme ao redor desse ponto? A resposta é que a Tzimtzum não tornou o ponto médio num Sof. Por outras palavas, se a Ohr tivesse deixado o ponto devido a sua Shinui Tzurá, então ele certamente se tornaria um Sof, ou seja o mais baixo grau.
Então também consideraramos as três Behinot precedentes mais importantes que o ponto médio, como uma acima da outra. Contudo, assim não foi, pois a Tzimtzum não ocorreu devido à Shinui Tzurá no ponto. Isto não pode ser, pois ainda estamos preocupados com a Malchut de Ein Sof, na qual não há Shinui Tzurá entre ela e a Ohr; elas estão ambas em simples união, ou seja Ele é Um e Seu Nome Um.
A Tzimtzum ocorreu somente porque Seu Ratzon Pashut desejou criar os Olamot, etc. (ver item 40): Isso significa que Ele quis essa Hishtavut Tzurá que está destinada a aparecer pela criação dos Olamot, ou seja a forma de recepção em prol de doar contentamento ao Fazedor.
Há uma grande virtude nisso: por um lado, isso é doação completa, porque o Ratzon é somente doar contentamento ao Fazedor e não de todo para o “eu” de um. Isso torna a Tzurá completamente igual à Ohr Elyon do Maatzil e em completa adesão com Ele.
Por outro lado, é possível aprofundar e aumentar o vaso de recepção indefinida e eternamente. Isso assim é porque agora a forma de recepção não produz qualquer Shinui Tzurá, pois ela vem de dentro da vontade de doar.
Nossos sábios disseram que com uma personalidade importante, se ela der o capital matrimonial e ele disser, “Com isto vos santifico,” então ela é santificada. Está escrito na Torá “e deu na sua mão,” ou seja que é o marido que dá o capital matrimonial.
Contudo, porque ele é importante, os prazeres que ela recebe dele são exactamente o mesmo que dar. Uma pessoa importante que recebe dinheiro dela é semelhante a ele lhe dar dinheiro. Está escrito na Torá “e deu na sua mão,” porque ele recebe somente em prol de doar contentamento à mulher, para a honrar com sua recepção.
Aprendemos do citado que a principal razão para a Tzimtzum foi o desejo da nova forma de recepção em prol de doar que está destinada a aparecer pela criação dos Olamot (ver item 40). Contudo, isso não foi de todo pela razão da Aviut que ela sentiu no ponto central, pois não havia Aviut e diferença lá de todo.
Assim, o ponto central não se tornou um Sof devido à Tzimtzum. Logo, é impossível distinguir uma questão mais pequena de uma grande. É por isso que o Rav escreve que a Tzimtzum foi “completamente uniforme.”
100. Isso significa que houve certa imagem que teve de ser feita pela razão da Tzimtzum, embora a Tzimtzum fosse uniforme (como cuidadosamente explicado acima) e não devido a qualquer Shinui Tzurá. Depois da Tzimtzum e a partida da Ohr desse ponto médio, tornou-se aparente que a Ohr Elyon é desajustada a se apegar a ele devido a sua Tzurá da Gadlut da recepção.
Porque isso veio a ser conhecido ela caiu do grau que ela tinha em Ein Sof e agora era considerada Sof, ou seja a mais baixa Aviut possível. Somente esse ponto central permaneceu um Halal vago, desajustado a vestir a Ohr (ver item 6) e as três Behinot anteriores em virtude e pureza eram ainda adequadas a vestir a Ohr até depois da Tzimtzum.
Explicámos acima (item anterior) que ela não se tornou um Sof pela citada razão. Este é o sentido da precisão do Rav quando ele diz que “esse lugar de Halal era Agolon de todo o lado, completamente uniforme.” Ele deseja dizer que ele não é um Sof real, mas é como o Sof numa imagem redonda, cujo Sof se encontra no meio.
Podeis comparar estas quatro Behinot a quatro círculos um dentro do outro, como cascas de cebola. O Igul central é Behina Dalet, rodeada por Behina Gimel, rodeada por Behina Bet, rodeada por Behina Alef. Deste modo não há cima ou baixo, direita ou esquerda.
Por exemplo, Behina Alef está acima de todos eles numa das suas metades e abaixo de todos eles na sua outra metade, e assim é com todas as Behinot. Deste modo, não há cima ou baixo, direita ou esquerda aqui. Não há diferença entre sua virtude e todas elas são completamente uniforme.
Já foi explicado (item acima) que a razão para a Tzimtzum não foi a Shinui Tzurá. Este é também o sentido da precisão do Rav “Agolon de cada lado, completamente uniforme.”
Porque Ohr Ein Sof era uniforme, a Tzimtzum também foi uniforme. Este é o sentido do Igul
5. A razão foi que uma vez que Ohr Ein Sof era completamente uniforme, ela teve de se restringir a si mesma uniformemente de todos os lados e não se restringir a si mesma de um lado mais que dos outros.
É sabido na sabedoria da geometria que não há imagem tão uniforme como a imagem do Igul (200). Contudo, não foi este o caso com a Merubá (300), com o bojudo ângulo perpendicular, o Meshulásh (triângulo) (400), e todas as outras imagens. Por essa razão a Tzimtzum teve de ter a forma de um Igul.
Ohr Pnimi
200. Já foi explicado no item anterior.
300. Se tivesse havido uma diferenciação entre cima e baixo, direita e esquerda lá, ela apareceria na imagem de uma Merubá, que contém estes quatro lados, sendo os quatro nomes destas Behinot. Contudo, isso assim não foi, mas na forma de um Igul, que não contém estes discernimentos.
400. Indicando um grau que tem senão três Behinot, carecendo a Behina Dalet, ou seja três lados – cima, direita e esquerda. Ela carece do lado do fundo, daí o nome Meshulásh.
[Nota de tradutor: A negrito estão as palavras dos escritos do Ari; em texto normal as de Baal HaSulam.]
Rav Yehuda Ashlag (Baal HaSulam)