Parte Dois
LÍDERES DA GERAÇÃO
As massas tendem a acreditar que o líder não tem compromissos e interesses pessoais, mas que ele se dedicou e abandonou sua vida privada pelo bem comum. Certamente, é assim que deve ser. Se o líder prejudica um membro do público devido ao interesse pessoal, ele é um traidor e um mentiroso. Assim que o público aprenda disso, eles imediatamente o atropelarão no chão.
Há dois tipos de interesses pessoais: 1) Interesses materiais; 2) Interesses mentais. Não há líder no mundo que não falhe ao público senão com interesses mentais. Por exemplo, se um é misericordioso e assim se refreia de desenraizar malfeitores ou alterar sobre eles, então ele arruina o público a favor do interesse pessoal. Ele pode também ter medo de vingança, até vingança do Criador e assim se impedir de fazer correcções necessárias.
Logo, se ele desejar anular os desejos materiais, ele não desejará anular os interesses idealistas ou religiosos a favor do público, embora eles possam ser suas próprias sensações pessoais. O público geral pode não ter haveres com eles, pois reparam somente na palavra “interesse,” uma vez que a coisa mais idealista não impede o caminho do “interesse.”
ACÇÃO ANTES DO PENSAMENTO
Como no desejo e amor, o esforço por um objecto cria amor e valorização para o objecto. Muito de maneira semelhante, boas acções geram amor ao Criador, amor gera adesão e adesão gera inteligência e conhecimento.
TRÊS POSTULADOS [AXIOMAS]
Aparentemente livre, aparentemente imortal, aparentemente existente [a terceira palavra é pouco clara no manuscrito e é deste modo uma especulação]. Eles são relativos à razão prática (ética), o bem mais sublime.
VERDADE E FALSIDADE
É sabido que o pensamento, matéria e desejo há duas modificações [diferenças de forma] da mesma coisa. Assim, a réplica psicológica da ausência e existência física é a verdade e falsidade. Deste modo, verdade, tal como a existência, é a tese, e falsidade, como a ausência, é a antítese. A desejada síntese é a descendência de ambas.
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[Aqui e abaixo, as palavras, “nova página,” marcam o princípio de uma nova página ou uma nova secção no manuscrito.]
OPINIÃO PESSOAL E OPINIÃO PÚBLICA
A opinião do indivíduo é como um espelho onde todas as imagens das acções boas e prejudiciais são reunidas. Um olha para essas experiências, selecciona as boas e benéficas e rejeita as acções que o prejudicaram. Isto é chamado a “memória do cérebro.”
Por exemplo, o mercador segue na sua mente todos os tipos de mercadorias onde ele sofreu perdas e porquê. É semelhante com a mercadoria que lhe deu lucro e às razões. Elas estão ordenadas como um espelho de experiências na sua mente. Subsequentemente, ele selecciona o bom e rejeita o mau. Finalmente, ele se torna um bom e bem sucedido mercador. Um que lida muito da mesma maneira em cada experiência na vida.
De modo muito semelhante, o público tem uma mente colectiva, uma Memória do Cérebro, e imaginação colectiva, onde todas as acções relacionadas ao público geral são impressas em respeito a cada pessoa, as benéficas e as prejudiciais. E eles também escolhem as acções e feitores benéficos e querem que eles persistam. Em acréscimo, todos os feitores de más acções que prejudicam o público são impressos na imaginação e recordação do cérebro e eles desprezam-os e procuram tácticas para serem livres deles.
Assim, eles louvam e glorificam os feitores de acções benéficas, para os motivar crescentemente para estas acções. É aqui que os ideais, o idealismo e de onde todo o bom atributo vêm, bem como da sabedoria da ética.
Inversamente, eles condenam veementemente os feitores de acções prejudiciais, de modo a se livrarem deles. Daqui provém todo o mau traço, pecado e ignobilidade na espécie humana. Assim, a opinião individual opera tal como a opinião pública. Todavia, isto é verdadeiro somente em respeito ao benefício e dano.
A CORRUPÇÃO NA OPINIÃO PÚBLICA
A corrupção na opinião pública é que o público não está organizado de acordo com sua maioria, mas somente de acordo com os poderosos, ou seja os assertivos. É como eles dizem, que vinte pessoas governam toda a França. Em maioria dos casos, eles são os ricos, que são senão dez por cento do público e eles são sempre os ignorantes entre o povo (até aos olhos do público).
Eles prejudicam o público e exploram-os. Assim, a opinião pública não está em controlo do mundo ou que se pareça. Em vez disso, é a opinião dos prejudiciais que controla o público. Logo, até os idealistas que foram santificados no mundo são senão demónios e malfeitores em respeito à maioria do público. Não só a religião, mas a justiça, também, favorece somente os ricos, tanto quanto o mais a ética e ideais.
A ORIGEM DA DEMOCRACIA E SOCIALISMO
É daqui que a ideia de democracia deriva, para que a maioria do público tome o sistema judicial e política nas suas próprias mãos. O Socialismo também, evoca o proletariado para assumir seu destino nas suas próprias mãos. Abreviadamente, a maioria quer determinar a opinião pública, decidir entre o benéfico e prejudicial para eles e determinar as leis e ideais correspondentemente.
A CONTRADIÇÃO ENTRE DEMOCRACIA E SOCIALISMO
A contradição entre democracia e socialismo, como visto na Rússia, é que dez por cento controlam o público inteiro em absoluta ditadura. A razão é simples: Divisão justa requer idealismo: Isto não se encontra entre a maioria do público. Assim, no fim, não há cura para isto senão através da religião, do citado. Isto transformará o público inteiro em idealistas.
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CONTACTO COM ELE
As pessoas imaginam que uma pessoa que tem contacto com o Criador é uma pessoa ... a natureza, e que eles devem temer falar para ele, muito menos estarem na sua vicinidade imediata. É da natureza humana temer qualquer coisa fora da natureza da criação. As pessoas também têm medo de qualquer coisa invulgar, tal como a trovoada e ruídos elevados.
Contudo, Ele assim não e. Isto assim é porque na realidade, não há nada mais natural que entrar em contacto com o nosso fazedor, pois Ele fez a natureza. Na realidade, toda a criatura tem contacto com seu fazedor, como está escrito, “A terra inteira está cheia de Sua glória,” excepto que nós não o sabemos ou o sentimos.
Na realidade, aquele a quem é concedido contacto com Ele alcança somente a consciência. É como se um tivesse um tesouro no seu bolso e ele não soubesse isso. Entretanto chega outro e o deixa saber do que está no seu bolso. Agora ele tornou-se realmente rico.
Todavia, nada de novo há aqui, nenhuma causa para excitação. De facto, nada foi acrescentado à própria realidade. O mesmo é verdadeiro com aquele a quem foi concedida a dádiva de saber que ele é o filho do Criador: nada mudou na sua própria realidade, senão a consciência que ele não tinha anteriormente.
Consequentemente, a pessoa que alcança até se torna mais natural, simples e muito humilde. Pode até ser dito que antes da concessão, essa pessoa e todas as pessoas estavam fora da natureza simples. Isto assim é porque agora ele é igual, simples e compreende todas as pessoas e está muito envolvido com elas. Não há nenhum mais próximo do povo que ele e é somente a ele que elas devem amar, pois elas não têm irmão mais próximo que ele.
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Reconstruir o Mundo
Ver “Opinião Pessoal e Opinião Pública,” e “A Contradição entre Democracia e Socialismo.”
Foi aqui clarificado que até agora a opinião pública evoluía e era construída de acordo com os poderosos na sociedade, ou seja os assertivos. Foi apenas recentemente que as massas evoluíram através da religião, através das escolas e revoluções e percepcionaram o método da democracia e socialismo.
Contudo, de acordo com a lei natural de que “dum potro selvagem nasce o homem,” e o homem é um resultado de um animal selvagem e um macaco, de acordo com o método de Darwin ou o de nossos sábios. Depois do pecado, a espécie humana declinou para os macacos, pois “Todos perante Eva são como um macaco perante o homem.” Porém, de acordo com o mérito do homem, que consiste de uma preparação intelectual, ele continuou a se desenvolver através de acções e sofrimento e assumiu a religião, política e justiça e finalmente se tornou civilizado. Certamente, este inteiro desenvolvimento foi colocado somente aos ombros da melhor parte da sociedade e as massas os seguiram como um rebanho.
Quando as massas abriram seus olhos para assumirem seu destino nas suas mãos, tiveram de revogar todas as correcções e leis dos assertivos, sendo a religião, justiça e politica. Isto assim é porque elas eram de acordo com o espírito dos assertivos, ou seja de acordo com seu desenvolvimento e para o seu próprio bem.
Logo, tiveram de construir o mundo de novo. Por outras palavras, eles são como pessoas pré-históricas, como o chimpanzé Darwiniano, porque não são aqueles que experimentaram estas experiências, que lhes trouxeram sua medida de desenvolvimento. Até hoje, a sucessão de desenvolvimento foi somente aos ombros dos assertivos, não das massas, que, até agora, eram solo virgem.
Logo, o mundo está agora num estado de ruína total. Ele é muito primitivo no sentido político, como na era dos homens das cavernas. Eles não passaram experiências e acções que trouxeram os assertivos a assumirem sobre si mesmos a religião, condutas e justiça.
Assim, se deixarmos o mundo se desenvolver naturalmente, o mundo de hoje tem de atravessar toda a ruína e tormentos que o homem primitivo experimentou, até que sejam obrigados a assumir a justiça política permanente e benéfica.
O primeiro fruto da ruína chegou até nós na forma do Nazismo, que é no final meramente um resultado directo da democracia e socialismo, ou seja da liderança da maioria, assim que as restrições da religião, condutas e justiça foram removidas.
O NAZISMO NÃO É UM RESULTADO DA ALEMANHA
Sucede-se que o mundo erroneamente considera o Nazismo um resultado particular da Alemanha. Na verdade, ele é um resultado de uma democracia e socialismo que foram deixados sem religião, condutas e justiça. Logo, todas as nações sendo iguais nisso; não há esperança de todo que o Nazismo pereça com a vitória dos aliados, pois amanhã os Anglo-Saxões adoptarão o Nazismo, dado que eles, também, vivem num mundo de democracia e Nazismo.
Recordai-vos, que os democratas, também, devem renunciar à religião, condutas e justiça tal como os Marxistas, porque todos estes são servos leais somente dos assertivos no público. Eles colocam sempre obstáculos perante os democratas, ou a melhor parte [maioria] do público.
É verdade que os pensadores entre os democratas mantêm um olho vigilante para que a religião e condutas não sejam destruídos de uma vez, pois sabem que o mundo será arruinado. Contudo, a essa medida também interferem com o governo da maioria. Assim que a maioria se torne esperta e os compreenda, certamente elegerão outros líderes, tais como Hitler, dado que ele é um representante genuíno da maioria do público, seja ele Alemão, Anglo-Saxão ou Polaco.
UM CONSELHO
Ao contrário dos democratas, que desejam cancelar a religião e condutas gradualmente e adoptarem uma nova política de uma maneira que não destrua o mundo, as massas não esperarão por eles de todo. Em vez disso, como nossos sábios dizem, “Não arruinais uma sinagoga antes que possais construir uma nova no seu lugar.” Por outras palavras, estamos proibidos de deixar os poderosos [maioria] assumir posse da liderança antes que possamos construir uma religião, conduta e política adequadas para eles, porque entretanto o mundo será arruinado e não haverá ninguém com quem falar.
NIHILISMO
[uma visão filosófica que nega todos os valores tradicionais e instituições]
Não o niilismo completo, mas niilismo com valores (tal como Nietzsche em respeito aos valores do Cristianismo), ou seja todos os valores nas condutas religiosas, ética e política que até então foram aceites na percepção do humanismo.
Todos estes são compromissos nas medidas do egoísmo do indivíduo, do estado, ou do servo de Deus. E digo que qualquer medida de egoísmo é defeituosa e prejudicial e não há outra ordem excepto o altruísmo, no individuo, no público e no Senhor.
MONISMO MATERIALISTA
A substância origina todas as coisas e o pensamento é um resultado das acções e sensações, muito como um espelho. Não há livre vontade, somente liberdade de acções. Contudo, não em si mesma, pois más acções induzem más acções e liberdade de acções é percepcionada ao olhar (ao espelho de acções evocadas) através da mente de outra pessoa. Então um tem a liberdade para lhe obedecer. E não será capaz de escolher de sua própria (espelho) mente, dado que o caminho de cada homem parece certo aos seus próprios olhos e sua mente sempre consente.
FORA DESTE MUNDO
Fora deste mundo devemos investigar e examinar somente subjectiva e pragmaticamente (na prática). Este é o modo da conduta de pesquisa neste mundo, embora se encontre fora dele, pois ele contempla pelas medições vestidas na natureza deste mundo e também de acordo com o benefício prático (pragmático).
O QUE ESTÁ FORA DESTE MUNDO?
Somente o Criador é imperativa, dado que Ele é o lugar do mundo e o mundo é o Seu lugar. Somente Ele compreendemos, e Ele está também fora deste mundo, e nada mais, ao contrário do panteísmo.
Este mundo é um termo objectivo, que pode ser compreendido objectivamente também. Seus primeiros princpipios são “tempo” e espaço.” Fora deste mundo que são os mundos de AK e ABYA [os mundos Adam Kadmon, Atzilut, Beriá, Yetzirá, e Assiyá], somente compreensão subjectiva é possível, sem tocar no objecto ou que se pareça.
A essência dos objectos que definimos pelos nomes de ABYA seguem a suposição de que uma vez que cada um percepciona sem excepção (ou seja uns poucos escolhidos em cada geração, que são as dezenas de milhares e os milhões que houveram e que estão destinados a ser). Assim, temos objectiva realização aqui, embora não toquemos nos objectos ou que se pareça.
A partir daqui vêm os quatro mundos acima deste mundo, embora por natureza sejam somente subjectivos, se vestindo nas naturezas deste mundo de duas maneiras—expansão e pensamento, nomeadamente o paralelismo psicofísico. Isto assim é porque conhecemos dois objectos por duas formas: primeiro a física e a psíquica depois, e elas andam sempre juntas, de uma maneira paralela.
É sabido que muitos neste mundo, também, percepcionam o método do “expressionismo,” ou seja somente pela percepção subjectiva. Contudo, também me conformo ao “impressionismo” para explicar conceitos deste mundo tão objectivamente quanto o possível, minimizando a interferência de reforços subjectivos.
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A ESSÊNCIA DA RELIGIÃO
A essência da religião é compreendida pragmaticamente, como escrito por James [William James (1842-1910), Filósofo americano]. A origem da fé está na necessidade pela verdade nela, tanto quanto satisfaça esta necessidade.
Há duas espécies de necessidades: 1) Uma necessidade mental. Sem ela, a vida se tornaria doentiamente detestável. 2) Uma necessidade física. Esta necessidade aparece principalmente na ordem social, tal como na ética e política, como Kant [Filósofo alemão (1724-1804)] havia escrito, “Fé é a base da moralidade e guarda-a.”
Naturalmente, sábios vêm somente de entre aqueles com uma necessidade mental, pois eles também necessitam dela objectivamente. Contudo, a segunda parte derivará satisfação, nomeadamente verdade, também subjectivamente. Porém, de Lo Lishmá [não em seu nome] um chega a Lishmá [em seu nome]. A necessidade vem antes da razão que necessita da fé.
OS LÍDERES DO PÚBLICO
Para si mesmo, um pode escolher entre o expressionismo e impressionismo. Contudo, os líderes não são permitidos conduzir o público de qualquer outra maneira senão uma positiva e pragmática, ou seja de acordo com o expressionismo. Isto assim é porque eles não podem prejudicar o público para o seu interesse pessoal.
Por exemplo, eles não podem instruir uma certa fé no público em prol de compreender seu próprio impressionismo, assim negando conduta moral e ética do público. Se um não se consegue controlar a si mesmo, é melhor que se demita e não prejudique o público com seus ideais.
PERCEPÇÃO DO MUNDO
O mundo foi criado através de evolução consequente, de acordo com o materialismo histórico e dialéctica de Hegel [Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), Filósofo alemão] de tese e antítese. Certamente, isso corresponde à sensação do Criador, desde o inanimado, vegetativo, animal e falante, até à profecia ou ao conhecimento de Deus. Prazer é a tese, aflição é a antítese e a sensação fora da pele de um é a síntese.
A ESSÊNCIA DA CORRUPÇÃO E CORRECÇÃO NA OPINIÃO PÚBLICA
Como a opinião privada determina os ganhos e perdas próprios de um e o trás aos negócios mais bem sucedidos, também a opinião pública determina a política e escolhe os mais bem sucedidos. Contudo, há quantidade e há qualidade.
QUANTIDADE VS. QUALIDADE
Até agora, os qualitativos [poderosos] (que são os assertivos), determinaram e fizeram as visões do público inteiro e deste modo de toda a justiça e moralidade. A religião foi usada para prejudicar a maioria, que são 80% da sociedade.
A MAIORIA É TÃO PRIMITIVA COMO O HOMEM PRÉ-HISTÓRICO
A maioria é tão primitiva como o homem pré-histórico. Isto assim é porque eles não tentaram utilizar a justiça, religião e moralidade, que foram usadas por outros até hoje. Contudo, é claro, todos estes chegaram ao presente estado somente através de grandes dores no caminho da causalidade e dialéctica. A maioria não prestou atenção a isso e a qualquer ritmo não o consegue perceber.
A MAIS CÉLERE ACÇÃO É A RELIGIÃO
Em prol de activar a opinião pública novamente na maioria de uma maneira eficiente, não há modo mais célere que a religião, o desprezo de qualquer medida da vontade de receber e elevar a beleza da vontade de doar a uma maior medida. Isto será feito especificamente com acções. Embora o psicofísico sejam paralelos, ainda assim, o físico precede ao psíquico.
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OS PRODÍGIOS
Os prodígios são um produto da geração, com uma forte inclinação de doar e não precisar de uma única coisa para si mesmo. Como tal, ele tem equivalência de forma com o Criador e naturalmente se apega a Ele. Ele prolonga sabedoria e prazer d’Ele e doa sobre a humanidade.
Eles estão divididos em dois: Ora trabalham conscientemente, ou seja doando contentamento sobre seu fazedor, e assim doando sobre a humanidade, ou trabalham inconscientemente, ou seja que não sentem e sabem que estão em adesão com o Criador. Eles se apegam a Ele inconscientemente. Eles só doam sobre a humanidade e de acordo com este princípio, não há progresso para a humanidade, senão para instar a vontade de doar neles e multiplicar os prodígios no mundo.
TEOLOGIA
[A ciência do propósito]
Teologia é necessária na Cabala, de acordo com o método do antropocentrismo, que os mundos foram criados por Israel e eles são o propósito. Além do mais, o Criador consultou as almas dos justos. Seu propósito também é trazido na profecia: “E a terra inteira estará cheia do conhecimento do Senhor.” Não há propósito mais específico que esse.
Maimónides segue o método da disteleologia e diz que o Criador tem para a criação outros propósitos além da espécie humana. É difícil para ele compreender que o Criador criou tamanha grande criação, com sistemas planetários, onde nosso planeta é como um grão de areia e tudo isto foi somente pelo propósito da completude do homem.
Propósito é imperativo para qualquer ser consciente e aquele que trabalha sem propósito é inconsciente. Pelas Suas acções O conhecemos. Ele criou o mundo no inanimado, vegetativo, animal e falante. O falante é com o clímax da criação, dado que ele sente os outros e doa sobre eles. Sobre eles está o profeta, que sente o Criador e O conhece. Isto e percepcionado como O agradar, e Seu propósito na inteira criação.
A questão de Hegel é que necessariamente, há criaturas sem propósito na natureza, como muitas coisas no nosso planeta e os planetas incontáveis que a humanidade não usa de todo. A resposta é que de acordo com a lei de “O desconhecido não contradiz o conhecido,” e que “O juiz tem somente aquilo que seus olhos vêem.” Talvez haja inanimado, vegetativo, animal e falante em cada planeta e em todos os planetas e seu propósito seja o falante.
Isso é em semelhança com o desconhecido. E como pode isso contradizer o conhecido e familiar no caminho da profecia? Isto é simples: É prazenteiro para o Criador criar um objecto que seja qualificado para negociação com Ele e trocar opiniões, etc. Também há prazer em ter alguma coisa que não seja da mesma espécie e confiamos completamente na profecia.
CAUSALIDADE E ESCOLHA
Há um caminho de dor, pelo qual um paga inconscientemente pelas leis dialécticas, onde cada ser oculta a ausência no interior. O ser existe enquanto a ausência nele não apareceu. Quando a antítese se manifesta e desenvolve, ela destrói a tese e trás para o seu lugar um ser mais completo que o primeiro, pois ela contém a correcção da anterior antítese. (Isto assim é porque qualquer ausência precede à presença.) Assim, o segundo ser é chamado “síntese,” ou seja que ele inclui e é um resultado de ambas, a presença e a ausência, que precederam este novo ser.
Em semelhança, a verdade sempre segue e é aperfeiçoada pelo caminho do sofrimento, que é presença e ausência, tese e antítese e produz sempre síntese mais verdadeira até à aparição da síntese perfeita. Mas o que é a perfeição?
No materialismo histórico, o supracitado caminho do sofrimento é clarificado somente em relação aos desejos económicos, onde cada tese significa somente governo para o seu tempo, cada antítese significa divisão injusta na economia e cada síntese é governo que estabelece a antítese que foi revelada, e nada mais. Por esta razão, ausência está oculta nela. Quando a ausência se desenvolve, ela destrói a síntese, também, e assim por diante, até que a divisão justa se manifeste.
CAMINHO DA TORÁ
O caminho da Torá é colocar o destino nas mãos dos oprimidos. Isto acelera o fim à medida que os oprimidos zelarem por ele. Isto é chamado “escolha,” uma vez que agora a escolha está nas mãos das partes envolvidas. Assim, o caminho da dor e um acto objectivo, o caminho da Torá é um acto subjectivo e o destino está nas mãos das partes envolvidas.
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O princípio: doação sobre os outros. O governo—um regime que ordena um mínimo para a vida e boas acções em direcção ao padrão de vida da sociedade. O propósito e a meta: adesão com Ele. Na minha opinião, esta é a síntese final onde a ausência não mais está oculta.
BOAS ACÇÕES E MITSVOT
Locke [John Locke (1632-1704), Filósofo inglês] disse que não há nada na mente que não venha aos sentidos primeiro. Em acréscimo, Espinoza [Baruch Espinoza (1632-1677), Filósofo judeu holandês] disse, “Eu não quero alguma coisa porque é boa, mas ela é boa porque eu a quero.” Devemos acreditar a isto que não há nada nos sentidos que não esteja presente nas acções primeiro.
Logo, a acção gera os sentidos e os sentidos geram a compreensão. Por exemplo, e impossível que os sentidos tomem prazer na doação antes que possam na realidade doar. Além do mais, é impossível compreender e percepcionar a grande importância da doação antes que ela seja provada nos sentidos.
Em semelhança, é impossível tomar prazer na adesão antes que um realize muitas boas acções que a possam afectar, ou seja pela rígida observação desta condição de Lhe trazer contentamento, ou por outras palavras, se deleitar no contentamento dado ao Criador ao realizar o mandamento. Depois de um sentir o prazer maior nas acções, é possível O compreender, à medida desse prazer. E se ... para o prazer eterno e perpétuo de Lhe trazer contentamento, então ele será recompensado com conhecer...
Como visto acima, há dois modos de religião: 1) Lo Lishmá [não em seu nome], que é o puro utilitarismo, ou seja visando estabelecer a moralidade pelo bem próprio de um. Ele fica satisfeito quando adquirindo esta tendência. E há uma segunda tendência para a religião, sendo uma necessidade mental de se apegar a Ele. Isto é chamado Lishmá [em seu nome]. Um pode ser recompensado com o mencionado através de acções e de Lo Lishmá um chega a Lishmá.
TENDÊNCIA DA VIDA
Há três visões nos livros e na pesquisa: ora ideias sobre como alcançar adesão com Ele; ou para adquirir progresso, chamado utilitarismo, ou prazer corpóreo da carne, chamado Hedonismo.
Desejava que a visão do Hedonismo fosse verdadeira. O problema é que as dores são maiores que os poucos prazeres dos sentidos nos quais um se pode deleitar. Além do defeito do dia da morte e o método do utilitarismo de trazer progresso ao mundo, há uma grande questão aqui: Quem desfruta deste completo progresso pelo qual pago tão pesadamente com dores e tormentos?
Parece que somente ideais cuja tendência seja a felicidade do homem, deste modo melhorando todas as forças mentais, concedem a um respeito na vida e um bom nome após a morte. Kant zombou este método ao estabelecer uma tese moral sobre uma tendência egoísta e instruiu fazer não em prol de receber recompensa.
A ciência moderna escolheu para si mesma o utilitarismo, mas somente pelo bem comum, ou seja para doar. Isto é semelhante a “em prol de não receber recompensa,” e quem a quereria? Também há a questão: O que trará este progresso às gerações, pelas quais trabalho com tanta dor para dar isto?
No mínimo, tenho o direito de saber o que é requisitado para o progresso e quem vai desfrutar dele. Quem seria tão ingénuo ao ponto de pagar tão pesadamente sem saber seu efeito? O problema inteiro é que o prazer é breve e o sofrimento, longo.
PROPÓSITO DA VIDA
De tudo o supracitado, descobrireis que a direcção da vida é alcançar adesão com Ele, estritamente beneficiar o Criador, ou merecer o público para alcançar adesão com Ele.
DUAS ESCRAVIDÕES NO MUNDO
Há duas escravidões no mundo, ora escravidão ao Criador, ou escravidão às Suas criaturas. Uma delas é obrigatória. Até um rei e um presidente necessariamente servem o povo. Certamente, o sabor da liberdade completa é somente para aquele que é escravizado somente ao Criador e não a qualquer ser neste mundo. Escravidão e necessária, pois recepção é obscena; ela é animalesca. E doação, a questão é “A quem?”
Rav Yehuda Ashlag